1200-850 - Lisboa
Tel. 91 432 81 61
Encerra Domingos e Segundas. Reserva aconselhável
Português, Contemporâneo
Um templo dedicado ao prazer de cozinhar e servir. Comida de bom nível mas com algumas falhas que lhe retiram a quinta estrela, o meu entrecosto não era dos melhores, o linguado um pouco salgado. Tirando estes pequenos pormenores, desculpáveis noutros locais mas não a este nível, é evidente o cuidado na preparação e apresentação dos pratos. O bacahau estava delicioso, os cogumelos e sobremesas também. O vinho da casa é um alentejano de excelente nível. O serviço é atento e pessoal que juntamente com o ambiente propocionam umas horas bem passadas à volta da mesa. Muito bom.
Comida | Inovadora, Cuidada | |
Preço | €€ | 15 a 25 € |
Ambiente | Agradável, bom gosto | |
Serviço | Atento |
Localização:
Nosso menu:
Cogumelos gratinados no forno Entrecosto marinado com malagueta em cama de legumes e morcela Bacalhau com broa Filete de linguado com arroz de coentros Pudim de ovos Copo de tinto
Acolhedor e despretensioso, o Santissimus aposta no conceito de slow food. A proposta é escapar à ditadura do relógio e da televisão e converter-se sem reservas aos prazeres da mesa.Outros links:
Lembra-se do antigo Café da Lapa ali em Santos? Sim, aquele por onde passaram nomes como Joaquim Figueiredo ou Vítor Sobral? Se ainda não reparou que voltou a abrir com nova gerência anda distraído, mas cá estamos nós para lhe dar conta das novidades. Agora chama-se Santissimus e se não tem chefs famosos na cozinha nem por isso deixa de merecer a visita.
É certo que Nuno Pereira, 38, e Miguel Lopes, 36, se assumem desde logo como amadores nas lides gastronómicas. O restaurante não é propriamente um hobby apesar de manterem os empregos de dia, “é mais como uma segunda vida”, explica Miguel.
Ao bater do lusco-fusco desaparecem o vendedor de carros e o consultor político para surgirem o cozinheiro e o chefe de sala do Santíssimus. O facto do espaço ser pequeno (30 lugares) e de abrir apenas para jantares também facilita. O resto é pura organização, garantem.
Foi Nuno Pereira quem convenceu o amigo de infância a embarcar na aventura de abrir um restaurante, apostado que estava em dedicar-se ao talento culinário que os amigos lhe gabavam. A ideia? Um local amistoso, com uma cozinha cuidada, a ementa a fugir ao banal, e tudo feito na hora.
Assim, o primeiro mandamento passa logo por abolir o relógio, que o Santíssimus é um espaço convertido ao conceito de slow food. Não há cá comer para depois ir ao cinema, o jantar é todo um programa, por isso vá em boa companhia e leve o tempo que for preciso a abrir a ementa. Há pão quente, cogumelos recheados (“o segredo é o pesto”), queijos portugueses ou um camembert gratinado com mel para entreter o paladar enquanto pondera a escolha.
Um templo de sabores
A carta aposta numa cozinha portuguesa actualizada com criatividade e a piscar o olho aos sabores do mundo. Umas Bochechas de porco preto recheadas com farinheira e legumes salteados; um Peito de pato com risotto, em redução de vinho do Porto com queijo da serra e lascas de presunto; um Bacalhau com broa regado com coco ou um polvo em molho revolto de tomates secos e poejos ilustram bem este conceito. Os vegetarianos podem optar pelo Folhado de legumes e arroz selvagem em massa pão.
Se prefere abrir com uma sopa, porque não uma Canja de caça? A ideia é mesmo ser diferente. O Bife três sabores (com cogumelos e mel ou hortelã-pimenta ou café intenso) na carta já foi uma cedência, mas em compensação os tradicionais leite-creme, babas de camelo e mousses foram totalmente exorcizados das sobremesas. Os “doces pecados” desta ementa alternam entre os crumbles de fruta e os crepes flambé com gelado.
Aproveite que não tem relógio e solte a conversa noite dentro. Aprecie os quadros – há sempre uma exposição patente – e converta-se aos prazeres da mesa sem hora marcada. A reserva só é recomendada à chegada, à saída é o último que fecha a porta. Deguste um vinho, para cada prato há um néctar recomendado. As referências (15) são maioritariamente alentejanas mas há exemplares das outras regiões, todos com preços acessíveis.
Os fiéis do Santissimus andam maioritariamente pela casa dos 30, um rebanho satisfeito por ceder ao pecado da gula com a consolação de não delapidar recursos em excesso. Os pratos rondam os 12 euros. Contas feitas, um jantar completo não ultrapassa os 25, e nem foi preciso ir ao cinema.
por lifeCooler