Sunday 30 November 2008

Siesta

Passeio Marítimo de Algés Edifício La Siesta
- Algés
Tel. 21 301 15 22
Reserva aconselhável. Tem esplanada

Cantina Mexicana

Gostei da comida, saborosa e diferente. Próximamente gostaria de experimentar os sabores mais picantes. Para beber as Margaritas de limão satisfizeram plenamente. As sobremesas pecam pelo excesso de açucar. O serviço é eficiente mas com a casa cheia fomos forçados a repetir diversos pedidos. A decoração predispõe bem com os seus tons quentes mas a música está alta demais o que associado ao barulho dos convivas torna o ambiente cansativo. Apetece-me voltar, num dia mais calmo, talvez para uns petiscos na esplanda algures no verão.

Comida

Belas Margaritas

Preço

€€

15 a 25 Euros

Ambiente

Quente e barulhento

Serviço

Sofrível

O Siesta é um restaurante que traduz em pleno o espírito Mexicano. Ambiente acolhedor, cores quentes e muita alegria acompanhada de musica única que significa festa são algumas das características.
O Siesta pretende transportar para Portugal um pouco da cultura Mexicana, quer gastronomicamente passando por um conjunto de ementas típicas Mexicanas e no qual se inclui cocktails bem como costumes e tradições deste povo
México, um pais com tradições, cultura e sobre todo calor humano. Cheio de cores, aromas e sabores que se encontram
Nas suas comidas.
Uma ebulição de essências que ao mistura-se formam um eclipse total que satisfaz até o mais exigente paladar.

Localização:

Nosso menu:

  • Conchinita pibil
  • Pollo sin nombre
  • Mousse de Cajeta
  • Pastel de chocolate
  • Margaritas


Crítica:
Localização
Junto ao passeio marítimo de Algés, com vista privilegiada para o Tejo e numa zona totalmente desprovida de habitação. Excelente para quem quer fugir da confusão das cidades.

Estacionamento
Uma grande extensão de lugares para quem visita o passeio marítimo e que acaba por beneficiar o restaurante, especialmente ao jantar quando todos os transeuntes já regressaram a casa. Não se esqueçam de levar uma moedinha para o arrumador não oficial, dado que não existem parquímetros.

Decoração
Tipicamente mexicana, está muito bem conseguida. Muito colorida e com temas específicos por sala. Não sendo propriamente uma decoração relaxante, serve o propósito temático do restaurante.

Ambiente
Tem vários espaços distintos, embora alguns deles sejam interiores e um pouco apertados. A música mexicana torna-se algo repetitiva e cansativa por estar alguns decibéis acima do aceitável.

Tipo de Cliente
Preferencialmente visitado por gente jovem e disponível para experimentar novos tipos de gastronomia. Muitos casais e quase nenhumas crianças, talvez devido à fama que a comida mexicana tem de ser picante e forte para os estômagos mais sensíveis. Excelente para grupos de amigos devido ao ambiente animado.

Serviço
Elegante e muito profissional, talvez contrastando com o ambiente descontraído do estabelecimento, mas muito rápido, solícito e eficaz. Nunca foi necessário aguardar que alguém nos atendesse.

Ementa
No que toca a diversidade é muito apelativa, desde as entradas até ás sobremesas, passando pelos pratos de frango, vaca, porco e camarão. Tem também menus económicos para os almoços semanais.

Entradas
Fiquei a conhecer o “Queso Fundido” que satisfez o suficiente para perder a vontade de comer o prato principal. Estava muito bom, bem apresentado e em quantidade apreciável.

Pratos
Foi, talvez, o calcanhar de Aquiles da refeição, pois o que foi pedido não correspondeu ás expectativas. O “Pollo a la Talla” vinha esturricado por fora e cru por dentro, uma combinação nada agradável quando se trata de frango. Quanto aos “Camarões Cuitlacoche” estavam regulares, mas com poucos camarões e muito cuitlacoche.

Sobremesas
Mesmo já sem fome, experimentei a Mousse de Chocolate Branco. Foi uma surpresa agradável pela imaginação e originalidade, mas tornou-se muito enjoativa após 3 ou 4 colheradas, até porque a sobremesa tem dimensões bem generosas.

Bebidas
Confesso que não reparei na diversidade, mas experimentámos as Margueritas de Limão e de Morango (como não podia deixar de ser). A de morango revelou-se muito boa e um excelente acompanhamento para a refeição, quanto à de limão tinha excesso de sal na borda do copo que terá tornado a bebida quase intragável e cansativa.

Preço/Qualidade
Se pretendermos fazer uma refeição completa com entradas, prato principal, bebida, sobremesa e café teremos que desembolsar cerca de 30€/pessoa, mas se optarmos apenas pelo essencial fica por 20€/pessoa. Seja como for, são preços acima da média para o serviço prestado, embora no cômputo geral tenha ficado satisfeito com a experiência.

