Sunday, 29 January 2012

Os homens que odeiam as mulheres

Cru e profundamente inquietante, algo está podre no reino do IKEA. Gostei bastante do filme e do ambiente soturno\neurótico do local. Lisbeth soube-me a pouco.
Titulo original: The Girl with the Dragon Tattoo
De: David Fincher
Com: Daniel Craig, Rooney Mara, Christopher Plummer, Stellan Skarsgård
Genero: Drama, Thriller
Classificacao: M/16

GB/ALE/EUA/SUE, 2011, Cores, 158 min. (IMDB)

Mikael Blomqvist (Daniel Craig), jornalista e fundador da revista "Millenium", dedica a sua vida a revelar o crime e a corrupção que minam a sociedade sueca. Como resultado, tem vários inimigos e é tido como culpado num caso de difamação. Um dia é procurado por Henrik Vanger (Christopher Plummer), empresário de renome obcecado em compreender as razões que levaram ao desaparecimento, há mais de 40 anos, da sua sobrinha. Vanger acredita que alguém da família poderá estar relacionado com o desaparecimento de Harriet, cujo corpo nunca foi encontrado. O empresário faz então uma proposta irrecusável ao jornalista: dá-lhe acesso total à sua vida, documentação pessoal e dados familiares em troca da solução para o caso. Com a ajuda de Lisbeth Salander (Rooney Mara), uma "hacker" profissional com um passado misterioso, Mikael vai encontrar a história da sua vida. Um "thriller" de David Fincher ("Clube de Combate", "Sete Pecados Mortais", "O Estranho Caso de Benjamin Button", "A Rede Social"). Depois do enorme sucesso do filme de Niels Arden Oplev em 2009, é a adaptação americana do primeiro tomo da trilogia "Millennium" de Stieg Larsson, obra que já vendeu 65 milhões de cópias em 46 paísesin Publico

Critica:
David Fincher adapta o primeiro dos três romances de Stieg Larsson: é mais cinema que a versão sueca, mas falta-lhe Noomi Rapace Havia, genuinamente, necessidade de voltar a adaptar ao cinema os romances da trilogia “Millennium” de Stieg Larsson, dois anos apenas após a produção de uma versão escandinava (feita originalmente a pensar na televisão, é verdade, mas estreada em sala)? Digamos que, para lá da tradicional fuçanguice autista dos estúdios americanos e da sua alergia a tudo o que seja falado noutras línguas que não o inglês, havia espaço para se fazer melhor. Os três filmes suecos não passavam de peças funcionais à medida de uma “soirée” televisiva meio distraída, com um ponto grande a favor na presença de Noomi Rapace, que encarnava a heroína gótico-psicótica Lisbeth Salander como se nunca tivesse feito outra coisa na vida. E faz todo o sentido que seja David Fincher a assumir as rédeas desta “remake”, ou não fossem Lisbeth e o jornalista Mikael Blomqvist, heróis falíveis e fortes, obsessivos e trágicos, à medida das personagens principais da sua filmografia. Não deve, igualmente, ser mera coincidência que os crimes desvendados pela “hacker” asocial e pelo jornalista desacreditado enquanto investigam o passado de uma rica família industrial sueca transportem longínquos ecos de dois dos filmes-chave do realizador americano: “Sete Pecados Mortais” e “Zodiac”. Nas mãos de Fincher e do argumentista Steven Zaillian, assim, o primeiro dos três romances de Larsson ganha uma fluidez e uma inquietação envolventes, confirmando o cineasta americano como mestre do enquadramento atmosférico. O que “Os Homens que Odeiam as Mulheres” tem que o original de Niels Arden Oplev não tinha é a sensação de pântano traiçoeiro de uma sociedade que esconde uma tonelada de esqueletos no armário por trás da sua aparência de funcionalismo-IKEA. É um filme mais duro, mais impiedoso, que lança igualmente um olhar perturbante sobre uma sociedade da informação onde os segredos o são cada vez menos ou por um menor espaço de tempo. Mas perde-se onde, ironicamente, mais importava ganhar - na Lisbeth de Rooney Mara, mais autista e menos humana que a de Noomi Rapace. É uma criação de uma nota só, que nunca penetra realmente até ao núcleo da personagem, tanto mais quanto Daniel Craig é uma excelente opção para a personagem de Blomqvist e o restante elenco consegue fazer milagres com apenas duas ou três cenas (Steven Berkoff e Joely Richardson são extraordinários). O resultado desvia o centro de gravidade de Lisbeth para Blomqvist, com Fincher a subalternizar o mistério policial no centro da trama, reduzindo-o a um simples pretexto para um exercício de estilo virtuoso na construção de uma atmosfera inquietante de corrupção profunda, à medida de um realizador perfeccionista. É um filme eficaz e intrigante, cerebral q. b., mas ao qual falta aquele “rasgo” que o elevasse acima do mero funcionalismo de luxo.

