Wednesday, 30 July 2008

O Cavaleiro das Trevas

O melhor Batman de sempre. Cru, soturno, alucinante. Interpretação magistral do Joker, um criminoso anárquico a milhas do cartoon de Jack Nicholson. Muito, muito bom

Título original: The Dark Knight
De: Christopher Nolan
Com: Christian Bale, Michael Caine, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Gary Oldman, Morgan Freeman, Aaron Eckhart
Género: Acç, Dra
Classificação: M/12

EUA, 2008, Cores, 125 min. (IMDB)

Depois de "Batman: O Início", o homem-morcego regressa para continuar a lutar contra o crime. Batman (Christian Bale), em colaboração com o Tenente Jim Gordon (Gary Oldman) e com o Procurador Harvey Dent (Aaron Eckhart - depois tornado o vilão Duas Caras), limpa Gotham de organizações criminosas. Até que a cidade mergulha novamente no caos criado pelo maquiavélico e genial Joker (Heath Ledger), um inimigo feroz, talvez o maior inimigo de Batman.
Realizado por Christopher Nolan, o filme ficou marcado pela morte de Heath Ledger, que teve em Joker o seu último papel; uma prestação descrita como perturbadora e inesquecível. O elenco de estrelas inclui ainda Michael Caine (novamente como Alfred), Maggie Gyllenhaal (que substitui Katie Holmes como Rachel), Morgan Freeman (novamente como Lucius), Cillian Murphy (Dr. Crane e Scarecrow) ou Eric Roberts (o mafioso Moroni). in Público

Crítica:
O senhor do caos

Era inevitável, por isso dizemo-lo já: "O Cavaleiro das Trevas" está sob a sombra de Heath Ledger. Um filme que já se moveria pelos terrenos do negrume, tem uma carga adicional. O actor morreu em Janeiro, depois das filmagens, e fez um dos papéis da sua vida. Se o espírito do espectador fosse uma peneira, no final de "O Cavaleiro das Trevas" o que ficava era a pepita Joker. A penúltima interpretação do australiano é uma figura do caos que sobretudo inquieta (não sabemos se nos repele), um anti-Jack Nicholson, um jogral que não se ri com o estômago, mas que expectora a plenos pulmões.

O realizador Christopher Nolan leva Batman a sério. Onde Tim Burton ("Batman", 1989; "Batman Regressa", 1992) era fantasioso e diferido, Nolan é cheio de arestas e ancorado ao seu contexto histórico. Explora a famosa frase de Michael Caine (que regressa como o mordomo Alfred): "O Super-Homem é como a América se vê a si mesma e o Batman é como o resto do mundo vê a América."

Esse Verão americano está repleto de filmes de super-heróis ou associados à BD ("Iron Man", "O Incrível Hulk", vem aí "Hellboy II") que batem recordes de bilheteira. Para a história, fica para já um duelo de titãs: na semana passada, nos EUA, "O Cavaleiro das Trevas", adaptação de uma personagem da DC Comics, tornou-se o filme com a estreia mais lucrativa de sempre, batendo "Homem-Aranha 3" (2007), personagem da Marvel. Como escrevia a "Wired", "este Verão, os super-heróis salvaram Hollywood". E isto com Nolan e o seu homem de negro, Christian Bale, a levar Batman a sério.

Traduzindo: "O Cavaleiro das Trevas", em vez de uma parada encabeçada por Joker e seus acólitos atraindo os cidadãos de Gotham como o flautista atraía as crianças de Hamelin para a sua toca, tem um urbano e decadente assassino que amedronta uma cidade. Um terrorista? Pelo menos consegue enervar Daniel Maia, ilustrador português com trabalho em curso para a Marvel. "É absolutamente anarquista nos seus propósitos, pois até para com ele próprio não tem códigos de conduta específicos. Nesse sentido, é a incarnação do caos. Acaba por se tornar uma paródia demoníaca da imagem circense que assume."

A face e a moeda

Em vez de um Joker de casaca púrpura e laço verde, pintura a "eyliner" e "bâton" cereja, há uma figura de mortalha, um homem que, perante um livro de colorir, pinta fora das linhas. "A sua motivação principal é a de um anarquista. Falei muito com o Heath sobre isso, mesmo quando estávamos a terminar o guião [assinado por Nolan e pelo irmão Jonathan], e ambos concordámos que a força mais ameaçadora que a sociedade enfrenta é a anarquia pura", disse o realizador ao "Guardian".

Ledger, o homem que não gostava de BD, foi a um lugar escuro em busca da personagem. Juntou a anarquia UK de Johnny Rotten, dos Sex Pistols, com a loucura de Malcom McDowell em "Laranja Mecânica". E há quem veja mais. "Não via um vilão assim desde que Dennis Hopper fez de Frank Booth em 'Veludo Azul' - isto assusta ainda mais do que o Hannibal Lecter", disse ao "Independent" Gary Oldman, contido no papel do agente Jim Gordon em "O Cavaleiro das Trevas". "Diverti-me mais do que nunca, ou provavelmente mais do que alguma vez me divertirei, a interpretar uma personagem", disse Ledger após terminar o papel.

No filme assistimos à emergência de outro vilão clássico do mundo Batman (criado por Bob Kane, com Bill Finger e o ilustrador Jerry Robinson em 1939): Harvey Dent/Duas-Caras e a sua moeda da sorte. Interpreta-o Aaron Eckhart, como um cavaleiro branco da Justiça. Ele, Christian Bale e Heath Ledger dividem o protagonismo. E tropeçamos na ambiguidade a cada passo.
"Para eles, tu és uma aberração. Como eu", diz o Joker a Batman. Batman e Joker "são o reflexo um do outro e não se sabe bem quem é o claro e o escuro, o bem e o mal", comenta Pedro Vasconcelos, sociólogo do ISCTE. Duas faces da mesma moeda? "Não sei se não serão a mesma face de uma mesma moeda, que está sempre a rodar", observa.

