Saturday, 8 November 2008

Santo António de Alfama

Beco de São Miguel 7
1100-538 - Lisboa
Tel. 21 888 13 28
Encerra às 3ªs. Aberto até às 2:00

Internacional, Fora de horas

Sugestões inovadoras e deliciosas, principalmente a nível de entradas, alíás pode-se perfeitamente ficar por estas sem encomendar prato. Boa qualidade nos ingredientes. Serviço eficiente. Ambiente muito simpático. Gostei bastante.

Comida

Boa e de boa qualidade

Preço

€€

23 Euros

Ambiente

Bela casa num bairro típico

Serviço

Eficiente

Um restaurante com entradas originais, como cascas de batatas fritas e morcela com puré de maçã. Os bifes fazem as honras da casa mas também há pratos de peixe para todo os gostos. São três pisos com uma decoração muito "show biz", principalmente o piso térreo apinhado de fotografias das gentes do teatro e cinema.

Localização:

Nosso menu:

  • Cascas de batata frita
  • Morcela assada com puré de maçã
  • Bife de lombo com molho cogumelos
  • Cous-cous de vegetais
  • Praliné com tequilha
  • Tinto da casa

Crítica:
Há coisa de talvez um ano a casa mudou de donos, mas não mudou a tradição. O sítio faz-se de muitos retratos de artistas de palco e ecrã, entre cantores e actores, com alguns poetas à mistura. Voltei lá passado uma longa ausência, talvez dois anos, mas nos comeres também não notei grande mudança, tal como na simpatia do serviço. Ainda bem. Nos males mantém-se as coisas. Pronto, a casa não mudou!
O petisco bem lisboeta, e muito esquecido, das cascas de batata é o ex-libris da casa e faz uma bela diferença como nota de boas vindas, quando a restauração portuguesa não passa da banalidade barrada no pão... perdão, da manteiga barrada no pão e, muitas vezes duns patés e queijo fundido de plástico. Benditas casca de batata passadas na frigideira!
Por mim, sempre que vou a este restaurante, fico-me bem só com entradas e faço uma refeição de petiscos. Se a fome é muita avanço para um prato. Desta vez aconteceu-me esta segunda hipótese. As minhas escolhas, que partilhei, foram uma salada de chévre gratinado, brie panado com doce de mirtilo, frango à passarinho e carpaccio de carne. Posteriormente veio um magret de pato com molho agri-doce com batata assada, acompanhada de maionese de alho.
Tudo isto já existia na ementa antiga, a diferença é subtil, mas importa: a qualidade dos produtos. O chévre mostrou-se pastoso e bem menos elegante que o antigo. Onde antes havia camembert há agora brie, sem que se note vantagem na troca dos queijos. O carpaccio já foi de melhor carne e na cozinha já se escolheu melhor o frango. Para sobremesa veio uma strudel de maçã (sic!) bem gostosa com gelado de baunilha. Uma combinação clássica e que se mostrou competente.
No que toca ao vinho já a nota é menos positiva. A primeira é a falta de opções da carta, com as escolhas todas muito niveladas, tanto em termos de qualidade como de preço. Já que refiro preço devo escrever que ali se pratica a especulação. Os valores cobrados são estapafúrdios para um restaurante daquele nível, para vinhos daquele estatuto e para a competência de copos e empregados. Na avaliação feita, entre existências, qualidade e preço, optou-se por um Sexy 2004 (Regional Alentejano), pelo qual cobraram 15 euros. Este tinto pedia espaço, o que os copinhos fornecidos não permitiam, pelo que os clientes tiveram de fazer a vez dos serventes e sugerir a mudança dos copos por uns que fizeram justiça aos aromas e sabor deste vinho de nome tão insólito. Para culminar e confirmar a falta de jeito da gente desta casa com o vinho refiro apenas o episódio final: na carta existe referência a Vinho do Porto Vintage, sem que especifique a casa produtora ou o ano. Embarquei ciente que sairia embuste. Veio uma bebida doce que um dia foi Vintage; estava intragável, completamente oxidado pelo tempo.
O serviço foi esforçado e simpático. Fora o vinho, que obriga a algum esforço e contenção, ou pouca exigência do comensal, ainda vale a pena provar os petiscos do Santo António de Alfama.

por joaoamesa.blogspot.com

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