Friday, 16 July 2010

2780 Taberna

Excelente

Cozinha de autor . Degustação . Contemporâneo
Morada:Avenida Carlos Silva 9 - C
2780-354 - Oeiras, Portugal
Tel:210998700 Reserva:Aconselhável Encerra:Domingos, Segundas
Web:www.2780taberna.com
Preços:€€€ (25 a 35€)
Cozinha digna de nota
Garrafeira digna de nota

Todas as semanas, há um menu diferente. Independentemente da semana, as propostas são sempre irreverentes e arrojadas, ou não fosse a 2780 Taberna um projecto de cozinha experimental que se instalou em Oeiras, no antigo Grão de Milho de St. Amaro. Sob a orientação do chef Cardoso e dos sous chefe Guerra e Xardoné, são cozinhados pratos criativos com base em ingredientes tipicamente portugueses, sentindo-se às vezes umas nuances de inspiração internacional. Aqui, neste espaço moderno, onde há poesia escrevinhada nas paredes, a semana pode começar com uns sonhos de bacalhau com risotto de feijão e terminar com raviolis de farinheira e maçã, e entre os dois pratos pode até surgir um leitão assado com puré de castanha. Da mesma forma que à segunda se pode degustar um bolo de chocolate com mousse de avelã e voltar na semana seguinte para descobrir que a mousse se foi mas que há crumble de pêra rocha do oeste e manga com mousse de lima. Para quebrar a rotina.
Menu único semanal
Mapa:
Críticas:
Vivam os Taberneiros. Gostei do conceito, Gostei do serviço. Gostei do ambiente descontraído. Gostei e gosto do humor. Gostei da comida e da bebida. Versão do melão com presunto espantosa. Gaspacho interessante. Espargos saborosos. Bacalhau do melhor. Hamburguer imaginativo. Sobremesa de pêssegos divinal. Para ir de vez em quando e voltar sempre.
Nosso menu: Pink Porto,
A nossa versão do melão com presunto,
Gaspacho de Ananás dos Açores com pastel de morcela,
Espargos e ovo escalfado,
Hot dog de bacalhau,
Cabeça de porco em amburga, pickles de frutas,
Waffle de muitos pêssegos,
Degustação de vinhos brancos do Monte Cascas,

É uma tasca? Um restaurante gourmet? Não, é uma taberna com cozinha experimental em Oeiras. Por um preço acessível, dão-lhe um cheirinho de alta gastronomia num ambiente castiço e descontraído.


Está enfadado, com fome, apetece-lhe algo insólito e surpreendente... Desejo concedido. Siga as instruções e seja discreto. Para muitos a Taberna ainda é um segredo bem guardado, um rumor, um zum zum que se ouve por aí. Boatos, diga-lhes. Nós vamos contar-lhe, mas se lá for negue tudo.

Por enquanto, a Taberna só está disponível num código postal, o 2780, em Oeiras, por isso rume até à linha, disfarce-se de autóctone e use a gíria local, finja que sabe onde é o “Evereste”, o que é a “Recta da Esso” e o “Sobe e desce”, jure que fez reserva antecipada (só há 30 lugares), e ocupe a primeira mesa livre que encontrar.

Parabéns, já está instalado. Agora queime as instruções, recoste-se e desfrute do que quer que seja que a Taberna tenha reservado para si. Certo é que será um menu de degustação gourmet. O resto? Uma incógnita. O conteúdo da ementa do dia pode estar disponível no site, mas também pode não estar, os caprichos do chef podem reservar-lhe algo diferente decidido à última da hora... Poderá ser uma noite calma, mas também pode não ser, pode acontecer que haja poesia nonsense declamada ao ritmo das garfadas, ou talvez um jogo do Benfica projectado na parede, quem sabe?


Bernardo Mendonça e o chef Cardoso talvez saibam, afinal são os fundadores. Explicam que a Taberna abriu em Novembro para servir os devaneios criativos de uma dupla que queria mudar de vida. Depois de estudos em economia e engenharia, de carreiras dedicadas às telecomunicações e pós-graduações, estava na hora de revirar tudo. Empregos abandonados, casa vendida para juntar dinheiro, e, abre-se um restaurante.

Porquê um restaurante? Porque não um restaurante?! O chef Cardoso é um talento na cozinha, Mendonça sabe fazer contas, já decidiu que não quer ser modelo e gosta de ser actor mas não a tempo inteiro. Se correr bem abrem-se mais códigos postais, senão, logo se vê...


Uma taberna cool

Aberto nem há meia dúzia de meses, o 2780 ainda está a capitalizar o efeito novidade. A originalidade começa logo no espaço. Mesas de madeira ou com tampo de mármore e bancos corridos convivem com uma iluminação contemporânea e toques decorativos mais sofisticados como garrafas de groselha iluminadas.