A ambivalência de Batman, o justiceiro-vigilante que toma a lei nas suas mãos, é a ambivalência do filme: negro, mas para a multidão pipoqueira, saído dos "comics", próximo das narrativas do século XXI povoadas de insegurança e arranha-céus pós-11 de Setembro; "arty", mas "blockbuster". É um mundo de linhas vítreas e dias e noites brancas, da perenidade das linhas de horizonte das cidades perante o caos social que vive lá em baixo. Já não estamos no Kansas, nem na terra do CGI. O GPS tem de apontar para uma terra real, para a geografia de uma sociedade cada vez mais dividida entre o desejo de originalidade e a forma massificada como a ela acede, para um mundo em que o léxico do medo é incontornável.

É um filme de verdadeiros telhados de vidro, não é um filme de estúdio e de gárgulas no topo dos edifícios. "Fizemos logo saber às pessoas: este é um filme de 'location'", disse Nolan ao "New York Times". Com o "production designer" Nathan Crowley, que trabalha com o realizador desde "Insónia", desimpediu-se a Gotham de "Batman - O Início" (2005). Ali se move o cruzado com a sua capa negra, com um fato quase armadilhado de tão raiado e militarizado, a bordo do seu Tumbler e do seu Batpod (carro tipo tanque e motorizada, respectivamente), como um couraçado a mover-se por Bagdad. "Ele é um terrorista", acusam as forças do Bem de Gotham, já saturadas das ameaças do escorregadio Joker. E sim, a paisagem está marcada pelo 11 de Setembro, mas em referências, não em tributos. A indústria cultural "já está na fase do desabafo", comenta Paulo Prazeres, realizador e VJ, que no festival de BD ComicCon, em Nova Iorque, assistiu ao lançamento de um novo herói, apresentado como "o Capitão América da nossa geração", associado ao 11 de Setembro.

Os vilões em nós

Não há mão para o visceral Joker, para a língua que entra e sai de uma boca rasgada e borrada de vermelho - "Desde ["Que Teria Acontecido a] Baby Jane" que o "'bâton' não era tão assustador", postula o escritor Hank Stuever no "Washington Post" -, para o jogral de membros soltos, violentado por algo mais poderoso, por uma superinteligência, uma clarividência ensurdecedora, uma paixão pela anarquia, um trauma esquivo. "Para Bin Laden, o terror é uma arma estratégica. Para o Joker, os objectivos são o puro terror, o caos é o terror. Ele surge como o monstro absoluto, um puro demónio", comenta o sociólogo.

Este é o Joker dos romances gráficos "The Killing Joke" (Alan Moore e Bryan Bolland, 1988), de "Arkham Asylum: A Serious House on Serious Earth" (Grant Morrison e Dave McKean, 1989), é o Joker revitalizado por Frank Miller na mini-série (1986) de "comics" "The Dark Knight Returns". Aquele que dança, com Batman, um eterno tango fatal para dois.

Nos filmes, parece ser o Joker que mais está fascinado pela sua némesis. "Onde é que ele arranja aqueles maravilhosos brinquedos?", perguntava, invejoso, o Joker/Nicholson no filme de Tim Burton. "Tu completas-me", declara-se o Joker/Ledger no filme de Nolan. "No 'The Killing Joke', Batman acaba a rir com ele", lembra Pedro Vasconcelos.

Em 1940, a figura foi criada como um bobo, um "trickster", criatura mitológica que desafia as convenções - um desobediente. Bob Kane queria que ele fosse um assassino de massas, uma presciência de John Wayne Gacy (assassino dos anos 1970 nos EUA que se vestia de palhaço) que iria introduzir a anarquia em Gotham. Na sua origem, não só o "prankster", mas também a personagem de Conrad Veidt no filme mudo de 1928, "O Homem Que Ri", inspirado na história de Victor Hugo.

Ao longo das décadas, foi um rufia, um assaltante de bancos, um "dandy" (Cesar Romero, na série de TV), um pateta "durante os anos 1950, devido à censura que então caíra sobre a indústria de 'comics'", recorda Daniel Maia. E foi Jack Nicholson, que gritava: "Esta cidade precisa de um clister!" Agora, tornou-se Ledger. Uma esperteza aguda: "O que não te mata... torna-te mais estranho", diz o farsante no novo filme. "A primeiríssima versão, de Bob Kane, era bem mais temerosa e parecia-se mais com a representação do Heath Ledger", acrescenta Daniel Maia sobre a sua visão favorita do Joker.

É alguém que, tal como nos romances gráficos dos anos 80, é "um arquivilão, absoluta encarnação do mal, um sociopata" e que ao mesmo tempo "tem uma espécie de superlucidez". "É uma personagem que foi para lá das convenções e hipocrisias sociais", prossegue Pedro Vasconcelos. "A loucura também tem muito de liberdade e o louco parece saber sempre mais do que nós", refere Paulo Prazeres, fã de vilões, de Darth Vader a Joker. Por isso mesmo, entronizamos os heróis, mas fazemos o culto dos vilões.
"Estamos fascinados pelo vilão em nós", teoriza Pedro Vasconcelos. "É a atracção típica do Carnaval, a possibilidade de inverter as regras do mundo. Eu sou o outro, já dizia Mário de Sá Carneiro."

Considera que, no momento histórico actual, "na modernidade, em que há uma tendência crescente de individualização, as personagens que são rebeldes são particularmente atraentes". Especialmente estas, em que entrevemos "um patamar de entendimento do mundo que ultrapassa a mentalidade convencional que achamos sempre que é fechada, limitada e que tem conotações negativas", remata Vasconcelos. "Gosto de pensar que o seu sucesso tem algo a ver com a fobia aos palhaços. Se pensarmos bem, a única 'competição' a nível da cultura pop será por parte do Ronald McDonald", ironiza Daniel Maia.