Conselhos
- Convém reservar com antecedência, porque está sempre cheio.
- As entradas são muito bem servidas, portanto se optar por uma poderá considerar não pedir prato principal.
- Quando pedir o prato principal pergunte exactamente do que se trata para não ter surpresas desagradáveis.
- O jantar tem mais encanto até porque há menos confusão e outro ambiente, embora o tipo de comida seja mais apelativo para um almoço.

por jornalazul.blogs.sapo.pt

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Friday 28 November 2008

Café Malaca

Cais do Gás Armazém H 1º Clube Naval Lisboa
1200-109 - Lisboa
Tel. 21 347 70 82
Encerra às Segundas. Reserva aconselhável

Fusão, Asiático

Bastantes variedades asiáticas muito bem confeccionadas, as doses pecam pelo tamanho (apetece sempre mais). O caril verde é realmente bom, o pato também estava delicioso, as sobremesas não convenceram muito. O ambiente é muito intimista e quase clandestino bastante escondido no armazém do Clube Naval, quase parece um clube secreto onde se pode provar os sabores contrabandeados nos porões dos barcos no porto em frente. O serviço é atencioso e dedicado, bastante generoso em empregados para o tamanho da sala. No fim a conta pode pesar um pouco, mas os sentidos agradecem. Bom sítio, a voltar.

Comida

Muito saborosa de várias influências

Preço

€€

15 a 25 Euros

Ambiente

Atmosfera simpática

Serviço

Eficiente

O primeiro piso do Clube Naval de Lisboa, no Cais do Sodré, esconde uma pérola com sabor, visual e aromas do Oriente. De olhos postos no rio Tejo, aqui, na companhia da brisa ribeirinha, se degustam iguarias do outro lado do mundo. Comida asiática de fusão que se traduz numa ementa requintada. E quem quiser levar parte da experiência para casa, pode sempre fazê-lo, levando um dos artigos da loja de artesanato, integrada no restaurante.

Localização:

Nosso menu:

  • Vieiras Tori
  • Caril verde
  • Pato Hong-Kong
  • Pudim Maracujá
  • Pudim Queijo com Mel
  • Vinho da casa


Crítica:
Qual Vasco da Gama, o Lifecooler partiu rumo à descoberta dos aromas e sabores do Oriente. Como a dele, a nossa viagem também começou junto ao Tejo, mas não foi preciso levantar âncora para ir parar à Índia, Japão ou Malásia. Só foi preciso subir o lance de escadas que conduzem ao segundo piso do Clube Naval de Lisboa, no Cais do Gás. É aqui que fica o Café Malaca.


De vento em popa

O balcão que serve como bar é o casco de um barco, a sala lembra uma proa com as janelas a abrirem sobre o Tejo, o tecto é alto mas as traves mesmo sobre as mesas recordam a estrutura do interior de uma embarcação. As referências ao universo náutico, quase inevitáveis dada a sua localização, ficam por aqui. Em destaque está a decoração e a gastronomia orientais, tudo como manda a mulher do leme: Yoon Chin.

O espaço é pequeno e acolhedor, privilegiando uma atmosfera intimista onde predominam os tons claros e as cores vivas. Há mesas e cadeiras brancas de palha e outras de madeira. De uma forma ou de outra, todas foram restauradas e recicladas pela proprietária para preservar a aura que emana de objectos que têm passado. A única coisa que é nova neste espaço é o conceito que introduz, destacando-se como um dos poucos restaurantes lisboetas que servem comida genuinamente oriental.


Os tampos das mesas são todos de vidro, para deixar ver os tecidos importados da Malásia que colorem o restaurante e marcam o estilo da sala. Deste modo, cada mesa tem um padrão diferente e não há duas iguais. Assim como não há dois pratos iguais. Sobre cada uma delas, há uma orquídea e um copo de madeira com uma colher de pau e os tradicionais pauzinhos chineses. Chineses são também os candeeiros que pendem à altura dos olhos de quem passa a ombreira e compõem a decoração oriental do espaço.

A música zen faz as honras da casa. É ela a primeira a receber-nos. Através da audição, já deixamos Lisboa, agora só resta deixar os outros sentidos viajarem.



Cozinha oriental de fusão

Juntar numa refeição o melhor do Japão, da Índia, da Tailândia, da China e do Vietname já é possível. Guarde o sushi e o chop suey para outra ocasião. Em vez disso experimente um crepe primavera, um bife coreano, um caril porta do dragão ou uns gyoza. É que no Café Malaca os sabores do oriente conduzem o nosso paladar e o nosso olfacto pelos quatros cantos do mundo oriental.

Nós experimentámos um crepe Vietnamita e louvamos a mistura de vegetais com os camarões e com o estaladiço do crepe. Continuamos com uns mala hai e ficamos a saber que é possível comer caranguejos sem ter de os despir da sua carapaça. Rendemo-nos ao caril verde caseiro e tirámos o chapéu ao pato Hong Kong. Este último destaca-se na lista uma vez que o pato é cozinhado no forno numa posição vertical e o prato demora no mínimo 24 horas a ficar pronto, uma vez que a ave é marinada no dia anterior.

por LifeCooler


É nestas alturas que pensamos no Vasco da Gama a caminho da Índia e como estudar História faria muito mais sentido com umas aulas práticas. Um jantar no Clube Naval, por exemplo. À beira-Tejo, a provar um dos cocktails de nome exótico (Shangai Dawn, Oriental Bronx) e a espreitar o rio pela janela. Sobe-se ao primeiro andar e lá está a salinha étnica, inspirada no interior de um barco e nas cores das especiarias. Depois é só fazer a dita viagem ao Oriente sem sair da mesa: à Malásia, Tailândia, Indonésia, Japão. É isto que o Café Malaca tem de melhor: não segmentar a cozinha por países.
Tanto se pode trincar um crepe vietnamita (picante q.b., um travo a canela), como um crepe Primavera (de maçã e vegetais, cozido a vapor). As vieiras com molho de ostras também se recomendam. Nos pratos, cinco estrelas para o caril verde tailandês (de peixe e camarão): suave, aromático – nada de confusões com o indiano.

