Sunday 30 January 2011

Krier 2007

Dourado, Frutado ligeiramente acido, fresco e prolongado. Uma surpresa fabulosa, acompanhou um prato de peixe de forma magistral.



Tipo: Vinho branco
Origem: Domaine Viticole Krier-Welbes, Moselle Luxembourgeoise AOC, Luxemburgo
Características: 2007, 12,5º, Riesling

This is the king of the Luxembourg Wines! The Riesling is a classy wine, elegant of a prominent breed. Its lofty acidity and long taste, makes it the perfect companion to all fish dishes. It is majestic together with smoked ham and it goes heavenly with crawfish.

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Friday 28 January 2011

A Queda

Um monstro que afinal não passava de um ser humano. Um retrato realista e angustiante dos últimos dias do III Reich. Bruno Ganz tem um papel soberbo como Hitler que flutua, pertubadoramente, entre o velhote circunspecto e o Fuher implacável e demoníaco. Gostei do retrato das diversas figuras do Reich que só conhecia dos livros ou dos filmes estereótipados. Gosto de filmes assim, crus, só com sal.


Título original: Der Untergang
De: Oliver Hirschbiegel
Com: Alexandra Maria Lara, Bruno Ganz, Corinna Harfouch
Género: Drama, Guerra
Classificação: M/16

Alemanha, 2004, Cores, 150 min. (IMDB)

Baseado nas memórias da secretária de Hitler, Traudl Junge, e na pesquisa do historiador Joachim Fest, o filme recupera os últimos 12 dias do ditador alemão, aqui protagonizado por Bruno Ganz. A 20 de Abril de 1945, Hitler refugia-se num bunker situado sob a Chancelaria, em Berlim. Na superfície, os constantes bombardeamentos da artilharia russa anunciam a chegada do inimigo. A capital alemã encontra-se reduzida a escombros e os combates de rua começam. Apesar do esforço dos poucos soldados, ajudados pelas milícias populares e por crianças da Juventude Hitleriana, a derrota é inevitável. No interior do bunker, Hitler faz os seus últimos preparativos. Com ele encontram-se, entre outros, Eva Braun, a sua companheira, Josef Goebbels, Ministro da Propaganda, e a mulher deste, Magda.in Publico

Crítica:
Há um momento, no princípio de "A Queda - Hitler e o fim do III Reich", em que o realizador Oliver Hirschbiegel denuncia ao que vem o seu filme. Um movimento de câmara acompanha Hitler, que se prepara para entrar para uma sala onde aguardam vários oficiais. Na altura em que fica de costas para a câmara, esta mergulha para um rápido reenquadramento que deixa, por um ou dois segundos, as mãos tremelicantes de Hitler/Bruno Ganz em grande plano.

O trejeito "voyeurístico" contido neste reenquadramento é quase um "raccourci" do olhar que o filme tem para dar sobre Hitler. A atracção do "interdito", em primeiro lugar: espreitar os últimos dias de Hitler com o fascínio de quem cruza um espaço proibido. A "fetichização" do ditador, depois: "A Queda" não ultrapassa o imediatismo de um efeito automático, agitando um boneco de Hitler antevendo logo a prostração que ele induzirá no espectador (não é muito diferente de uma lógica de viagem num comboio-fantasma). Finalmente, a sinalização do lado humano, vulnerável e doente do Hitler envelhecido, numa composição "realista" de pormenor, quase como crónica da performance de um actor.
Provavelmente é preciso ser-se alemão (ou israelita) para não se achar exagerado o estardalhaço à volta do filme; mas ao mesmo tempo ele faz parte desse estardalhaço, na medida em que não é capaz de responder à questão de fundo: que fazer, 60 anos depois, com Hitler? Como o retratar? Demonizá-lo ou reduzi-lo à sua mais simples (e humana) expressão? Esta incapacidade de resposta sente-se no filme sobretudo se pensarmos no seu Hitler como o Hitler mais indefinido de todos quantos já foram retratados em cinema. É um Hitler "neutro", sobre o qual não recai nenhum olhar estruturante - num filme em que ele é o centro de tudo, este é um "não-retrato" de Hitler. É uma lógica simples (e simplista): agita-se um espantalho e fica-se à espera das reacções. Sensacionalista, nesse sentido.