Jorge Mourinha

Saturday, 28 January 2012

Nortada

Vista imbatível. Bom serviço. Excelente serviço de peixe e marisco. A voltar com certeza.


Menu: Filetes Linguado com arroz lingueirão, Bife de atum grelhado

Web . Lifecooler

Saturday, 21 January 2012

Rota das Sedas

Grande ambiente. Excelente comida. Serviço foi um pouco desligado demais. A voltar rápidamente.


Web . Lifecooler

Friday, 13 January 2012

Deixa-me entrar

Fiquei fascinado por este filme. Adorei.
Titulo original: Låt den rätte komma in / Let the Right One In
De: Tomas Alfredson
Com: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar
GeneroDrama, Thriller
Classificacao: M/16

SUE, 2008, Cores, 114 min. (IMDB)

Aos 12 anos, Oskar é um adolescente frágil, martirizado pelos colegas de turma e sem amigos. Ele não contra-ataca, mas sonha vingar-se. Quando conhece Eli, uma menina da sua idade, sente que finalmente encontrou alguém com quem pode ter uma verdadeira relação de amizade. Porém, a rapariga intriga-o: ela apenas sai à noite e, apesar do muito frio, anda sempre de t-shirt. A agravar as suas suspeitas está o facto de a sua chegada a Estocolmo coincidir com uma série de mortes e desaparecimentos misteriosos. Até que tudo se esclarece: ela é uma vampira. Será a amizade de Oskar por ela mais forte que o seu medo?in Publico

Critica:
A história de uma vampira adolescente e do seu único amigo é um dos mais espantosos filmes sobre a adolescência que vemos em muito tempo. E se a nova vizinha do lado só sair à noite, não tiver frio mesmo quando está a nevar, irritar os gatos, não for à escola e só entrar em sua casa depois de ter sido convidada, isso quer dizer que... é uma vampira - mesmo que só tenha 12 anos. Ou, melhor, mesmo que só fisicamente tenha 12 anos. Mas a mais recente revisão do mito dos vampiros não usa o vampirismo como metáfora para o sexo ou para a luxúria (ou mesmo, como "Crepúsculo", para a abstinência adolescente). "Deixa-me Entrar" é uma história de iniciação à idade adulta que é, ao mesmo tempo, mais inocente do que qualquer história de vampiros alguma vez foi, mas também mais perturbante. Por tudo aquilo que deixa por dizer - e deixa muito, porque o sueco Tomas Alfredson prefere sugerir mais do que explicar. Toda a componente sobrenatural é elidida, as cenas de violência gráfica contam-se pelos dedos: há qualquer coisa de fábula nesta história de dois adolescentes sozinhos que encontram conforto nos braços um do outro, mas é uma fábula glacial e selvagem, que segue os cânones vampíricos no seu onirismo inquieto ao mesmo tempo que os subverte com a banalidade do subúrbio desenrascado de Estocolmo onde tudo se passa, e que explora o lado animal, instintivo do vampirismo por oposição à fantasia civilizada da sedução romântica. Oskar é um miúdo de doze anos, filho de pais separados, entregue a si próprio a maior parte do dia e perseguido por um colega de escola que tira especial prazer de o humilhar; as suas fantasias de vingança encontram libertação na faca que mantém escondida debaixo da cama e nas notícias de crimes sórdidos que recorta dos jornais, entre os quais uma vítima que foi sangrada até à morte num subúrbio próximo. A nova vizinha de patamar intriga-o - sobretudo depois de ela se cruzar com ele no pátio do prédio e dizer-lhe que nunca poderão ser amigos. É o princípio de uma viagem que equaciona o estatuto de "outsider" do vampiro com a alienação adolescente dos miúdos em busca de aceitação por parte dos colegas, mas que também joga de modos extremamente inteligentes com a própria reputação "glacial", Bergmaniana, do cinema escandinavo. Por trás de um formalismo preciso e extremamente estruturado, Tomas Alfredson injecta sabiamente doses homeopáticas de emoções arrebatadas (amor, ódio, raiva) como só na adolescência conseguimos sentir - e fá-lo sem precisar de carregar no traço, deixando que um olhar, um gesto, um sorriso digam tudo o que é preciso. Mas também não recua perante o negrume imenso do abismo em que Eli, a menina-vampira, vive - e que não é assim tão diferente do desespero surdo que percorre o quotidiano de Oskar. O impacto emocional de "Deixa-me Entrar" é tão visceral como a erupção súbita da violência animal que o habita a espaços. E reduzi-lo a mero filme de género é injusto para o que é não apenas uma grandíssima surpresa como um dos filmes mais atentos ao que é ser adolescente que vimos em muito tempo.