Mas ao mesmo tempo que adoramos a diferença, já tivemos a nossa dose de anarcas assassinos - de Michael Meyers ("Halloween") ao Jigsaw Killer ("Saw"), de Dexter Morgan a Tony Soprano. Já jogámos muito mais Grand Theft Auto, já vimos assassinos esteticamente aprazíveis e pintámos os códigos de uma vasta paleta de cinzentos. Até já vimos tortura em Abu Ghraib e tentámos evitar as execuções de Saddam Hussein ou Daniel Pearl no computador.
Anestesiados?
Talvez não. A cultura impõe-nos dicotomias, o mundo organiza-se com narrativas em esquema, o Bem e o Mal estão sempre lá. Os impactos ainda se sentem, seja ao ver o Joker matar, seja ao vê-lo aceitar um espancamento com o sempiterno esgar. Ou ao vê-lo vestidinho de voluntária de hospital num travestismo hilariante. Ou seria horripilante?

E com este Joker o vilão da DC Comics vai continuar a atormentar-nos, porque se começou como um "boneco muito certinho", como diz Pedro Vasconcelos, "é cada vez mais um indivíduo descontrolado, sem traço certo". Paulo Prazeres recorda o "nexus" que lhe ficou na mente com "The Killing Joke". É que "o que basta para enlouquecer é ter um dia muito mau". "Podias ser tu, ainda que mais ou menos genial. Mas podias ser tu."


Joana Amaral Cardoso


Anarchy in the USA

Podemos ser hereges? Obrigado.
Aqui vai então: estão a ver o "Batman" de Tim Burton? Atirem-no para um canto. A partir de agora, "O Cavaleiro das Trevas" é a encenação cinematográfica definitiva do Homem-Morcego. E tudo isto sem negar o que ficou para trás - afinal, dificilmente Christopher Nolan poderia ir tão fundo como vai na escuridão de Batman sem o que Burton visualizou em "Batman" (1989) e "Batman Regressa" (1992). (Aparte: o que é surpreendente é que, há dez anos, Burton tenha sido substituído pela visão fluorescente-BD de Joel Schumacher porque a Warner teve medo do abismo negro para onde se estava a levar a série, e Nolan, agora, vá muito mais longe, muito mais escuro do que Burton alguma vez foi. Mas pronto.)

Sem medir as palavras: "O Cavaleiro das Trevas" é o apocalipse urbano pós-11 de Setembro, a metrópole sitiada pelos insurgentes, o medo diário do terrorismo vindo de parte nenhuma, metaforizada na cidade a ferro e fogo às mãos de um psicótico imprevisível. A ideia da cidade a ferro e fogo já estava no "reboot" que Nolan fez ao "franchise" do Homem-Morcego em 2005 com "Batman - o Início" - e sempre existiu no universo dos super-heróis - mas em todos os episódios anteriores estava ainda incluida numa dimensão fantasista. Aqui, Nolan depurou a produção cenográfica para instalar o filme numa banal metrópole americana, sem a estilização surreal a que nos habituámos para nos dizer que "isto é só um filme", usando actores sem "imagem de marca" (ou contra as suas imagens de marca) para nos afastar das codificações do filme de super-heróis.

Aqui, estamos no mundo real: Batman não tem super-poderes, é apenas um homem torturado que utiliza a tecnologia de ponta para fazer aquilo que mais ninguém pode - ou que mais ninguém quer. Aqui, o vilão não é um homem como outro qualquer: é o Mal absoluto, a anarquia pura. O Joker de Tim Burton, sob os traços de Jack Nicholson, era apesar de tudo uma personagem razoavelmente convencional, um gangster movido por vingança. O Joker de Nolan, habitado por um assombroso e irreconhecível Heath Ledger (e sim, a interpretação é tão extraordinária como têm ouvido dizer), é uma cifra, um mistério, alguém que não procura lucro, fama, prazer. Este Joker é uma espécie de abstracto - como se a escuridão de Batman o tivesse invocado para o pôr à prova, num equilíbrio quase zen entre o Bem e o Mal onde as fronteiras se diluem e as definições se confundem. O Joker de Nolan e Ledger é irredutível, medo em estado puro - e o modo como o realizador o coloca como âncora e bússola do filme (reduzindo o Batman intenso mas contido de Christian Bale a mais uma personagem num certeiro elenco de conjunto) faz "O Cavaleiro das Trevas" erguer-se muito para lá do tradicional filme de super-herói.

Ou antes: quem vier aqui à espera de entretenimento pop descartável pode desde já tirar o cavalinho da chuva. Burton trazia ao de cima a escuridão de Batman ainda dentro de um quadro estilizado de BD, Joel Schumacher ia na direcção oposta ao encenar ("Batman para Sempre", 1995, "Batman & Robin", 1997) um Batman feérico, leve e colorido, mais próximo da série dos anos 1960. Mas Nolan ejecta tudo o que possa ser etiquetado como BD para deixar apenas um filme com estrutura de policial clássico, visual de aventura urbana e alma de tragédia operática. É abusivo recordar "O Padrinho" (e sobretudo o seu mal-amado terceiro episódio) mas esta é, na verdade, uma tragédia do fim do império, com um vilão apostado em instaurar o caos e um herói torturado como única barreira entre a civilização moderna tal como a conhecemos e a anarquia absoluta.

Sim, sabemos que, no papel, isto é apenas mais um filme de superheróis. Sim, sabemos que isto é um filme americano produzido por um grande estúdio. Mas sabemos, também, que o milagre de "O Cavaleiro das Trevas" é cumprir todo esse caderno de encargos e, depois, dar-nos mais do que estaríamos à espera. E, sobretudo, de nos deixar a pensar. Qual foi o último "blockbuster" americano de super-heróis que nos fez isso? (E não vale a pena citar o "Batman" de Burton. É batota.)