Curiosamente, este poder do "espantalho" de Hitler podemos vê-lo condensado num filme de 1942, "To Be Or Not To Be" de Ernst Lubitsch, onde o genial cineasta utilizava (com propósitos de sátira) o "efeito de real" provocado pela presença de um actor disfarçado de Hitler para salientar (e desmontar) essa prostração. Em 2005, "A Queda" mostra que, num certo sentido, ainda estamos em 1942, e que uma imagem de Hitler é sempre "transparente": não se vê a imagem, mas Hitler ele próprio. E que não se diga que a consciência disto não fez parte do jogo - a esse respeito, bem jogado - de Hirschbiegel.

Bruno Ganz, no papel do "espantalho", é pela sua parte irrepreensível. O seu trabalho de composição é notável, mesmo (ou sobretudo) quando parece mais perdido dentro de Hitler do que Hitler parecia perdido dentro do "bunker" em Abril de 1945. Mas cabe aqui lembrar o "Moloch" de Alexandr Sokurov, o primeiro filme da trilogia do cineasta russo dedicada a vultos da tirania no século XX (filmou depois Lenine e Hirohito): se o problema deste Hitler é ser "humano", então ainda bem que poucos viram o de Sokurov. Mas o de Sokurov era claramente um "retrato", ou seja, um olhar e uma caracterização conduzidos em determinada direcção - o fascínio de Sokurov, no entanto, era semelhante ao que parece motivar o de Hirschbiegel: o facto de Hitler ter sido quem foi e ter feito o que fez e ser, ao mesmo tempo, "um de nós". "Moloch" é um filme em recusa da "excepcionalidade" de Hitler, inclusive em recusa da sua "monstruosidade"; os problemas figurativos (e o afastamento da "neutralidade") ultrapassavam-se porque Sokurov não se detinha no "realismo" e acelerava rumo ao "hiper-realismo": era um Hitler de pele verde de tão macilenta, farrapo humano prisioneiro de todas as doenças, reais ou imaginárias.

Hischbiegel, por seu lado, é desajeitado até no desenho das figuras secundárias (mas proeminentes) do III Reich. Goebbels, apagadíssimo, tem rosto de "cartoon" (sem nenhum do carisma que o original devia ter); o arquitecto Albert Speer aparece a corporizar se não o nazi "bom", pelo menos o nazi "lúcido"; sobre Eva Braun o olhar tem a mesma indefinição do olhar sobre o ditador (mas Eva é mesmo mais indefinível). Outra mulher, Magda Goebbels, acaba por ser a personagem mais perturbante do filme, e a cena da morte dos filhos é a melhor de "A Queda" (mesmo que para ser verdadeiramente boa devesse ser apenas uma elipse). Nota final: com os seus problemas de olhar "estruturante" a revelarem-se ainda na relação com os espaços (o do "bunker" e o da "superfície"), e ainda com um excesso de simbologias redentoras (o miúdo com que o filme acaba, e que desde cedo se percebeu que tinha reservado o papel de imagem da "nova Alemanha"), é um filme que põe sempre questões interessantes, e é um filme interessante por isso mesmo. No fim, se persistir algum incómodo, pode-se ir buscar o melhor antídoto, e rever o Adenoid Hynkel do "Grande Ditador" de Chaplin. Como alguém disse, um nazi que em 1942 já tivesse visto o Chaplin e o Lubitsch percebia que o III Reich estava condenado: nada que se prestasse assim à ridicularização podia ter grande futuro. Mesmo que entre 1942 e 1945 se tenham passado demasiados anos.