O bife coreano, pelo contrário, sabe à vaca com pimentos de um banal restaurante chinês. Teria sido melhor arriscar o pato à Hong Kong ou o Mala Hai? Talvez. As sobremesas é que dão vontade de pedir uma de cada. Mas decidimo-nos pelo fuko e ainda bem. Fica o gelado de chocolate com malagueta para a próxima.

por TimeOut

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Saturday 22 November 2008

Curso iniciação ao Bonsai

Bonsai (em japonês: 盆栽, bon-sai), significa "árvore em vaso".

Um bonsai precisa ter outros atributos além de simplesmente estar num vaso raso. A planta deve ser uma réplica artística de uma árvore natural, em miniatura. Deve simular os padrões de crescimento e os efeitos da gravidade sobre os galhos, além das marcas do tempo e estrutura geral dos galhos. Essencialmente é uma obra de arte produzida pelo homem através de cuidados especializados.

História
Apesar da forte associação entre o cultivo de bonsai e a cultura japonesa, na verdade foram os chineses os primeiros a cultivar árvores e arbustos em vasos de cerâmica. Há provas de que, já em 200 d.C. os chineses cultivavam plantas envasadas (mais conhecidas como Penjing) como prática habitual da sua atividade de jardinagem.
Penjing é o nome que os chineses dão à arte de fazer paisagens miniaturas com rochas, musgos, árvores, etc.… É desconhecida a data do aparecimento destas artes, porém, as primeiras pinturas
retratando Penjing datam do séc. 2 A.C..
Na Idade Média, quando a China invade o Japão, os Monges Budistas transportam consigo a arte Bonsai.
Durante séculos a arte de Bonsai esteve restrita aos nobres e à alta sociedade.

No Ocidente o cultivo de bonsai como hobby desenvolveu-se bastante nos últimos 20 anos e hoje estas pequenas árvores estão espalhadas por todo o mundo. O crescente interesse pelo bonsai é partilhado com a crescente atenção dada às artes orientais nos últimos anos. Apesar de parecer um hobby extremamente exótico, o cultivo de árvores em miniatura não é por si só muito mais complexo do que a jardinagem comum aplicada a plantas em vasos. A diferença básica é o cuidado para reproduzir as características de uma árvore de porte muito maior, e aí reside a dificuldade. Mais do que cuidadosa poda e adubação, é preciso também muita paciência e alguma habilidade artística.

Técnicas
O crescimento das árvores é controlado com a aplicação de várias técnicas.
As árvores não são modificadas geneticamente. Praticamente qualquer espécie pode ser utilizada, sendo as mais famosas, as dos gêneros Pinus(pinheiros), Acer (bordo), Ulmus (olmos), Juniperus (junípero/zimbro), Ficus(figueira), Rhododendron (rododendro), entre outras.

Poda - Tem a dupla finalidade de formar e conter o crescimento da planta. Manutenção (poda de secos, danificados e cruzados, reduções de emergência), Formação (intuito de formar o aspecto geral da árvore), Radicular (Contenção do desenvolvimento).
Transplantes - Troca de solo e restruturação das raízes.

Cuidados
Exposição - Cada planta tem as suas necessidades, Exterior (as endemicas), Interior (Tropicais) e Misto (Inverno recolhido). Ter em conta que a exposição solar e a correntes de ar potenciam a evaporação o que pode resultar em seca.
Rega - em quantidades moderadas: Entenda-se por moderada a rega feita com critério, não com economia. O que não podemos fazer é molhar nosso bonsai todos os dias, se ele não seca de um dia para o outro, por isso o clima, o vento, a localização da árvore vão sempre incidir directamente na frequência de rega. A rigor, deve usar-se a sensibilidade, regar quando a terra estiver seca, e não regar quando ela estiver ainda húmida.
Adubos e Vitaminas - Uso de adubos com menor quantidade de nitrogénio: O nitrogénio em excesso provoca crescimento acelerado e folhas com tamanho maior que o desejado.

Estilos
Os Japoneses, ao tomarem contacto com a arte de Bonsai, "regraram" as forma em que estes eram criados, para desta forma "simplificarem" a sua avaliação estética.
Estas regras vulgarmente chamadas de "estilos clássicos Japoneses", serviam também para simplificar e garantir, a manutenção estética dos Bonsai ao longo de gerações.
Estes estilos são inspirados nas formas que as árvores criam na natureza, aperfeiçoadas ao detalhe através da técnica Bonsai.

Hokidashi (nome em japonês) – Árvore de copa redonda, normalmente com o tronco recto, podemos vê-la na natureza em várias espécies e locais (ex: laranjeira).



Moyogi – Direito informal, árvore cujo tronco apresenta diversas curvas com pernadas no lado externo de cada curva.



Chokan – Direito formal, árvore de tronco recto, com varias pernadas distribuídas em seu redor.



Shakan – Inclinado – São árvores que apresentam o tronco, mais ou menos
recto, mas descentrado do sei eixo, ou seja inclinado.