Jorge Mourinha

Thursday, 24 July 2008

Hokkaido

Rua Saraiva de Carvalho 184/A
1250-242 - Lisboa
Tel. 21 396 61 52
Aberto todos os dias. Tem Take-Away.

Sushi, Teppan-yaki

Um "all you can eat" buffet com boa relação qualidade/preço. A qualidade não é a melhor mas é contra-balançada pela quantidade e preço. O serviço é bastante mau, bruscos chegando a ser rudes e sem vontade de falar português.

Comida

Sushi aceitável

Preço

15 Euros

Ambiente

Meio achinesado

Serviço

Práticamente inexistente, rude, pouco esforço para falar português

Localização:

Nosso menu:

  • Buffet livre sushi, sashimi, teppan-yaki



Sunday, 20 July 2008

Azul Profundo

Rossio dos Olivais - Quiosque Nº 4, Parque das Nações
1990-096 - Lisboa
Tel. 21 896 00 04
Acesso WiFi na esplanada

Esplanada, Bar

O serviço de esplanada é inexistente e tem que se efectuar pré-pagamento. Ao pedirmos para trocar o sumo natural por um sem açucar limitaram-se a despejar e adicionar àgua. As tostas são bastante aceitáveis bem como a vista. Vale pelo sítio, mas só de verão é aceitável. Não me importo de lá voltar, mas se isso não acontecer não fico particularmente triste.

Comida

Tostas aceitáveis

Preço

7 Euros

Ambiente

Na Expo vista para o Oceanário

Serviço

Práticamente inexistente
.

Localização:

Nosso menu:

  • Tosta de frango com ananás
  • Sumo Papaia e Kiwi
  • Cerveja

Outros links:

Friday, 18 July 2008

Chá da Esperança

Rua da Esperança 100
1150-148 - Lisboa
Tel. 21 397 50 08
Encerra Domingos e Segundas. Realizam ateliers de chocolataria

Beirã, Contemporânea

Conhecer este restaurante foi uma agradável surpresa. Numa rua onde somos clientes assíduos fomos surpreendidos com esta nova oferta. O aspecto desde o exterior era tão apelativo que alterámos os nossos planos e optámos por experimentar. A comida é muito com produtos de elevada qualidade e confeccionada com muito "carinho". Os enchidos da Guarda e os sabores das Beiras são-nos apresentados com outras roupagens misturados com sabores e ofertas de cacau e chocolate. O serviço é atencioso, simpático e quase pessoal é um prazer ser assim atendido. O espaço é agradável com design moderno, uma boa música ambiente, principalmente Jazz, propicío à conversa. Confesso que o chocolate me desiludiu um pouco, não me compreendam mal, é óptimo, mas para meu gosto tem manteiga a mais para ser excelente. Adorei o folhado de farinheira sobre uma cama de acelga e agrião, a dose de bacalhau poderia ser um pouco maior, o pato bom e bem servido. O vinho da casa acompanhou bem a refeição. No fim mais uma surpresa, chá de Cidreira, feito com folhas frescas e soberbamente servido, um mimo, um luxo. Ficámos a saber que durante a folga semanal, Domingo e Segunda, organizam ateliers de chocolataria, enquanto preparam o chocolate da semana, ficámos curiosos e queremos experimentar. Gostei muito e quero voltar.

Comida

Muita qualidade

Preço

€€

18 Euros

Ambiente

Muito bom gosto. Bairro simpático.

Serviço

Simpatia e atenção
Um convite à experimentação dos sentidos, num espaço criado para que um público abrangente possa reconhecer, de várias formas, aquilo que são ou poderiam ser os seus sabores, os seus aromas, a sua música e o "seu" lugar.
Para além da cozinha tradicional portuguesa, onde se destacam os enchidos da Guarda, as especialidades variam entre a nouvelle cuisine e alguns sabores do mundo que nos foram trazidos pelo Chefe Chakall que inspirou e a apadrinhou este espaço eclético onde encontramos uma vasta paleta de paladares.
Entre refeições, chás e chocolates artesanais Casta Lusa são muito variados, quentes ou gelados, acompanhados de scones, crepes ou outras iguarias do dia, querendo despertar a curiosidade pela diversidade dos aromas e pela qualidade das texturas.
Quis o "Chá da Esperança", sem pudor, experimentar e recriar a sua ementa, com o mesmo espírito que concebeu este espaço.
Um restaurante que também é casa de chá. Uma casa de chá que também é chocolataria. Apesar de estar situado em Lisboa, na rua que lhe dá o nome, no Chá da Esperança, a cozinha beirã está em destaque.
Farinheira e morcela da Guarda, pão de centeio e chouriçada beirã, tudo a ser saboreado num espaço moderno e arrojado, onde o branco impera e as cadeiras são transparentes. Pormenores interessantes são o desing retro e o facto da gastronomia ser inspirada na cozinha Chakal.

Localização:

Nosso menu:

  • Pão, Azeite perfumado e Tapenade
  • Folhado de farinheira com alho françês
  • Bacalhau com espinafres e broa
  • Tarte de pato
  • Mousse de chocolate
  • Tarte de chocolate com frutos vermelhos
  • Copo de tinto Alentejo
  • Chá de cidreira

Critica:
"Morcela e Miles Davis"

Um compromisso com a Guarda... e com o chocolate!