Jorge Mourinha

Thursday, 12 January 2012

Jogo de Sombras

Previsivel, aborrecido, mais do mesmo ... não gostei
Titulo original: Sherlock Holmes: A Game of Shadows
De: Guy Ritchie
Com: Robert Downey Jr., Jude Law, Jared Harris
Genero: Acção, Aventura
Classificacao: M/12

EUA, 2011, Cores, 126 min. (IMDB)

Sherlock Holmes, o brilhante investigador criado por Sir Arthur Conan Doyle, regressa numa abordagem diferente, cheia de acção, onde o intelecto e a dedução estão agora aliados às artes marciais e ao boxe. Desta vez Holmes e o seu fiel companheiro Dr. John Watson juntam esforços e sinergias para arruinar o terrível plano de um dos seus piores inimigos: o professor Moriarty (Jared Harris). Com a realização de Guy Richie, é a sequela do filme "Sherlock Holmes" (2009) e volta a reunir a dupla Robert Downey Jr. (Holmes) e Jude Law (Watson). in Publico

Thursday, 5 January 2012

Alegria

Como sempre é um espectáculo caro ... mas vale a pena. Magia pura em diversos actos e muita beleza. Senti alguma dificuldade em seguir o fio condutor e alguns actos não estiveram ao nível do resto da produção, mas no final só uma enorme sensação de algumas horas bem passadas.
Alegría apresenta um elenco de 55 artistas e músicos originários de 17 países diferentes. Alegría tem um estilo barroco e operático, com um guarda-roupa extravagante, música ao vivo e uma actuação elaborada que realça o surpreendente espectáculo artístico e atlético. O resultado é uma impressionante mistura de talento, força e velocidade, combinados com performances elegantes, quase etéreas.
O espetáculo de duas horas e meia, com intervalo, mostra acrobacias de cortar a respiração. Os atos incluem o Synchro Trapeze e a elevada energia do Aerial High Bars, em que trapezistas temerários voam para as mãos de outros que balançam a mais de 12 metros do palco. A vibração da juventude está presente na acelerada Power Track, uma brilhante demonstração sincronizada de coreografia e saltos num sistema de trampolins que se esconde por baixo do palco. Nas Russian Bars, artistas voam em espectaculares cambalhotas e flips para aterrarem numa barra com 10 centímetros de largura, pousadas nos ombros de colegas.
Alegría é mais do que um espectáculo... é uma experiência única e entusiasmante que cativa público de todas as idades. De um grupo de cerca de 20 artistas de rua, quando começou em 1984, o Cirque du Soleil cresceu até atingir a liderança no entretenimento de qualidade, contando com mais de 5 mil empregados, incluindo mais de 1300 artistas originários de quase 50 países diferentes. A companhia já deslumbrou e maravilhou quase 100 milhões de espectadores, em mais de 300 cidades nos 5 continentes.

in Lux.Iol.pt

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