Bunjingi – Literário – Este estilo surgiu entre os boémios, que cansados da
rigidez dos estilos tradicionais e inspirados pelos pintores chineses “Sung do
sul”, começaram a criar bonsai de linhas fluídas, ligeiras e limpas em que a
massa verde apenas tinha uma pequena representação. São bonsai em que a
linha dominante é a altura e em que o vazio está muito presente.



Fukinagashi – Batido pelo vento, facilmente vemos árvores na natureza tomarem esta forma, junto a zonas costeiras com ventos dominantes do lado do mar.



Yose –eu - Floresta, conjunto de diversas árvores da mesma espécie, de alturas e espessuras de tronco diferentes conjugadas entre si em harmonia.



Kabudachi – Maciço, Troncos múltiplos – A copa de cada tronco é
trabalhado tendo em conta o conjunto, de modo que alguns troncos
podem-se usar como pernadas, não sendo necessário que tenham um
ápice definido, fazendo com que a copa seja formada pelo conjunto
dos diferentes troncos.



Ikadabuki – Balsa – Na sequência de uma intempérie, uma árvore cai, fica
na horizontal. A partir dessa árvore criam-se novas raízes ficando o tronco a
parecer uma raiz comum quase recta. Os ramos laterais formam os novos
troncos.



Sekijojo – Agarrado à rocha, planta cujas raízes “abraçam e engolem” uma rocha formando um conjunto em profundo equilíbrio, neste estilo a planta alimenta-se no solo que se encontra no vaso por baixo da rocha.



Is-hitsuki -Plantado na rocha, uma ou mais plantas plantadas sobre uma rocha que lhes serve de vaso visto conter solo em cavidades na própria rocha.



Kengai – Cascata, planta cujo ápice cresce para baixo, é usual verem-se árvores na natureza adquirirem esta forma quando crescem em montanhas em que o peso da neve e os ventos as fazem crescer para baixo protegendo-se pela encosta da própria montanha.



Han-kengai – meia cascata, neste estilo é a primeira pernada que se estende para baixo, tendo um movimento dominante sobre o ápice.



Sharimiki – planta com várias zonas de madeira morta, neste estilo mais importante que a forma do Bonsai (que até se pode incluir noutro estilo, é a quantidade de zonas do tronco mortas (shari), bem com de ramos mortos (jin), normalmente representa uma árvore bastante velha e fustigada pelas condições climatéricas.



Neagari – raízes expostas, neste estilo a base da planta é composta por várias raízes expostas, como que pela erosão do solo e pelas constantes inundações.



Links
Wikipédia
Peijing-Bonsai
Luso-Bonsai

Thursday 20 November 2008

Nem aqui nem ali


De Bill Bryson
Quetzal Editores 1991

Muito bom, este é um livro que se devora. Quem já percorreu a Europa de mochila não pode deixar de esboçar um sorriso com as descrições e rever-se em muitas delas. Noutras a inocência do narrador é tal e as situações tão caricáticas que não podemos conter as gargalhadas. Só não concordo com a crítica apresentada sobre a gastronomia Alemã, eu pessoalmente não tenho razão de queixa, muito pelo contrário. A não perder.



Quem já tenha andado pela Europa ficará cativado pela combinação de temor e atordoamento que Bill Bryson empresta a esta memória ruidosamente cómica de uma viagem pelo Velho Continente. Ao deambular por Paris, Amesterdão, Copenhaga, Estocolmo, Roma, Genebra, Viena e outras grandes cidades da Europa, Bryson - o escritor que mais livros de viagens vende na actualidade - explica como os Franceses são geneticamente incapazes de «formar bicha»; por que motivo a cerveja jugoslava encoraja as pernas a «avançar para um pequeno passeio lunar involuntário»; e interroga-se quanto ao facto de o Armistício não ter exigido aos Alemães que depusessem os acordeões juntamente com as armas....

Extractos:
Os Italianos estacionam como eu faria se vertesse um jarro de ácido clorídrico no colo.
A meu ver, o único animal de estimação possível é a vaca. As vacas amam-nos. São inofensivas, têm bom aspecto, não precisam de um caixote para defecar, mantêm a erva controlada e são tão confiantes e estúpidas que não se pode senão abrir-lhes o coração. No lugar onde vivo, no Yorkshire, existe uma manada de vacas ao fundo da vereda. Podemos encostar-nos a um muro a qualquer hora do dia ou da noite que, passado um minuto, todas as vacas virão a balançar-se e ficarão junto de nós, demasiado estúpidas para saberem o que fazer a seguir, mas felizes só por estarem connosco. Tanto quanto sei, ficariam ali o dia todo, possivelmente até ao fim dos tempos. Escutarão os nossos problemas e nunca pedirão nada em troca. Serão nossas amigas para sempre. E quando estivermos fartos delas, podemos matá-las e comê-las. Perfeito.

O corpo da mentira

Realista quanto baste. Boas interpretações. Uma visão perturbadora do mundo actual e do potêncial falhanço da guerra contra o terrorismo.