Há cerca de um ano abriu na Rua da Esperança, a Santos, no Bairro da Madragoa, mais uma pequena embaixada da nossa cidade na Capital - o Restaurante “Chá da Esperança”.
Luísa Junqueiro, natural da Guarda, propôs-se recuperar um espaço antigo e levar até Lisboa alguma cozinha tradicional da Beira Alta e os prestigiados enchidos da Guarda, comprometendo-se na promoção da nossa cidade junto de turistas e lisboetas que por ali passam deliciando-se ao experimentar novas texturas, aromas e sabores ao mesmo tempo que são brindados com excelente música jazz num ambiente informal, onde impera a simpatia beirã.
O design contemporâneo, a releitura das fachadas antigas do Bairro de Santos e uma cozinha inspirada em Chakall, cheff argentino, com quem a proprietária trabalhou, desenha um novo conceito – original, eclético e inovador. O Restaurante conjuga a cozinha tradicional portuguesa e internacional, as especialidades com cacau, uma Casa de Chá onde a oferta é variadíssima e ainda uma pequena fábrica de chocolates artesanais.
A chocolataria “Casta Lusa” promove Oficinas de Bombons a todos os que aceitem o desafio do Chá da Esperança no compromisso com o chocolate.
Outros links:

Wednesday, 16 July 2008

Procurado

Fight Club meets Matrix, passo a explicar: Acção tiroteio e fantasia de Matrix com narrativa, ritmo e sarcasmo de Fight Club. Soa divinal mas neste caso o todo fica fica muito aquém da soma das partes. Para filme de acção é bom mas podia ser tão melhor. Nada de novo, e a treta de curvar balas, no fim já chateava.

Título original: Wanted
De: Timur Bekmambetov
Com: James McAvoy, Morgan Freeman, Angelina Jolie
Genero: Acç, Thr
Classificação: M/16

EUA, 2008, Cores, 111 min. (IMDB)

Um jovem, aparentemente comum, descobre que o pai, entretanto falecido, era um assassino profissional. É então recrutado por uma bela mulher, Fox, para retomar o lugar do pai e vingar a sua morte.in Público

Crítica:
Prepare-se para ação, slow motion e muitas coisas impossíveis! Tem problemas, mas deixa para lá, afinal, também tem Angelina Jolie!
O Procurado (Wanted, 2008, EUA) tem tudo que um bom filme de ação precisa. Armas, tiroteios, cenas impossíveis, perseguições de tirar o fôlego e, claro, Angelina Jolie. James McAlvoy e Morgan Freeman estão ali, mas o show visual é dela, que vai fazer muito marmanjo pagar o ingresso só para ver sua cena seminua. De qualquer forma, o filme funciona dentro de seu gênero, mesmo com alguns problemas notáveis de edição.

Novidade, entretanto, não existe em termos técnicos em Wanted. Os efeitos das balas não atualizam o bullet time de Matrix e a trajetória do personagem principal – James McAvoy, sempre bem – é uma saga do herói ao avesso que é prejudicada por uma montagem confusa em alguns momentos. A ação, porém, é tão intensa que o ritmo acelerado compensa suas deficiências. O que pode, e deve, frustrar muitos dos fãs da HQ que inspirou o filme, em 2003, no mercado norte-americano.

Os personagens são construídos rapidamente e suas habilidades também. Eles são capazes de curvar as balas, ou seja, atiram de qualquer lugar, a qualquer distância e, normalmente, atingem seus alvos. O mais novo membro dessa elite de assassinos é Wesley (James McAvoy), que é recrutado por Fox (Angelina Jolie) para vingar a morte de seu pai, também membro da tal Fraternidade. Mas há o inimigo, Cross (o competente ator alemão Thomas Kretschmann), um renegado disposto a destruir o grupo.

Mesmo para quem leu a HQ há novidades no roteiro, pelo que já foi dito por quem assistiu. Mas, especialmente, quando se analisa o filme sem essa referência pode se valorizar a construção de uma grande mentira em torno da real função de Wesley e a verdade por trás da Fraternidade, que é liderada pelo personagem de Morgan Freeman – em destaque por algumas frases fortes, palavrões hilários e uma careta impagável. Comédia? Não, mas valoriza seu trabalho e evita um personagem meramente ilustrativo ou repetitivo. Afinal, criar sujeitos caricatos e bobos é muito fácil.

É aquele tipo de filme feito para a nova geração: boca suja, disposta a mudar o mundo com um headshot, e que sonha em descobrir que é filho de um milionário! Claro que a “apologia” às armas vai dispertar os incautos, claro que os xiitas vão detestar por causa das diferenças, mas claro que tudo isso soa cool para diabos. E é isso que o filme pretende, ser cool. A “Geração MTV” cresceu e esse filme é para ela.

O Procurado, porém, tem seu pior inimigo em sua própria campanha de marketing. Foi-se o tempo em que um filme grande tinha um teaser e um trailer. Agora existem os “promos” e os vídeos para internet. Com isso, se você acompanhou toda a trajetória que a Universal Pictures realizou para divulgar seu produto, você não se surpreende no cinema. As grandes cenas de ação já foram vistas. Angelina já fez o carro rodopiar para resgatar Wesley; que, por sua vez, já cometeu um assassinato aéreo atirando pelo teto solar de um veículo blindado onde estava sua vítima; e por aí vai. As bilheterias não vão sentir o efeito disso, mas, sem dúvida, muita gente vai sair da projeção com a sensação de que já tinha visto quase tudo ali. É aquela velha história “a melhor piada estava no trailer”. Ela pode se repetir nesse filme. O resultado soa como uma montagem desses clipes, ou melhor, um grande videoclipe dirigido pelo russo Timur Bekmambetov (do ótimo Night Watch).

Mas será que alguém vai se preocupar com isso depois de passar algumas horas com a Angelina? O curioso é que muitos fãs do quadrinho já se perguntam: é possível que a Fox seja interpretada por alguém que não a Halle Berry? Meus queridos, Halle não é NADA perto da Jolie, não para esse filme. Acreditem!