Luís Miguel Oliveira

Saturday 15 January 2011

Coelho da Rocha

Acima média

Tradicional . Portuguesa . Regional
Morada:Rua Coelho da Rocha 104
1350-079 - Lisboa[Mapa]
Tel:213900831 Reserva:Aconselhável Encerra:Agosto
Web:
Preços:€€€ (25 a 35€)
Cozinha digna de nota
Garrafeira digna de nota



Uma casa antiga, a funcionar desde a década de 80, no coração de Campo de Ourique, de rosto voltado para o mercado do bairro. Tradicional até à medúla, ainda se (re)veste de azulejos e dedica-se de corpo e alma à gastronomia tradicional portuguesa, oferecendo com excelentes receitas tradicionais e apresentando pratos segundo a tradição gastronómica das diversas regiões do país.
Entradas: Carabineiros à moda da casa; Amêijoas à bulhão pato.
Peixe: Amêijoas à Bulhão Pato; Peixe no forno; Açorda de marisco; Linguadinhos com arroz de grelos; Bacalhau à Rocha; Ensopado de lulas; Tranches de garoupa à minhota; Lulas fritas à Sevilhana; Lulas recheadas; Bacalhau à Gomes de Sá; Arroz de polvo.
Carne: Arroz de coelho; Empadão de faisão; Empada de perdiz; Arroz de pato; Cabidela; Borrego assado no forno; Iscas de vitela à Portuguesa; Lombinhos de javali à chefe.
Doces: Encharcada; Tarte de queijo; Tarte de maçã; Delícia de chocolate; Mousse de chocolate; Mousse de maracujá.
Críticas:
Gosto da solidez e tradição do lugar. Bom serviço. para voltar apesar da conta pesada.
Nosso menu:

Quando entramos pela porta do Coelho da Rocha, em Campo de Ourique, Lisboa, já sabemos ao que vamos: à reconciliação com a parte mais saudosa e estável do estômago.
Empanturramo-nos de cozinha de fusão - ou seja, debicamo-la. Os nossos estômagos são, perio­dicamente, coisas delicadas; a nossa alma é, de vez em quando, aventureira como gostávamos de ser na realidade. Extasiamo-nos diante de uma torta de aipim com "tempura" oriental, apreciamos a originalidade, o risco, a fronteira entre o comestível e o irrepreensível. Os 'gourmets' são outra categoria: apenas apreciam o excelente, o melhor entre o me­lhor. Eu sou humano. Não tenho nada de 'gourmet' - a cozinha fez de mim um vadio que gosta de provar, de repetir, de evitar, de desobedecer, de apreciar a obediência. Defendo a anarquia que sabe bem, enquanto sabe bem. Sou pela desordem.
Acho que cada livro de receitas é uma disposição, mais do que uma imposição, aprecio as receitas que variam, as distorções, as fugas, os sabores rebeldes que nunca se reuniram - e o conformismo também. Há tanto prazer na obediência à gramática e às suas regras como na desobediência e na desconstrução. Tanta beleza da irreverência como na repetição da norma. E há irreverência irritante, desqualifi­cada, muito menos interessante do que a repetição da norma. É por isso a cozinha é sempre chamada à ordem. Empanturramo-nos (debicamos, aliás) de "cozinha original", a que está na moda para além da moda, muita dela própria para 'épater le bourgeois’, feita apenas para impressionar, para chamar a atenção (como as crianças).
Mas depois queremos uma coisa sólida, reconciliadora, atenta, que nos reenvie à cozinha da nossa vida - à da nossa infância, à do nosso bairro, à do nosso sotaque. Queremos um daqueles restaurantes onde reconhecemos os cheiros (ah, até é pecado escrever "cheiros" - devíamos dizer "aromas"), onde reconhecemos um peixe inteiro, uma carne, um prato que antigamente se fazia em casa, um tabuleiro onde viaja um pargo saído do forno, uma batata solenemente arrancada à tortura da cozinha, mas identi­ficável pelo seu ar tostado e pelo tom farinhento.
Ou seja: somos exactamente isso - curiosos incor­rigíveis e conservadores por natureza. E, por isso, quando entramos pela porta do Coelho da Rocha, em Campo de Ourique (mesmo bairro e mesmís­sima rua onde viveu Fernando Pessoa, tinha de o escrever), já sabemos ao que vamos: à reconciliação com a parte mais saudosa e estável do estômago, aquela que parece que tem veludo, aconchegada, caseira, com saudades dos avós: salas com mesas perfeitas, cadeiras que se arrastam sem ruído, tons maduros, escurecidos pelos anos e pelo bom trato. Isto não vem só: este ambiente, com um serviço atento, tradicional, vem acompanhado de uma empada de caça (ah, perdiz) tostada, sedosa na sua capa; vem na companhia de um arroz de tomate (sedoso, verdadeiro) com gambas panadinhas ou com linguadinhos fritos (bem fritos, bem frescos), de peixe ao sal (com batatinhas, com grelos) ou de arroz de cabidela. Estes pratos podem não seduzir almas histriónicas, o que é bom - mas a verdade é que as almas histriónicas não comem e suspeito que os seus respectivos estômagos e paladares estejam danificados.
Mas se não ficam tentados pelos lombinhos de javali, há o (não podia ser mais tradicional) cozido à portuguesa das quintas-feiras, um cozido comple­to, que nos deixa rendidos e suspirantes. E há um magnífico e nunca por de mais distinguido cabrito no forno que qualquer descrição repete as fórmulas do costume e se reduzem a isto: é magnífico e faz a cama para a encharcada de ovos, para o toucinho-do-céu (uma generosa mostra de colesterol do bom, como de costume), uma tarde de chocolate cremosa e a carta de digestivos igualmente conser­vadores e saborosos.
Nestas noites que ainda não registam a suavidade requerida pela Primavera portuguesa, ao sair pela porta do Coelho da Rocha sente-se a necessidade de um agasalho - o tradicional "ventinho de Campo de Ourique" escapa-se por aquelas ruas desertas. Mas é só para o corpo; alma e estômago sentem-me reconfortados.

por Crónicas de Francisco José Viegas
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Wednesday 12 January 2011

District 9

Gostei muito. Uma história original e bem engendrada. Um classe "B" que não fica nada atrás de nenhum outro.


Título original: District 9
De: Neill Blomkamp
Com: Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt
Género: Ficção Científica, Thriller
Classificação: M/16

EUA/NZ, 2009, Cores, 112 min min. (IMDB)

Em 1990, uma nave aterra em Joanesburgo, África do Sul, com um grupo de seres extraterrestres. Sem saber o que fazer a essas criaturas potencialmente perigosas, as nações de todo o planeta decidem enclausurá-las num gueto chamado Distrito 9, controlado pela maior empresa de fabricação de munições, denominada MNU (Multi-National United).
Vinte anos depois, sem qualquer hipótese de regressar a casa, as criaturas continuam aprisionadas no Distrito 9, que se transformou num autêntico campo de refugiados. A única relação que mantêm com os humanos é vivida na clandestinidade, numa espécie de mercado negro. Mas a MNU tem como objectivo a produção de uma arma de última geração e, para isso, envia ao local Wikus van der Merwe (Sharlto Copley), um agente cuja missão é estudar a tecnologia militar desenvolvida e transferir os alienígenas para um novo gueto, o Distrito 10.
É então que, ao manusear um objecto extraterrestre, algo lhe acontece que altera a sua composição genética tornando-o numa espécie híbrida. Esta transformação permite-lhe usar as tão cobiçadas bioarmas, que para funcionarem precisam de ADN alienígena. Van der Merwe fica por isso sob custódia dos cientistas da MNU para testes laboratoriais. E, depois de compreender o que lhe está a acontecer e conseguir escapar do laboratório, o agente conclui que o único possível refúgio é o Distrito 9, onde poderá encontrar uma forma de reverter o processo de mutação que está a acontecer ao seu corpo.
Realizado pelo sul-africano Neill Blomkamp, contou com Peter Jackson ("O Senhor dos Anéis", "King Kong") como produtor e 30 milhões de dólares de orçamento.

in Publico

Crítica:
Os alienígenas são nossos amigos

É um grande filme de género sobre o lado feio do mundo em que vivemos. Uma das grandes surpresas do ano.

De vez em quando, Hollywood leva um chuto que - como se costuma dizer - até vai de lado: gasta fortunas em filmes baseados em linhas de brinquedos e que correspondem à ideia de um departamento de contabilidade e "marketing" (mas não de um espectador...) do que é um "blockbuster" (sim, estamos a falar de vocês, "Transformers" e "G. I. Joe"), e deixa-se comer por um filmezinho feito à margem do radar por gente de quem nunca se ouviu falar, que consegue ter mais cabeça, mais emoção e mais acção em dez minutos do que esses pretensos "blockbusters" em duas horas ou mais. "Distrito 9" veio comer as papas na cabeça a todas as apostas de Verão dos grandes estúdios e o mais espantoso é que esta produção independente rodada por tuta e meia na África do Sul seja também um extraordinário filme sobre o mundo em que vivemos - como aliás é apanágio dos grandes filmes de género e de série B, em cuja linhagem "Distrito 9" se insere honrosamente.