Título original: Body of Lies
De: Ridley Scott
Com: Leonardo DiCaprio, Russell Crowe, Mark Strong
Género: Dra
Classificação: M/12

EUA, 2008, Cores, 128 min. (IMDB)

Ex-jornalista ferido na Guerra do Iraque, Roger Ferris (Leonardo DiCaprio) é recrutado pela CIA para descobrir um líder terrorista que opera na Jordânia. Para se infiltrar na rede, Ferris tem de conquistar os apoios do agente veterano da CIA Ed Hoffman (Russel Crowe) e do chefe das Informações da Jordânia, que pode não ser tão honesto quanto parece. Será que Ferris pode confiar plenamente nos seus aliados sem pôr em risco toda a operação e a sua própria vida? in Público

Crítica:
Já não há heróis

Que os espiões já não são o que eram anda por aí um James Bond que já não tem muito a ver com os dias de ouro de Sean Connery a prová-lo. Que a espionagem também mudou vem prová-lo "Corpo da Mentira" onde o "herói", agente de campo que navega com destreza pelas complexidades geopolíticas do Médio Oriente, não só se deixa "comer" pela concorrência como é mantido às escuras pelo seu chefe tecnocrata que não levanta o rabo de Washington mas não tem problemas em lixar quem se meter no seu caminho.

A premissa de "O Corpo da Mentira" não podia ser mais simples: os EUA estão a perder a "guerra contra o terror" porque continuam a não perceber que isto não é o "quero posso e mando", e não ouvem o suficiente o pessoal que está no terreno e tem a verdadeira noção do que se está ali a passar. Depois, é só "embrulhar" a premissa num revestimento de caleidoscópio de espionagem que vai de Sheffield a Amã passando por Washington e Incirlik e fazê-la passar por entretenimento. Táctica que não resultou o ano passado com "O Reino", de Peter Berg, cujos retornos de bilheteira foram modestos; e parece voltar a não ter resultado com o filme de Scott, que esbarrou no desinteresse das audiências americanas para com filmes que ficcionalizem os dilemas da política externa de Bush.

Em abono da verdade, o "embrulho" de caleidoscópio de espionagem não disfarça grandemente a vocação do filme como thriller político, adaptando o romance do jornalista do "Washington Post" David Ignatius sobre um agente da CIA que procura manobrar por entre as areias movediças de alianças de conveniência ao tentar fazer sair da toca um sucedâneo de Bin Laden. Trocando por miúdos: "Syriana" com mais acção e mais tecnologia, mas sem conseguir esquivar-se às armadilhas que essa definição coloca.

Ora é um tecno-thriller à imagem do "Inimigo Público" do mano Tony, ora uma meditação melancólica que tem algo de Le Carré no modo como pinta a espionagem com cores soturnas, ora um objecto que levanta questões políticas prementes relativas ao que é demasiado entendido como "imperialismo americano" (sobretudo na cena do almoço entre Leonardo di Caprio, Golshifteh Farahani e Lubna Azabal e na presença de Russell Crowe como o untuoso superior hierárquico de Di Caprio, com um sotaque do Sul dos EUA a sublinhar o seu alinhamento com uma administração "de resultados").

Pelo meio disto tudo, "O Corpo da Mentira" nunca consegue criar uma personalidade própria; é um híbrido funcional mas anónimo, que Scott filma com o seu habitual cuidado mas ao qual não consegue imprimir a urgência que a história exige (o mundo real não é, definitivamente, o habitat natural do realizador inglês).

Mas é apreciável ver um filme que, por uma vez, não toma os espectadores por estúpidos nem lhes dá o herói linear que o marketing dá a entender.

Jorge Mourinha

Sunday 16 November 2008

Comporta Café

Praia da Comporta - Comporta
7570-469 - Melides
Tel. 26 549 76 52
Encerra às Segundas

Lounge de praia, Peixe e Mariscos

Sítio de eleição para relaxar um pouco. Bom ambiente principalmente num belo dia de sol e sem as hordas de veraneantes. O peixe é de boa qualidade, inflaccionado de preço, bem confeccionado e bem servido. As sobremesas não são grandes coisas. Apetece voltar nem que seja pelo cacau quente e pelo cheiro a maresia.

Comida

Boa

Preço

€€€

25 a 40 Euros

Ambiente

Excelente ambiente

Serviço

Médio

O Comporta Café abriu as suas portas no início de 2003. É um espaço implantado no areal da praia da Comporta, Península de Tróia, que tem como principal objetivo o bem servir. Permite almoçar ou jantar em frente ao mar, num ambiente aprazível onde reina o bom gosto, o bom serviço, a simpatia e a boa confecção da comida tradicional portuguesa e não só. Não esquecendo o bom som e a vista magnífica do Oceano Atlântico, este é um local onde se vai para relaxar e apreciar a vida.
A decoração do Comporta Café foi desde logo pensada como um factor determinante, já que se pretende cativar os visitantes, em primeiro lugar, pelo bem estar. Assim, a concepção decorativa do espaço esteve a cargo da decoradora Marta Bouça, da loja "Mandrágora" em Lisboa. Nada foi deixado ao acaso, cada pormenor foi pensado para proporcionar o máximo conforto: os azuis do mar, o rosa das flores, as riscas dos toldos de praia do tempo dos nossos avós, os quadros de fotografias de praia em preto e branco, e a sensação de profundidade proporcionada por espelhos, acompanhados de altas colunas de luz. A iluminação é outro elemento fundamental e a sua concepção foi da responsabilidade de Vasco Martins. A luz é ténue e indirecta, como convém a um bom jantar à beira-mar, complementada por velas. Estas são, aliás, uma presença constante no restaurante, um elemento decorativo imprescindível para manter o romanticismo e o mistério que a noite traz.
O Comporta Café nasceu a partir de um sonho de duas pessoas, com vários anos de experiência no ramo da hotelaria, que apostaram em criar um espaço "lindo de morrer", capaz de conjugar (quase todas) as coisas boas da vida. Um sítio onde nos sentimos bem, onde somos estragados com mimos, alvo de todas as atenções, deliciados com mil pormenores, da comida à paisagem, da decoração ao serviço.