O Procurado cumpre o que promete: ação do começo ao fim, tiroteios impensáveis e, claro, dar mais um exemplo da sensualidade voraz de Angelina Jolie em cena. É bacana e empolgante, mas não chega a fazer sombra perante os grandes lançamentos do ano e daqui a pouco vem o morcego para monopolizar as opiniões e colocar os tiros impensáveis de Wanted para escanteio. Mas claro, que, algum daqueles prêmios non-sense que o MTV Awards entrega: Melhor Cena de Carro Rodopiando, ou algo assim. Justo dizer que o filme também entrega alguns elementos secundários de grande valia como outra uma ótima atuação de James McAvoy (os personagens principais nesse caso são as cenas de ação, o fato dele aparecer em todas elas não o torna mais importante que a adrenalina das cenas), que se consolida cada vez mais; uma ótima participação de Terence Stamp; e uma mensagem tapa na cara para quem se contenta com uma vidinha medíocre.

Afinal, o que você tem feito ultimamente?


judao.com.br

Saturday, 12 July 2008

Angelus

R. Vieira da Silva, Lote 5 - Loja Esq. - Urb. Quinta Nova
2675-604 - Odivelas
Tel. 21 933 61 91
Fecha às Segundas. Serve TakeAway

Pizzaria

Numa época em que comer pizza é uma actividade de luxo ou num franchisado de plástico, aqui está uma típica pizzaria de bairro. Cheia de gente e de confusão numa mistura de berros e farinha. Boas e imaginativas pizzas chegam à vontade para um, infelizmente não são feitas em forno de lenha, mas também não se pode querer tudo. Também se pode levar para casa mas não entregam ao domicílio. Boas caipirinhas, a sangria não presta. Quando a vontade por comida rápida aperta aqui fica uma sugestão. Uma das melhores pizzarias da região-

Comida

Boas Pizzas.

Preço

12

Ambiente

Pizzaria barulhenta

Serviço

O possível

Localização:

Nosso menu:

  • Pão de alho
  • Pizza Camponesa
  • Pizza Vegetariana
  • Caipirinha

Crítica:
Escondido nos bairros novos de Odivelas, aqueles onde existe efectiva urbanização, ao contrário do que se passa na parte da cidade que tem mais de 20 anos, encontramos o restaurante italiano Angelus que, para mim, está no topo dos sítios onde se come uma boa pizza na área de Lisboa.
As ditas vêm em dois tamanhos, grande e pequeno, para mim e para a minha cara-metade chega bem uma pequena a dividir pelos dois, mas a maior parte dos casais divide uma grande ou pede uma pequena para cada um.
Para quem gosta de banana e natas nas pizzas, a Sofia Loren - é o nome - é divinal.
Também se pode optar por pratos de massas que, embora não sejam brilhantes, são bastante razoáveis, e por bifes ou picanha muito bem confeccionados e acompanhados. Ainda na carne, pode-se escolher uns supremos de frango que é uma especialidade da casa.
A sangria é também bastante boa e recomendo um pão de alho Angelus como entrada.
As sobremesas têm vindo a subir de qualidade ao longo dos anos. Recomendo vivamente o Crepe Al Baleys e o Pecado, sendo que este é um fondant de chocolate com a habitual bola de gelado... muito bom mesmo.
Também têm sistema de take-away de pizzas.
Como pontos negativos temos uma garrafeira muito pobre e uma acústica péssima que torna o espaço muito, mas muito barulhento mesmo. Isto, e as pessoas que se vão acumulando à porta à espera de mesa, estraga qualquer ambiente romântico - ainda assim é o mais romântico de Odivelas - para o que até tem potencial 8-))


por Os 3 Pratos

Outros links:

Sul

Parque de Santa Marta
2655 - Ericeira

Esplanada, Praia

Apenas usufruímos dos prazeres do sol e das tostas com imperiais. Neste nível nada a apontar o sol é quente, a vista excelente, as tostas enormes e boas a cerveja fria. O serviço na esplanada um pouco negligenciado. Não experimentámos o restaurante. Como esplanada é excelente.

Comida

Tostas são boas

Preço

10

Ambiente

Grande vista e ambiente

Serviço

Fraquinho

Localização:

Nosso menu:

  • Tostas

Crítica:
Sem Norte

Dizer que um restaurante novo não chega ao próximo Verão e ter razão é mais fácil do que acertar no Benfica – Académica com uma dupla 1-X.
No caso do Sul, na Ericeira, a probabilidade é ainda mais alta e com dificuldade aquela linda varanda verá o solstício de Verão. O que é pena.
É sempre pena quando corre mal um projecto, mas ainda mais pena é quando se nota que houve alguma tentativa de fazer bem.
O espaço é uma tentativa quase conseguida, a comida é uma tentativa falhada, o serviço é um desastre bem conseguido.
O espaço clean, mas demasiado, com luz fria a descer pelos rebordos do tecto, bloco-operatório disfarçado, em cima do mar e das furnas da Ericeira, virado às arribas da Foz do Lizandro.
Na ementa, tenta-se ultrapassar o marasmo cartista do indiferenciado eixo Sesimbra-Ericeira-Peniche (dizem que está melhor) – foge-se ao grelhado no carvão e à massada de cherne (chernes, normalmente do Nilo). Uns ovos (mal) mexidos com uns espargos (fora de época), um creme de cenoura, aquoso, caldo desenxabido.
O esparguete fresco tinha sido cozido na água das amêijoas, ou em caldo de peixe, mas estava sobrecozido; um pregado frito razoável com (um péssimo) arroz de berbigão (num livro de culinária antiga, ainda ontem, vislumbrei um peru recheado de vitela, que não deve ser pior combinação).
Tudo isto através de um serviço caótico, amador, sem rei nem roque, leeento. Tão lento que alguém na cozinha se podia ter lembrado de pôr um grão de sal que fosse no arroz de peixe-galo.
No fim, voltam as cartas para a sobremesa (ah e não há duas cartas iguais, umas com uns pratos riscados, outras não; umas com pratos do dia, outras sem). Uma bolacha de canela com mousse de arroz doce boa (o que é doce nunca amargou), uma pannacotta apudinzada e um tiramisù sem café (não vá alguém perder o sono).
Pode ter sido um mau arranque. Mas, na corrida da restauração, quem arranca mal raramente chega ao fim. A clientela não perdoa, e os rigores do Inverno atirarão para o esquecimento a fonte de más experiências a 35 euros por pessoa.