Aviso à navegação: apreciar os mimos da taberna mais in da zona exige tempo. Pelo menos duas horas, assegura Bernardo Mendonça, já que cada menu de degustação é feito na hora. Por esta altura já terá uma ideia do que vai provar, a ementa está escrita a giz numa das paredes coberta de ardósia, efémera quanto baste para poder ser alterada a qualquer hora ao sabor da criatividade do chef e da provisão de produtos regionais. Será dia de sonhos de bacalhau com risotto de feijão, raviolis de farinheira e maçã e leitão assado com puré de castanha? Ou de creme de pêra rocha do oeste com um cheirinho de noz-moscada, vieira com risotto de ervas e lombinho de porco preto com puré de aipo e molho de ameixa? E será que vai haver a fantástica manteiga de morcela nas entradas? É possível, é possível...

Para contrabalançar a pré-definição do menu, vinhos e sobremesas ficam ao seu critério, sendo que, como cada prato exige um vinho à altura, é recomendável seguir o conselho e acompanhar cada um com um néctar à medida. Todos podem ser servidos a copo e são tão especiais como as receitas, garantem. A ideia é promover os pequenos produtores, pelo que nenhum é fácil de encontrar no supermercado. O da casa, por exemplo, é um Catapereiro Escolha da Companhia das Lezírias. Tudo boas razões para fazer uma visita à taberna.


As sobremesas têm o mesmo cuidado dos pratos principais. O destaque vai para o afamado bolo de chocolate “Evareste”, o nome é uma referência local e uma homenagem à infância dos proprietários em Oeiras (refere-se a uma subida acentuada junto à estação de Santo Amaro) mas os forasteiros são incentivados a provar. O ambiente é familiar, faça como se estivesse em casa.

A pedido, é possível fechar a taberna para jantares de grupo ou aulas de culinária. Também pode levar o seu vinho e pedir um menu a condizer, e ainda solicitar o serviço dos taberneiros ao domicílio.

Mas o melhor da Taberna é mesmo a boa relação qualidade preço: sem vinho e sobremesas, o menu de degustação fica-lhe por 15 euros. Se já está a preparar-se para se fazer à estrada, saiba que a Taberna fecha segunda e terça-feira para manobras criativas da equipa que engendra novas iguarias nesses dias.

por Lifecooler
Na semana passada, fui finalmente jantar à Taberna 2780, em Oeiras, da qual já tinha recebido boas indicações, mas que igualmente já me tinha provocado irritações-divertimentos, com artigos a afirmar que era o "El Bulli português", só porque apresentava também um único menu, ainda por cima "criativo"...Enfim, creio que os "taberneiros", que me parecem pessoas bem informadas, não serão os responsáveis por estes disparates. Seja como for, tentei manter neutras as minhas expectativas, mas admito que me preparava vagamente para constatar uma fraude, mais uma, com roupagens modernas.

Nada disso. Gostei imenso. Muito boa onda e bom gosto na pequena sala, coerente com o ambiente descontraído da casa, com a lista, incluindo de vinhos, em grandes ardósias na parede, mobiliário em madeira. Serviço atento e simpático, pratos a chegarem à mesa a bom ritmo. Bons preços também, com o menu a 24,5 euros. Nessa noite, com bom pão e (razoável) focaccia caseira na mesa, uma saborosa salada de ovas desfeitas e uma não menos saborosa manteiga de chouriço, o menu começou com um delicioso caldo de cogumelos com avelã, com uma espuma a saber de facto a avelã, que também vinha em mínimos pedaços, a tornar interessante a textura, e nele imerso um pequeno pastel frito e recheado de cogumelos, num conjunto absolutamente vencedor . Não gostei especialmente do uso de bolo lêvedo no prato seguinte em que ele vinha encimado por uma mousse de queijo de cabra, com cebola em vinho do Porto, o menos interessante da noite Depois, uma enganadora salada niçoise de atum. Perdoa-se a referência ao clássico, apesar da ausência de ingredientes como anchovas, já que vinha em jeito de desconstrução, com o atum em fatia tipo tataki, azeitona esferificada, ovo muito bem cozido e levemente panado, tomate-cereja confitado, rúcula bem temperada...No entanto, se cada um dos elementos funcionava bem isoladamente (a esferificação obrigatoriamente só), em conjunto, ou seja, em "salada", perdiam o interesse. De qualquer maneira, um prato muito positivo e a mostrar boa técnica. Só é pena o nome.