Localização:

Nosso menu:

  • Cascas de batata
  • Queijo com mel
  • Caril de gambas com Manga
  • Massada de peixe
  • Fondue de chocolate
  • Sangria branca


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Friday 14 November 2008

Tasquinha da Adelaide

Rua do Patrocínio 70/74
1350-231 - Lisboa
Tel. 21 396 22 39
Encerrado aos Domingos e Feríados

Tradicional

Do melhor que se pode esperar de pratos tão tradicionais, excelente sabor e muito bem confeccionados. O arroz de pato estava delicioso. Atendimento atencioso. Ambiente simpático e acolhedor mas muito apertado, a privacidade entre mesas é quase nula. No fim a conta deixa um travo amargo, ao fim ao cabo, por mim bom que fosse, só comi um arroz de pato. Agradável merece nova visita assim que me esquecer da conta.

Comida

Do melhor

Preço

€€€

25 a 40 Euros

Ambiente

Simpático mas muito apertado

Serviço

Bom nível

Restaurante tipicamente português, de pequenas dimensões, com excelente comida caseira. A especialidade vai para os pratos transmontanos.

Localização:

Nosso menu:

  • Queijo de cabra panado
  • Arroz de Pato
  • Bacalhau à Adelaide
  • Tarte de Framboesas
  • Bolo Chocolate
  • Marquês de Borba 2007


Crítica:
Pequenina, a Tasquinha da Adelaide, em Lisboa, é um reduto de boa cozinha portuguesa. Muito pequenina. Intimista, como hoje se diz. Mas, em nome da sua boa comida, tudo se perdoa.

LEMBRAM-SE do Alencar? Esse Alencar de 'Os Maias', precisamente? Pois eu lembro, porque tinha frases inesquecíveis. Uma delas é o primeiro de um dos seus poemas a Elvira, escrito nas penumbras fatais de Sintra, a romântica Sintra de outrora: "Abril chegou, sê minha!" E logo ali um alvoroço no deal­bar na Primavera, um sinal de adultério promissor, só de fitar a verdejante Sintra que refrescava os lisboetas que iam lá para uma temporada. Pois uso o verso para adaptá-lo: "Junho chegou, sê minha!" Refiro-me à fresquinha dos finais de tarde e à Rua do Patrocínio, paredes meias com o centro de Campo de Ourique (ou seja, com a Ferreira Borges ainda arborizada e com a passarada do Jardim da Parada um pouco mais distante), pertíssimo de quem sobe da Estrela para o bairro onde Fernando Pessoa viveu parte da sua vida. Ora, os tons crepusculares dessas ruas abrem o apetite a quem passou o dia labutando.

Há em Campo de Ourique, ainda, motivos para passeio e para que nos demoremos aqui e ali (vetustas lojas, cafés de antiga­mente, retrosarias, drogarias, tudo o que quisermos) - e para que terminemos num jantar íntimo na ínti­ma e intimista Tasquinha da Adelaide. Como não tem estacionamento à porta, recomendo vivamente o passeio, que nos poupará trabalhos adicionais. A porta, de vidro, abre para uma salinha minúscula onde, logo de frente, cabe uma cozinha minúscula. Mas nada de alarme. É pequena, pequenina, mas maneirinha, bem arrumada e saborosa - refiro-me à Tasquinha da Adelaide, evidentemente. A clientela, feita de famílias arrumadas, casais que repetem até à exaustão os florilégios de 'O Amor em Visita', turistas que leram o 'The New York Times' (que gostou muito do lugar) ou as revistas brasileiras de viagem, dis­tribui-se por cerca de vinte e tal mesas simpáticas onde são servidas coisas como paletilha de cordeiro (arrancada ao forno, crepitante, para duas pessoas), rojões à transmontana (bem fritos, com batatinhas, castanhas e grelos salteados - exuberante de coles­terol do bom), feijoada de búzios (não provei), arroz de pato (tostadinho, de grão solto e pato muito bem cozinhado antes de entrar no barro para cobrir-se de arroz), perna de borrego com feijoca (ideal para quem prefere pratos de baixas calorias e nada de hidratos de carbono), bacalhau espirituoso, ou linguadinhos fritos com arroz de grelos (ambos muito bons).

Registemos ainda, para um almoço recente, a contribuição de umas gambas (gigantescas!) fritas em azeite e uma dose conveniente de alhos esmagados, servidas com arroz branco, além de um pastelão de ovo com batatinha às rodelas, familiar de uma 'tortilla' espanhola acrescentada de salsa e de rodelas de salpicão, de uma salada de peito de pato ou de uma outra de mussarela. Se o apetite está ainda estaciona­do a níveis críticos, recomendo a sela de borrego ou o pernil, ambos servidos na travessa de barro com superlativas batatinhas de forno e grelos salteados, ou a simplicidade que chega da grelha sobre o carvão: lulas, polvo (servido à lagareiro), robalo, dourada, bife do lombo ou entrecosto.