O cenário é uma favela de Joanesburgo que vai começar a ser desmantelada e cujos habitantes vão ser transportados para o Distrito 10, que tem o aspecto de um campo de refugiados. Mas faz sentido que assim seja, porque quem mora neste bairro da lata são de facto refugiados - de outro planeta. Extra-terrestres cuja nave espacial, avariada e aparentemente impossível de ser consertada com a tecnologia humana, veio "dar à costa" sobre a metrópole sul-africana há vinte anos, e que acabaram por nunca ser verdadeiramente assimilados pela sociedade, que os explora, humilha e despreza como "gafanhotos". A metáfora evidente é o "apartheid", mas pode ser esticada para "o outro", "o diferente", "o que não é como nós", "o imigrante" - o que torna o primeiro filme de Neill Blomkamp, publicitário sul-africano de 29 anos, num retrato distorcido de um mundo onde a globalização está a andar depressa demais para muito boa gente (e o seu sucesso nos EUA, país onde neste momento a questão do outro e da diferença é central ao próprio debate sociopolítico, é mais significativo do que parece).
Wikus van de Merwe, um burocratazinho cobarde encarregue do processo de transferência dos extra-terrestres para o novo campo de refugiados, entra acidentalmente em contacto com uma substância orgânica que começa a alterar o seu ADN e o torna num mutante preso no limbo entre dois mundos e extremamente valioso para a multinacional onde trabalha, forçando-o a unir esforços com um dos extra-terrestres. Apesar de estruturado como um falso documentário (com depoimentos de experts e tudo) que retraça a história da difícil coabitação humanos-E.T.s e procura explicar os misteriosos acontecimentos iniciados com o processo de transferência para o Distrito 10, "Distrito 9" é um mutante inteiramente novo. Tal como as grandes séries B dos anos 1950 e 1960 transmutavam os medos do mundo real em ficções de medo, "Distrito 9" compacta um enorme "mash-up" de sátira política, comentário social, teorias da conspiração, estéticas pós-modernas e figuras obrigatórias do cinema de género num filme que se ancora numa vertente profundamente humana.
A odisseia de Wikus, o burocrata que se procura agarrar à sua humanidade no exacto momento em que todos os outros lha recusam, tem algo da dimensão trágica da "Mosca" de Cronenberg (veja-se o extraordinário plano final) cruzada com o comentário político de um Ken Loach, mas o todo disfarçado por entre um filme de acção superiormente gerido, à qual a opção pela câmara "vérité" (substituindo a montagem ultra-rápida) vem dar uma adrenalina e uma urgência ausentes da maior parte da concorrência de grande orçamento.
"Distrito 9" apenas vem confirmar como o cinema de género é muito menos "menor" do que a maior parte das pessoas acham. Que o filme tenha sido "apadrinhado" por Peter Jackson, cineasta que ele próprio transcendeu as suas origens de género sem as trair (e que permitiu a Blomkamp fazer o seu filme em absoluta liberdade e fora do radar dos estúdios), é apenas mais uma prova de que não devemos olhar de esguelha para os alienígenas - temos muito a aprender com eles. Mesmo que Hollywood não aprenda a lição.

Jorge Mourinha

Saturday 8 January 2011

Café Chiado

Acima média

Bistrô . Internacional . Cool place
Morada:Largo do Picadeiro 10-12
1200-330 - Lisboa[Mapa]
Tel:213460501 Encerra:Não
Web:http://www.cafenochiado.com/
Preços:€€ (15 a 25€)
Serviço de esplanada
Zona de fumadores
Fora de horas



