Saturday 13 June 2009

Irlanda

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Viagem de 27 dias até à ilha esmeralda




Dia 1 (21-05-2009) 772 km(s), 58 litro(s), 104.5 km/h

On the road again. Mais uma partida. Agora em direcção à ilha esmeralda, a Irlanda. Desta vez decidimos arriscar uma estirada inicial mais longa e apontamos para lá de Burgos. Foi uma viagem surpreendentemente agradável, principalmente o pôr do sol lá para Salamanca. O hotel, El Vallés, foi uma boa surpresa; muito bem decorado, bom ambiente, excelente qualidade de materiais, bom preço. De negativo só o AC que teimou em não arrefecer o quarto.






Dia 2 (22-05-2009) 875 km(s), 69 litro(s), 107.8 km/h

Mais um dia passado na estrada sem muito para contar. Por volta das 18h chegámos a Le Mans. Para além do famoso circuito automobilístico nada sabia da terra e foi com muito interesse que me embrenhei para o centro. O hotel não destoa da média dos Íbis em França, mas fica a poucos minutos a pé do centro. Aproveitámos o final de dia excelente com um passeio pela zona velha de Le Mans, é bastante bonita com o seu casario medieval com travessas de madeira e pedra trabalhada. Gostei particularmente de uma casa forrada a madeira, da casa do pilar vermelho e da casa de Adão e Eva com baixos-relevos no mínimo estranhos. A catedral também é imponente mas infelizmente já estava fechada. Jantámos muito bem no “Auberge des 7 Plats” apesar de termos ficado na pior, e última, mesa da casa. Gostei.






Dia 3 (23-05-2009) 305 km(s), 26 litro(s), 100.9 km/h

Pela manhã fomos até à costa de Alabastro ver as falésias brancas do lado Francês do canal. Almoçamos em Étretat uns mexilhões que traziam como brinde dezenas de caranguejos juvenis. Pelas 17h fomos até Le Havre e embarcámos no ferry que nos levou até Portsmouth onde chegámos ao pôr-do-sol. Passámos alguns minutos numa espécie de alfândega onde o nosso domínio da língua Inglesa foi sobejamente elogiado e já era noite escura quando entrei em modo “left hand driving” que me iria acompanhar nas próximas semanas. O hotel apesar de localizado em zona industrial tinha um nível muito bom.






Dia 4 (24-05-2009) 473 km(s), 34 litro(s), 94.8 km/h

Hoje avançámos até ao País de Gales onde esperamos descansar dois dias. A manhã foi passada nas auto-estradas Inglesas em direcção a Shrewsbury, já no País de Gales, onde almoçamos um belo “sunday roast” no pub Bull’s Inn. Depois de visitarmos a zona antigo e ribeirinha demos um salto até um dos muitos castelos do País de Gales, “Powys Castle”, famoso pela sua pedra vermelha e pelos seus belos jardins. Chegámos a Trefrw no “Snowdonia National Park” pelas 19h, tempo suficiente para matar saudades dos nossos anfitriões, Jan e Mike da “Crafnant Guesthouse” e jantar no incomparável Old Ship um dos melhores pubs que conheço.






Dia 5 (25-05-2009) 63 km(s), 4 litro(s), 92.7 km/h

Hoje foi dia de andar a pé. Combinando dois trilhos bem conhecidos na região, “Pyg Track” e o “Miner’s Track”, subimos ao ponto mais alto da Inglaterra o Snowdon com os seus impressionantes 1085m. Apesar do modesto objectivo o trilho em si não é tão simples quanto se poderia prever e deu alguma luta. Como hoje era feriado na Inglaterra estava meio mundo lá no topo. Terminámos o dia com mais um belo repasto no Old Ship.






Dia 6 (26-05-2009) 207 km(s), 14 litro(s), 87 km/h

Mais um dia de mudanças. De manhã fomos até às Aber Falls, como o tempo estava a ameaçar chuva não ficámos muito tempo por ali. Almoçámos umas pies em Beaumaris, já na ilha de Anglesey, e visitámos o seu castelo logo de seguida. À tarde percorremos Anglesey de lés a lés até ao farol de South Stack na vizinha Holy Island. De volta a Anglesey deslocámo-nos até à costa norte onde pernoitámos junto a Cemaes Bay. Depois do check-in no hotel aproveitámos as últimas horas de luz para dar um passeio junto à costa pelo “Coastal Path”, percurso que percorre toda a costa de Anglesey, até à vila de Cemaes onde jantámos no Harbour hotel que tinha muito bom nível.