Nada que envergonhe a cozinha de Dona Adelaide, à vista de todos, sem truques e sem vontade de enganar. Na companhia de tudo isto, uma carta de vinhos aceitável e munida de tintos de referência (a que, no entanto, faltam brancos estivais que nos ajudem a suportar os calores da temporada - sim, eu gosto bastante de vinhos brancos, e temos meia dúzia deles que podem fazer corar de pudor os mais afoitos), o que antecede a tarte de Tatin (quente, de preferência, com a bola de gelado), os dois bolos de chocolate (um, de renome na casa, feito ali, sem farinha, puro chocolate; outro, antecedido da palavra "merengue", em vários pisos de bolachinha e de diferentes chocolates), a tarte de framboesas ou de avelã, além do 'cheese cake', que tomou de assalto todos os nossos cardápios.

É nesta altura que as portas da Tasquinha (onde se é sempre bem aten­dido por pessoal muito simpático) se abrem para a noite: mais uma voltinha a pé para ajeitar as várias camadas que assentaram no estômago. Uma visita que vale a pena. Pequenina, a Tasquinha da Adelaide é um reduto de boa cozinha portuguesa. Muito pequenina. Intimista, como hoje se diz. Mas, em nome da sua boa comida, tudo se perdoa.

por fjv-cronicas.blogspot.com

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Thursday 13 November 2008

Quantum of Solace

Gosto deste género de 007. Rude sem floreados nem super armas. O enredo em si é um pouco ténue, com muitas pontas a ligarem-se mágicamente. Eu diminui-a um pouco a acção que chega a ser frenética e não deixa sobreviver nenhuma linha emotiva. Apesar de tudo é um bom filme de acção de uma linha que não se quer que termine.

Titulo original: 007 - Quantum of Solace
De: Marc Forster
Com: Daniel Craig, Judi Dench, Olga Kurylenko
Genero: Acç, Dra
Classificacao: M/12

EUA/GB, 2008, Cores, 105 min. (IMDB)

Daniel Craig é, pela segunda vez, James Bond. E, apesar de todas as críticas antes da estreia de "Casino Royale", será que, agora, alguém ainda se lembra de Pierce Brosnan...? Desta feita, Bond está determinado a perseguir quem forçou Verper, a mulher que amou, a traí-lo. Mas M (Judi Dench) e Bond percebem que a organização que a chantageou é muito mais complexa e perigosa do que tinham imaginado.
Bond cruza-se então com Camille, que procura ela também vingar-se, e que o põe na pista de Dominic Greene, um homem de negócios impiedoso que é um dos pilares da misteriosa organização. Durante a missão, que o conduzirá pela Áustria, Itália e à América do Sul, Bond descobre que Greene está a tentar apoderar-se de um dos recursos naturais mais importantes do mundo, manipulando a CIA e o Governo britânico. Enredado num labirinto de traições e mortes, à medida que se aproxima dos verdadeiros responsáveis pela traição de Vesper, o agente 007 tenta manter o avanço que leva sobre a CIA, os terroristas e mesmo sobre M, de forma a parar a organização e desvendar o plano sinistro de Greene.in Publico

Crítica:
O agente secreto no seu labirinto

Vencida a batalha do relançamento do "franchise" 007 com o excelente "Casino Royale", reinvenção inteligente do super-espião James Bond para o século XXI introduzindo no papel Daniel Craig, os "guardiões" Michael G. Wilson e Barbara Broccoli levam a renovação da máquina ao patamar seguinte, entregando improvavelmente a direcção do filme 22 da veneranda série ao suíço Marc Forster ("Monster''s Ball - Depois do Ódio", "Contado Ninguém Acredita", "O Menino de Cabul").

À imagem do que Martin Campbell fizera em "Casino Royale", também "Quantum of Solace" (título abstruso, retirado a um conto de Fleming mas aplicado a um guião original) foge a algumas das tradições da série, logo a começar pela "regra" que implicava que todas as aventuras de Bond eram independentes das anteriores: aqui, a acção arranca no ponto exacto em que o anterior terminava, naquela que é a primeira sequela oficial nos 22 filmes da série.

Forster prolonga a "circunscrição" que "Casino Royale" introduzira, sugerindo um Bond que tenha feito dieta e treino físico intensivo: eliminou-se impiedosamente toda e qualquer "palha" acessória para deixar apenas a musculatura de um filme de acção cosmopolita e espectacular que se quer espelho do mundo moderno (o vilão Mathieu Amalric é um executivo ambientalista com segundos motivos, Bond é demasiado individualista para deixar os seus chefes políticos descansados), o que explica a sua duração atípica (com 1h45, é o Bond mais "curto" de sempre). Mas, ao contrário do filme anterior, isso acaba por tornar "Quantum of Solace" numa espécie de versão "genérica" do "medicamento" Bond, presa entre o respeito pela tradição da série e a necessidade constante de a reinventar. Um excelente pósgenérico pelos telhados de Siena é demasiado derivativo da série Bourne, mas a "Bond girl" de serviço (Olga Kurylenko, num papel quase decalcado de Claudine Auger em "007 Operação Relâmpago") está mais próxima dos filmes Connery-Moore do que das actrizes mais determinadas de filmes recentes como Eva Green, Michelle Yeoh ou Sophie Marceau.