Renovado em 2006, o Café no Chiado prima pela qualidade e variedade da comida, pelo atendimento personalizado e pelo ambiente requintado. Este espaço pretende aliar a cultura através da realização de várias iniciativas com ligação a eventos culturais que se efectuem na zona histórica do Chiado e nos teatros que circundam o espaço. Três boas razões para sair de casa. Saiba também, que este café serve de entrada para o Ciber Chiado e para uma Biblioteca onde pode ler: livros, jornais, revistas portuguesas e estrangeiras, ouvir música e ver vídeos.
Crepes de Camarão, Roastbeef à Inglesa ou Fígados de Aves à Francesa.
Críticas:
Sítio cool com boa comida e excelente ambiente numa das mais belas zonas da cidade. Excelente para um almoço. A voltar com certeza.
Nosso menu:Sopa de Cenoura,
Queijo fresco com pesto e pinhões,
Lombinhos à café chiado,



Saturday 1 January 2011

Cascais Miragem

Acima média

Contemporâneo . Internacional . Luxo
Morada:Avenida Marginal 8554
2754 - Cascais[Mapa]
Tel:210060600 Reserva:Aconselhável Encerra:Não
Web:www.cascaismirage.com
Preços:€€€ (25 a 35€)



Integrado num moderno hotel, a funcionar desde 2005, baseia a sua oferta numa requintada cozinha a cargo do chefe Pedro Marques, com influências da gastronomia portuguesa e oriental.
Entradas: Lagostins ao flor de Sal de Castro Marim e Cacau; Espargos e presuntos de Bolota. Peixe: Filete de Salmonete com alcachofras. Carne: Peito de Pato assado sobre sal marinho; Doces: Soufllé de maracujá; Chocolatíssímo.
Críticas:
Boa comida, serviço atencioso e um ambiente requintado fazem deste lugar um sítio a voltar quando a ocasião o merecer.
Nosso menu:Folhado de farinheira,
Lombinhos com redução,
Lombo Bacalhau Saute,
Pave Robalo Assado,



Mar do Guincho

Regular

Marisqueira . Peixe . Litoral
Morada:Estrada Nacional 247
2750-642 - Guincho[Mapa]
Tel:214858280 Reserva:Aconselhável Encerra:N
Web:http://www.mardoguincho.com/
Preços:€€€ (25 a 35€)
Zona de fumadores
Recomendado para grupos
Fora de horas



Com o espectacular cenário do Guincho como pano de fundo, sob a falésia, com janelas rasgadas sobre o oceano. Este restaurante apresenta peixes e mariscos de alta qualidade provenientes de viveiros próprios.
Mariscos: Ostras; Percebes; Camarão da Pedra; Gambas ao Natural; Lagostins; Gambas Fritas, à la Guillo, à Tigre no Churrasco; Carabineiros à la Plancha; Ameijoas ao natural; Ameijoas à Bulhão Pato; Ameijoas na Cataplana; Mariscada Natural; Lavagante Natural ou Grelhado; Lagosta Natural, Grelhada ou à Mar do Guincho; Santola ao Natural; Sapateira ao Natural; Santola Recheada ou Gratinada; Caril de Camarão; Caril de Lagosta; Açorda de Camarão; Açorda de Lagosta. Peixe: Linguado Grelhado; Frito e aux "Meunier;Cherne à Faroleira; Robalo à Portuguesa, no Sal e no Pão;Dourada no Sal; Pregado Frito com Arroz de Grelos; Salmonete Setubalense; Pargo Assado no Forno; Cataplana de Peixe; Bacalhau na Braza. Carne: Chateaubriand; Tornedó aux Champignons; Entrecôte; Escalopes de Lombo aux Champignons; Bifes de; Lombo aux Pimenta; Costeletas de Vitela; Costeletas de Porco; Cabrito no Churrasco; Cabrito à Padeiro; Peito de Pato com Laranja.
Críticas:
Talvez o dia não tenha sido o ideal. Comida sofrível e uma grande confusão no serviço com uma factura bem gorda. Não deverei volltar.
Nosso menu:Ameijoas,
Casca de Sapateira,
Robalo no forno,
Cataplana de cherne,
Açorda de gambas,

We stopped here with our guide Catia ( tours by locals) and had a lovely lunch. We ordered the mixed seafood platter which was amazing but it was enough food for 6-8 people and we felt terrible having to leave so much. ( That's the problem with being a traveler on the move...no chance for a "doggy bag") The view was perfect, as was the service. This is a perfect stop if you are traveling from Lisbon to Sintra.

por TripAdvisor
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