por Contraprova
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Wednesday, 9 July 2008

Hancock

A ideia que deu origem ao argumento parece excelente. A primeira hora parece a óptimo nível para o género, divertida com bons efeitos, infelizmente o final é do mais fraco possível. O vilão é patético e tudo fica atabalhoado. Vale pela primeira hora.

Título original: Hancock
De: Peter Berg
Com: Will Smith, Charlize Theron, Jason Bateman
Género: Acç, Com
Classificação: M/12

EUA, 2008, Cores, 95 min. (IMDB)

Há heróis, super-heróis e há Hancock (Will Smith), um herói incompreendido que vive em Los Angeles. As pessoas estão fartas dele, mas Hancock não se preocupa com o que os outros pensam. Até que um dia descobre que talvez tenha um lado vulnerável.in Público

Crítica:
Os super-herois sempre foram idealizados como sendo os perfeitos exemplos da humanidade e da sociedade, no entanto, chega-nos agora ás salas de cinema “Hancock”, um filme que nos apresenta uma personagem que vem contradizer esses idealismos predefinidos e consagra o termo anti-heroi. Hancock (Will Smith) é um super-heroi fora do normal, é conflituoso, sarcástico, e incompreendido, as suas acções são sempre bem intencionadas, e apesar de salvar inúmeras vidas, deixa sempre um rasto do seu “trabalho”. Os cidadãos de Los Angeles começam a ficar fartos deste herói e perguntam-se o que fizeram para merecer isto. Hancock não é um homem que se preocupa com o que as pessoas pensam, até ao dia em que ele salva a vida do Relações Públicas Ray Embrey (Jason Bateman), e começa a perceber que também ele pode ter um lado vulnerável.
O filme funciona como uma espécie de crítica ao status que os super-herois detêm no mundo do entretenimento, sendo sempre vistos como seres perfeitos que só praticam boas acções com o melhor comportamento possível, “Hancock” coloca uma nova situação em cima da mesa, e se um super-heroi salvasse o mundo mas agisse como um idiota, seria na mesma respeitado e adorado por todos? Hancock, brilhantemente interpretado por Will Smith, tem super-poderes sobre-humanos mas uma personalidade bem humana, bebe em demasia, não se preocupa com o seu vocabulário nem com a forma como aborda as pessoas, simplesmente adopta uma postura em que não se preocupa com o que o mundo pensa, e á luz desta terrível personalidade Hancock não tem os tradicionais fãs, não é respeitado pelos mais novos e metade da cidade de Los Angeles que processa-lo, até a própria policia quer vê-lo na prisão. Esta visão de um anti-heroi, abordada pelo argumento do filme, não deixa de ser inovadora, caindo muito bem numa época onde cada vez mais os típicos heróis da Marvel têm o seu próprio filme, contudo esta interessantíssima ideia acaba por não ter o aproveitamento devido, sendo pobremente executada por um argumento que apresenta demasiadas falhas, o que leva o filme por um caminho confuso e saturante.
“Hancock” até começa bem, apresentado de forma clara a sua personagem principal, contudo á medida que o filme se desenvolve e Hancock começa a amolecer, o filme vai perdendo interesse. No inicio a personalidade aguerrida e conturbada do nosso anti-heroi, permite cenas de elevado teor cómico que nos fazem perceber de forma clara a sátira montada á imagem superficial de super-heroi, no entanto, á medida que Hancock começa a perder a sua rebeldia, a história começa a entrar espiral descendente, o Drama e o Romance começam a tomar conta do filme, estragando por completo o ambiente criado nas primeiras cenas do filme. O argumento falha em contrabalançar a acção e diversão do início com o drama e tensão do desenvolvimento, criando um filme emocionalmente incoerente com um final verdadeiramente confuso e bastante aparvalhado.
Outro aspecto negativo do filme é o vilão. Todos os heróis sendo super ou anti precisam de um vilão á sua altura, é certo que no inicio do filme Hancock é o seu próprio inimigo, no entanto, com o desenrolar da história essa posição é ocupada por Red (Eddie Marsan) que é certamente um dos vilões mais fracos de sempre já que não intimida nem convence ninguém, Red é o resultado de uma má construção de personagem acompanhada por um péssimo desempenho do actor em causa. Devido á natureza de Hancock, poder-se-ia ter levado o vilão muito mais longe por um caminho completamente diferente.
Will Smith é a estrela do filme e do elenco, mais um bom papel de Smith que tem vindo a impressionar Hollywood com as suas performances praticamente imaculadas, com “Hancock” o nível apresentado não foi o mesmo de “I Am Legend” contudo isso seria pedir demasiado, as circunstancias são outras e “Hancock” é claramente um filme menos exigente e mais comercial.
“Hancock” poderia ter oferecido muito mais com a boa ideia que orienta o seu argumento, a sua história acaba por resultar numa confusão de sentimentos e emoções. Salvam-se os momentos de humor e a intenção de criar uma sátira aos filmes tradicionais de super-herois. Infelizmente, “Hancock”, não funcionou como filme de Acção/Aventura.


Portal Cinema

Monday, 7 July 2008

Tirinuelo Cumbre


Bem estruturado, final agradável. Boa surpresa.