Mais à frente, o esplendoroso hotel no deserto criado pelo cenógrafo Dennis Gassner recorda-nos os tecnológicos covis de vilania que Ken Adam desenhou para a série durante décadas, mas a quantidade "nonstop" de cenas de acção (compensando o seu uso parcimonioso no anterior "Casino Royale") praticamente afoga a densidade psicológica que se queria uma das pedras basilares do "novo" Bond, tornando Daniel Craig numa eficiente máquina de matar mais do que o agente secreto complexo que se pretende.

Entre modernidade e tradição, Marc Forster procura um equilíbrio que não consegue atingir, e assina um Bond atípico, um pouco esquizofrénico, que quer agradar a gregos e troianos e acaba por não consegur convencer nem uns nem outros. "Quantum of Solace" cumpre o caderno de encargos enquanto filme de acção, mas depois da refundação de "Casino Royale" era legítimo esperar muito mais do que aquilo que nos dá.

Jorge Mourinha

A saga de James Bond continua em grande pujança formal, com a nova cara de Daniel Craig a assumir, convenientemente, a personagem, sem perder ímpeto, nem obstar à passagem do testemunho. "Quantum of Solace" não possuirá a perfeição renovadora de "Casino Royale", mas constitui-se em movimentado divertimento, sem mais, com prodigiosa velocidade e preponderância de uma inventiva montagem, acentuando o lado negro de que a série se tem progressivamente revestido.

Judi Dench prossegue a sua carismática presença, em M. A "Bond Girl" (Olga Kurylenko) está de boa saúde e recomenda-se. Mathieu Amalric constrói um excelente vilão de recorte "ecológico". Siena revela a sua espantosa fotogenia, nas sequências iniciais; o hotel do deserto é um magnífico cenário, pronto a explodir em grande espectáculo. Que mais pedir a um filme que cumpre, em pleno, os seus objectivos programáticos?

Mário Jorge Torres

Sunday 9 November 2008

Azeitão

Praça da República 8 - Vila Nogueira de Azeitão
2925-585 - Azeitão
Tel. 21 218 83 10
Encerra às quintas. Fados às quartas.

Português, Mediterrânico

Bem implantado na praça do rossio de Azeitão, maravilhosa no Outono. Boa comida. Bom serviço. Que se pode pedir mais? Gostei.

Comida

Muito bom

Preço

€€

24 Euros

Ambiente

Cuidado, numa bela vila

Serviço

Bom nível

Recomendado pelo Guia Michelin 2005 e pelo guia francês Petit Futé, este restaurante cujo o chefe é Karim Hammouche, tem à disposição várias especialidades da cozinha portuguesa e uma garrafeira dedicada aos vinhos da região. O ambiente é requintado, mas descontraído.

Localização:

Nosso menu:

  • Cascas de batata frita
  • Ovos de codorniz
  • Cous-cous de camarão
  • Pataniscas com arroz de feijão
  • Leite creme
  • A bela sintra (2005 Alentejo tinto)


Crítica:
No chamado Rossio da vila, o restaurante Azeitão não tem razões para se queixar dos vizinhos. A Fonte dos Pasmados onde, segundo diz a lenda, quem dela beber para sempre ficará ligado à vila, a Igreja de São Lourenço do século XVI e as caves José Maria da Fonseca, instaladas num bonito edifício oitocentista.

A lamentar apenas o estado de degradação do Palácio dos Duques de Aveiro, cuja fachada ainda deixa adivinhar a importância e monumentalidade que já teve. Fica-nos o cheiro à atmosfera aristocrática que noutros tempos caracterizou Azeitão.

Depois ou antes da visita a Azeitão-vila, o intervalo do passeio pode ser no Azeitão-restaurante para recordar alguns sabores da cozinha típica portuguesa. Como o gaspacho, a açorda de coentros com ovo escalfado, a casca de batata frita com molho de natas e mais do que evidente, o queijo de Azeitão feito com leite de ovelha e um saber antigo.

Das Especialidades, onde se encontra o bacalhau com azeite e broa, às Comidas do Mar como a consistente sopa de peixe (uma refeição por si só) e as simples pataniscas com arroz de feijão... sente-lhe o cheiro?

Do talho há picanha tropical, bife com molho de Moscatel, entrecosto com migas e mais oito sugestões que ajudam à festa. A Insustentável Leveza é conseguida pelas cinco qualidades de saladas. Das Coisas Boas que adoçam a refeição, as mousses, o bolo de chocolate com framboesa e a bela da torta de Azeitão. Nem poderia ser de outra forma.

Todos se recordarão da riqueza que esta região ainda representa no que ao vinho diz respeito. A carta é original e está baseada na ficha do produto com preços recomendados. Aroma, cor, paladar e ph são as informações fornecidas sobre os vinhos de Azeitão, porque só estes têm entrada nesta casa. Quatro caves estão representadas. José Maria da Fonseca, J.P.Vinhos, Quinta da Cachamoa e Casal do Tojo. Os apreciadores sabem do que falamos.

E agora que já estamos compostos, façamos silêncio para escutar o fado. Todas as quartas-feiras, quando o manto da escuridão invadir Azeitão, vozes jovens e pouco conhecidas, outras mais sonantes e sobejamente reconhecidas, têm lugar para dar voz ao sentimento. Ah pois, não é só em Lisboa que se canta a canção da saudade.

Nesta altura a decoração deixa de ser a protagonista e os nossos olhos deixam de estar postos no espantalho da entrada e nos utensílios campestres esbanjados pela casa. E no entanto, com ou sem fado, a atmosfera é descontraída e requintada.

por Lifecooler

Outros links: