Monday, 16 April 2012

Sin City - Assuntos de familia

De Frank Miller
Devir 2011

O argumento não é nada por aí além .... mas o traço continua magnífico



Crítica:
Cinco anos depois de, aproveitando a estreia do filme de Robert Rodriguez e Frank Miller, ter editado "A Grande Matança" e "Aquele Sacana Amarelo", a Devir volta a lançar em português mais um volume da série "Sin City", prosseguindo com a divulgação em Portugal da seminal criação de Frank Miller. Série revolucionária, pela forma como recupera um género considerado acabado (o policial negro) e o reinventa em violentas histórias de crime e castigo, desenhadas num espectacular preto e branco, altamente contrastado, Sin City tem conciliado o estatuto de obra de culto com um grande sucesso comercial, como de resto aconteceu em Portugal. Estreada no nº 51 da revista Dark Horse Presents, a série Sin City assinalava um estrondoso e inesperado regresso de Frank Miller à prancheta de desenhador, que pôs fim a um hiato de dois anos (desde Elektra Lives Again), em que o criador de Elektra se dedicou a uma decepcionante experiência em Hollywood, onde colaborou nos argumentos dos filmes Robocop II e III. Assegurando todo o processo criativo, desde o argumento e desenhos até à legendagem (ao contrário do que acontecia em Hollywood, onde era apenas mais uma peça da engrenagem), Miller criou com Sin City uma série policial extremamente violenta e inovadora no uso contrastante do preto e branco e na diluição do conceito de herói tradicional, que aqui cede o protagonismo à própria cidade, contribuindo para um novo fôlego dos comics policiais, há muito esquecidos num mercado atulhado de super-heróis.
Estilização talvez seja o adjectivo que melhor defina o seu trabalho em Sin City, pois, sem nunca pretender fazer uma história realista, Miller procurou através de uma enorme economia de meios que tudo parecesse o mais atraente possível. Nas suas palavras: “queria que os carros fossem vintage, as mulheres fossem belas e as gabardines compridas. Se olharmos para um comic desenhado por Johnny Craig ou Wallace Wood [dois desenhadores da E. C. Comics] vemos que eles conseguiam dar "glamour" a todo e qualquer assunto. Eu quero que Sin City seja agradável de desenhar e consequentemente, agradável de ver, até porque eu sabia que estava a lidar com um material extremamente duro”. Valores Familiares”, o novo volume, que a Devir agora é edita, é o quinto da série “e tem a particularidade de ser um longo “one shot” de 126 páginas que se lêem de um só fôlego, e mostram um Miller ao seu melhor nível. Uma história de vingança planejada (e contada) com a precisão de um mecanismo de relojoaria, que lida com o conceito de família de uma forma pouco tradicional. Neste caso, as famílias que dão nome a esta história de valores familiares, em que um velho mafioso não hesita em entrar em guerra com o Boss Wallenquist (personagem que domina o submundo de Sin City,) para vingar a filha morta, são a Máfia e um casal de prostitutas lésbicas. E para além de uma história muitíssimo bem contada, com um judicioso recurso a flash-backs, e planificada de forma quase perfeita, há ainda o puro prazer de ver Miho - uma japonesa que Miller classifica como «o sonho de qualquer artista, pois é extremamente divertida de desenhar e enche as páginas de energia» - em acção e apreciar o belo cadillac cor de cereja que Dwight ganhará como recompensa do seu trabalho. Graficamente, aqueles que pensavam que já nada havia para inventar em Sin City vão ficar surpreendidos com os efeitos da neve das páginas 37 a 41, ou com a imagem expresssionista das páginas 123 e 124, em que Dwight descreve a vingança das prostitutas apelando à imaginação do leitor e conseguindo, assim, um efeito de horror muito mais eficaz do que através de uma mera representação gráfica. Um regresso que se saúda, numa boa edição, bem traduzida, mas que podia ter sido melhor revista. Que venham rapidamente os volumes que faltam! (“Sin City: Valores Familiares”, de Frank Miller, Devir, 128 pags, 11,99 €) Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 2/10/2010

Por um punhado de imagens

Links:

Saturday, 14 April 2012

O Medo do Homem Sábio (Parte II)

De Patrick Rothfuss
1001 Mundos 2011

Continuo a gostar ... envolvente e muito bem escrito. Começo a ficar impaciente, gostaria que o ritmo aumenta-se um pouco no futuro

Enviado pelo Maer para lidar com os bandidos que atacam na estrada do Rei, Kvothe encontra-se agora na companhia de um grupo de mercenários e a desempenhar uma missão que poderá representar muitas dificuldades e muito tempo de busca. O ambiente é tenso e, para lá da missão de que foi incumbido, Kvothe tem também de lidar com os seus invulgares companheiros. Mas a missão é apenas o início de uma longa viagem pelo desconhecido e cada novo passo pode ser, ao mesmo tempo, uma ameaça e uma oportunidade de encontrar respostas para a sua busca de respostas. Um caminho longo, feito tanto de sucessos como de derrotas, de aventuras que ninguém mais terá vivido, mas também, e principalmente, de aprendizagem - pela vida fácil e pela difícil.