Tinto envejecido en roble(6 meses en barrica y uno en botella).Color rojo frambuesa.Limpio y brillante,sin impurezas. Elaborado con la variedad autóctona RUFETE, uva pletórica en aromas frutales.Nariz elegante con notas de grosella, recuerdon de hierbas aromáticas y un ligero aire de vainilla y café.El tiempo en botella lo ha redondeado y pulido hasta convertirlo en un vino amable, con la brillanted de un final que recuerda ligeramente el amargor de la nuez, acídulo y fructoso.Bien estructurado con personalidad propia. Vino de San Esteban de la Sierra (Salamanca).





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Saturday, 5 July 2008

Salinas de Rio Maior

As salinas naturais de Rio Maior, situadas a 3 km da sede de concelho constituem um dos principais referenciais da localidade e são um orgulho para Rio Maior, por serem as únicas do género em Portugal ainda em exploração. Estas salinas estão consideradas como Imóvel de Interesse Público, no contexto do património cultural português. É assim que, do antiquíssimo poço das Marinhas do Sal, brota água salgada que abastece os 400 talhos, ou compartimentos, e os 70 esgoteiros, que ocupam 21 865 m2.
A água desta nascente é sete vezes mais salgada que a água do mar, e era retirada com a ajuda de duas enormes Picotas ou "Cegonhas" há bem pouco tempo. Estes engenhos são um legado árabe com certeza, pois foram estes que os introduziram na Europa. Aliás, é de crer que os romanos, e depois os árabes, tenham explorado em grande escala estas salinas.
Há referências às salinas de Rio Maior desde 1177, em documentos escritos que são aliás os mais antigos sobre Rio Maior. Sabe-se também que D. Afonso V era proprietário de cinco talhos nas salinas de Rio Maior no século XV, e que recebia um quarto de toda a produção, tendo o monopólio da sua venda. A importância económica das salinas para a região, está bem vincada nas duas pirâmides de sal retratadas no Brasão da cidade de Rio Maior.
Estas salinas são únicas no país e são fruto de uma maravilha da natureza. A água salgada provém de uma extensa e profunda mina de sal-gema, que é atravessada por uma corrente subterrânea de água doce, que se torna depois salgada. Trata-se de sal puro (97,94% de cloreto de sódio), que é recolhido nos talhos pelos marinheiros (designação dada aos salineiros). O poço tem 9 metros de profundidade e 3,75 de diâmetro e a distribuição da água pelos talhos obedece a regras consuetudinárias de origem ancestral.



A dois kilómetros ao N. da villa, em um extenso valle, proximo do logar da Fonte da Bica, está esta importantíssima e justamente famosa marinha, única no seu género na Península Hispânica; pena é que não seja mais bem explorada.
No meio do terreno occupado pela marinha, está uma nascente inexgotável, da qual nos mezes do estio se tira água, por meio de dois baldes (!) de noite e de dia, e é conduzida, por ordem, a cada um dos depósitos, ou compartimentos, feitos no solo, com um metro de profundidade, e a que chamam talhos. Pertencem estes a diversos donos, e valem (segundo a distancia a que se acham da nascente) termo médio, cada talho 80$000 réis.
O sal aqui produzido, é superior em qualidade, e mais forte do que o sal marinho, ou commum.
Já vimos que em 1177, era explorada esta marinha, e que já o havia sido em maior escala, em tempos muito anteriores.
Segundo a tradição, a marinha não era no sítio actual, mas uns 60 a 70 metros mais ao N., e a nascente tão pouco abundante que apenas dava para 6 talhos, e que fazer a 3 ou 4 homens; não chegando o sal que ella produzia, nem para o consumo das povoações circumvisinhas.
Uma pequena que andava na planície (hoje local da marinha) apascentando uns jumentos, sabia que junto a uns juncos havia uma nascente de água, e como tivesse sede foi alli beber, mas notou que era excessivamente salgada.
Regressando a casa, deu parte d'esta circumstancia ao pae, que, junto com outros visinhos, se foram ao juncal, e alli abriram um poço, e quanto mais o profundavam, maior quantidade de clorurêto de sodium era expedida: mas a antiga nascente secou.
Estes exploradores, trataram logo de fazer talhos, e a colher optimo sal, em bôa quantidade.
Foi-se desenvolvendo esta indústria, e hoje ha, nada menos de 400 talhos, valendo cada um dos mais próximos da nascente 144$000 réis, e os mais remotos 14$400 réis.
O poço actual (d'onde brota a água) tem 11 metros de profundidade, e 8 de circumferencia.
O sal, como o extrahido da água do mar, forma-se por evaporação, e, quando o calor é mais intenso, está o sal prompto em quatro dias.
Dá-se ao producto d'estas marinhas, o nome de sal espuma. É mui claro, secco, e brilhante de tal maneira, que d'elle se formam bellissimas pyramides e varias outras figuras, como do assucar refinado de lasca, ou de pedra.
Excede tanto em qualidade o sal commum (marinho) que, para salgar carnes, basta metade da porção do extrahido da agua do mar.
É summamente saturado de muriato de soda, purissimo, e sem mistura de muriatos calcareos e magnesianos, que se encontram nos outros saes communs, e que os tornam amargos e deliquescentes.
Saindo do logar d'esta marinha, está uma vasta planície, cuja parte mais considerável pertenceu aos monges bernardos de Alcobaça, e o resto a particulares. Aqui, no sítio chamado Marinha Velha (onde primeiramente se colheu sal) ainda nos estios se formam a periferia bellissimos crystaes de muriato de soda.
N'este sítio, sobremaneira infértil, apparece com vigorosa vegetação, a Salsola-Kali, de Linneu, e algumas das outras plantas proprias das visinhanças do mar, e das cinzas das quaes se faz a sóda ou barrilha.

LEAL, Pinho, Portugal antigo e moderno, 1878


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