Nas carnes, sendo um prato de "conforto" e sem grande história, a língua e bochechas de vitela com polenta, soube-me bem, ainda que não seja grande apreciador da última, algo "elástica" de mais. No fim, pancinha de porco com favas. Óptima carne, num ponto de cozedura magnífica, óptimas favas (embora ainda não seja época) e também algumas ervilhas, bem temperadas, mas depois um desconcertante puré de maçã e umas batatas assadas com casca. Mais uma vez, cada um dos elementos estava bem, mas a maçã e as batatas não jogavam com o resto.

Lembro-me pior da sobremesa, que tinha banana, de que só gosto crua, um defeito que eu tenho, com um bom gelado de coco e algo de chocolate. Bebendo dois copos de branco de Filipa Pato (8 euros) e uma garrafa do tinto Quinta do Valdoeiro Reserva (15 euros), a conta para duas pessoas cifrou-se em 76 euros, preço muito vantajoso para quem frequenta esta taberna. Como já disse, gostei muito de lá ir e de sentir um certo entusiasmo e gosto pelo risco por parte de quem cozinha, Fiquei com vontade de voltar, tanto mais que eles mudam de menu a cada quinze dias, e saí de lá muito bem disposto. Tel. 21 0998700. Cuidado que é difícil dar com o local.

por MesaMarcada
Ao sair da Taberna 2780, alguém disse para mim todos os restaurantes deviam ser assim. Estas lamechices ficam sempre para as cobaias que acompanham o crítico (que, normalmente ao lamber os beiços, dizem, Lourenço você traz-nos sempre a sítios cada vez melhores). O crítico é sempre insensível à miséria ou à grandeza do objecto do seu labor (o restaurante, a peça de teatro, o quadro), como o neuro-cirugião para quem um tumor é um tumor, independentemente da sobrevida e do paciente.Mas percebo o que ela disse. A Taberna 2780 é um restaurante total. É característica da pós-modernidade as coisas não serem o que se chamam (sempre quis escrever pós-modernidade). Os casais não são casais, as equipas não são equipas, as cidades não são cidades. A maioria dos restaurantes de Lisboa não são restaurantes. A comida não imbrica no sítio, nem os empregados nos clientes, nem os preços na ementa. E nos poucos restaurantes que o são, cheira sempre a mão de Deus, ou a fruto do acaso e não ao suor das facas (esta do suor é da Agustina).A Taberna 2780 é um restaurante pensado. Em que se cheira a teoria em cada canto, em cada prato, em casa mesa. E não há nada mais prático do que um boa teoria, como dizia o outro. E por isso as coisas resultam bem. A cozinha é simples (a auto-proclamada cozinha experimental incluo na ironia do local) e vai mudando semanalmente. Carne e peixe, em doses pequenas, atum, risoto de polvo (um arroz de polvo mais empapaçado, boa escolha do polvo, sabores a campo no fundo), bom lombo de porco. Simples. Bem apresentado, levado à mesa por um serviço informal e sorridente.Nem parece Lisboa. Talvez por ser Oeiras.Não quer ser como o outro, que sempre que conhecia uma mulher por quem se apaixonava dizia parece estrangeira (e notem a subtileza entre dizer que algo parece estrangeiro e dizer que nem parece português). Mas a Taberna parece um restaurante estrangeiro, moderno sem ser banal, criativo sem cair em lugares comuns, arrogante com autocrítica. Estrangeirado, talvez (numa sala, o problema de Portugal, que é a falta de imigrantes portugueses). É uma bofetada sem luva na jovem tendência de charlatanismo gastronómico, de cozinheiros de livros, TVs e de caterings, que nunca pensaram um prato, que fogem das cozinhas sérias, e que são içados por uma imprensa anósmica de parece-releases e produções fotográficas.Há vinho bem escolhido, há groselha e capilé. Não há refrigerantes.Há mão de pasteleiro nas sobremesas. Cheesecake de queijo de cabra, muito presente nos aromas, a relembrar que cheese quer dizer queijo.Bolo Eusébio, uma homenagem à pantera de chocolate (o que faz a falta de uma vírgula), molhadinho no meio, como elas gostam. Leite creme de tangerina (?) interessante (é tão difícil ser melhor do que o normal), crumble bom (menos puxado do que é costume, varia a fruta em baixo), cada um a dois euros e meio.Na Taberna 2780, a música não destoa (de todas, é esta a faceta mais rara de encontrar num restaurante). Na Taberna 2780, há arrogância com fundamento. E a maior está nos preços: seis euros e meio ao almoço cada prato principal e quinze euros ao jantar cinco pratos cinco (em doses pequenas). Quando os restaurantes da moda cobram cada vez mais por cada vez menos e os custos aumentam, ter um restaurante aberto, cheio, com facturas a aumentar e manter os preços é arrogância a que poucos se podem dar. Deve irritar os colegas.Um restaurante total. Não é a melhor cozinha do mundo, mas é dos melhores restaurantes de Lisboa. E arredores.

por Contra-prova
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