Extractos:
Chamo-me Kvothe. Resgatei princesas dos túmulos de reis adormecidos, incendiei Trebon. Passei a noite com Felurian e parti com a sanidade e com a vida. Fui expulso da Universidade na idade em que a maioria dos alunos é admitida. Percorri caminhos ao luar que outros receiam nomear durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e compus canções que fazem chorar os trovadores. É possível que me conheçam.
Critica:
Com a expectativa renovada dei início à leitura do segundo livro de “O Medo do Homem Sábio”. Tínhamos deixado Kvothe na floresta com quatro mercenários à procura de bandidos que atacavam os viajantes. Este grupo de mercenários era constituído por três homens e uma mulher, sendo um deles Adem, um povo muito temido pela sua capacidade de combate, e estranho por falar muito pouco e vestir de vermelho. Kvothe tem alguma dificuldade em mostrar a sua liderança, devido à sua juventude mas aos poucos vai conseguindo, acabando por conseguir o respeito quando descobrem o acampamento dos bandidos e se dá o combate. Este mata a maioria utilizando magia o que deixa os companheiros perplexos. Só o chefe dos bandidos consegue fugir inexplicavelmente, mas mais tarde kvothe vem a saber que era uns dos Chandrians. Mais um encontro quem deixa mais perguntas em aberto :D Concluída a missão dada pelo Maer voltam para prestar contas quando encontram Ferlurien a mulher que nenhum homem resiste nem sobrevive, o grupo foge exceto Kvothe. Kvothe atraído segue Felurian, consegue sobreviver e ainda aprende com ela a arte do amor e por isso é-lhe oferecido uma capa especial. De volta ao mundo real e ao encontro dos colegas, que ficam surpreendidos por vê-lo e recebem-no com alegria pois esperavam nunca mais o ver. Mas surge um novo problema que o desvia do caminho. Durante o tempo que estiveram juntos, Kvothe criou uma amizade especial com Tempi, o mercenário Adem, que lhe ensinou a arte de combate, algo que é proibido. Outros mercenários Adem acabam por descobrir e Kvothe vai para a terra deles tentar salvar o amigo. A chefe deles acaba por desculpar a situação e continuar com a formação deste até passar o exame final e receber a espada. Resolvida a situação, volta a partir para Vintas, indo ao encontro do patrono Maer que fica muito agradecido pelo trabalho, mas descobre que é um Edema Rush, motivo pelo qual ovai dispensar os seus serviços mas dá-lhe uma carta para viajar à vontade nas suas terras e a possibilidade de levantar dinheiro para finalizar os seus estudos. De volta à universidade, todos ficam surpreendidos pois pensavam que tinha morrido no naufrágio. Aí vai de encontro a novos problemas pois quem manda é o professor que mais o odeia. Na estalagem, no fim do 2º dia da crónica, kvothe é atacado e roubado por dois soldados, levando muita pancada. Bast, o seu aprendiz, fica surpreso por ele não se ter defendido. Continua a sua busca pelos Chandrian e os Amir, pois pensa que estes serão a resposta para o assassinato dos seus pais e da sua trupe, mas sem grandes resultados pois todos têm medo de falar. A história contínua a desenvolver-se muito lentamente. A leitura continua a ser interessante e muito cativante. Kvothe continua a ser uma personagem enigmática, mas da qual compreendemos todas as suas as ações mesmo as que não são as mais corretas, pois demonstra ter um coração muito grande sempre pronto a ajudar, em que os bons valores se sobrepõe. O autor continua a deixar o leitor intrigado curioso, sedentos por mais respostas e mais detalhes. Tal como disse na crítica da primeira parte, o autor tem uma escrita acessível e não deixa nenhum detalhe ao acaso. Cada capitulo que lia, ficava mais envolvida na história. Apercebemo-nos que está a criar um enredo que nos vai deixar na expectativa até ao último volume, senão até ao último capítulo. E isto só se consegue quando de facto se nasceu para escrever, para ser um grande contador de histórias. Continuo cativada por Kvothe talvez porque me reveja em alguns dos seus sentimentos. Claro que preferia ter já algumas respostas, mas isso também significava que a saga acabaria mais depressa. Vou aguardar com grande expectativa o 3º dia da crónica. Apesar de ter lido comentários que não gostaram que se dividisse o volume em duas partes, devo acrescentar que preferi assim. Porque de outra forma tornava-se muito extenso. E mal acabei este já tinha sido editado a segunda parte, a espera foi curta. Gostei das capas serem iguais entre a Parte I e a Parte II, somente com pequenas diferenças. Assim consegue-se ficar com a ideia de que se trata do mesmo volume. Fascinante seria a palavra que escolheria para esta saga!

Esmiuça o livro

Links:

Saturday, 7 April 2012

Museu do Pão

Uma bela oferta num local magnifico.

Menu: Buffet de entradas serranas, sopa, dois pratos, menu sobremesas.
Web