Dia 7 (27-05-2009) 32 km(s), 3 litro(s), 84 km/h

Pela manhã o mundo parecia que ia acabar ali mesmo. O vento era tal que dobrava os cedros do jardim e a chuva era impiedosa. Apesar de tudo o Ferry lá partiu em direcção a Dublin apenas com 20 minutos de atraso. A viagem como se esperava foi bastante animada com muita gente a enjoar. Perto da Irlanda o tempo melhorou qb, a chuva parou e o vento amainou. Mal saímos do Ferry atravessámos Dublin e fomos largar as bagagens e o carro no B&B e fomos a pé até ao centro de Dublin, a pouco mais de 10 minutos, em busca de alimento. Almoçámos, já fora de horas, num pub catita perto da ponte O’Connell e à tarde demos uma volta pela cidade, visitámos a “Christ Church Cathedral” com belos mosaicos e a “St Patricks Cathedral” a maior da Irlanda. De volta ao centro cruzámos o jardim St Stephens Green e o Trinity College. Jantámos perto do famoso bairro do Temple Bar no Hairy Lemon, muito porreiro com grande ambiente, boa comida e claro … Guiness. Era noite da final dos campeões, torci pelo Barcelona … e não fui o único.






Dia 8 (28-05-2009) 0 km(s), 0 litro(s), 84 km/h

Hoje passámos o dia inteiro em Dublin. Logo pela manhã descemos uma vez mais a O’Connel street com a sua emblemática “Spire of Dublin” (supostamente a escultura mais alta do mundo) cruzámos a ponte em direcção ao “Trinity College” e fomos ver o “Book of Kells”, um exemplo magnífico de iluminura da idade média, e a famosa biblioteca. Passeámos um pouco no campus e depois demos um salto am museu arqueológico mesmo ali ao lado. Almoçamos como os locais, uma sandes no jardim, e aproveitámos o belo dia de sol. Visitámos os “Iveagh Gardens” um pouco escondidos mas agradáveis e para o fim da tarde demos um salto à “Old Jameson distillery” onde aprendemos tudo sobre o Whisky Irlandês em geral e sobre o Jameson em particular. Na volta fomos até ao “Temple Bar” beber uma pint e ouvir um pouco de música. O barman era português e pude fazer uma prova das cervejas mais conhecidas lá na terra. Jantámos ali por perto e depois de mais uma volta pelos bares fomos dormir.






Dia 9 (29-05-2009) 188 km(s), 14 litro(s), 79.6 km/h

Depois de Dublin relativamente bem conhecido lançámo-nos à descoberta dos seus arredores. A cerca de 50 km a Oeste da capital fica Kildare onde visitámos o Irish National Stud, uma espécie de Coudelaria de Alter mas sem azinheiras. Na propriedade vimos os Japanese Gardens com alguns Bonsai de respeito, o enorme St Fiachra’s Garden e muitos garanhões, éguas e potros. Almoçámos no centro da vila logo depois de termos visto a nossa primeira “roundtower”, construção defensiva medieval exclusiva da Irlanda. Pela tarde fomos para as “Wicklow Mountains”, a sul de Dublin, onde visitámos e caminhámos um pouco no vale de Glendalough, com as suas ruínas impares e dois belos lagos. De volta a Dublin seguimos a famosa Military Road até Roundwood onde jantámos. De volta a Dublin demos um saltinho ao Hairy lemon para a sobremesa “Death by chocolat cake” e mais uma volta pelos pubs de Temple bar.






Dia 10 (30-05-2009) 218 km(s), 16 litro(s), 77.4 km/h

Adeus Dublin. Gostei do ambiente da cidade, do nosso B&B nem por isso. Hoje rumamos a norte e vamos dormir já em território da Irlanda do Norte onde nos vamos encontrar com os nossos amigos, Micá e Guedes, que nos irão acompanhar no resto da volta pela ilha. De caminho fomos visitar o ‘Hill of Tara’, local arqueológico famoso e assento ancestral do poder real. Brú na Bóinne, Knowth e Newgrange, complexo megalítico impressionante, gostei especialmente de Knowth e da simulação do solstício dentro da câmara de Newgrange. Monasterboice, mais um vestígio eclesiástico com a sua ‘roundtower’ e as mais fantásticas ‘high crosses’ que tive o prazer de ver. Ficámos hospedados na ‘Old farmhouse’ em Lisburne, quarto muito bom e com uma anfitriã simpaticíssima. Já reunidos com os nossos amigos fomos jantar a uma zona comercial próxima, o local não tinha alma nenhuma mas deu para pôr a conversa em dia.






Dia 11 (31-05-2009) 299 km(s), 21 litro(s), 74.3 km/h

Este foi provavelmente o dia mais ambicioso em termos de distância versus motivos de interesse. Como boa casa de uma quinta tomámos o pequeno-almoço bem cedo para aproveitar o dia. Primeiro passámos por Belfast onde espreitámos os vários murais políticos. De seguida fomos até à costa de Antrim e rumámos a norte sempre junto ao mar. Visitámos Torr Head onde vimos a Escócia ao longe do outro lado do canal. Passámos a famosa ponte suspensa de ‘Carrick-a-Rede’ sobre um mar turquesa vertiginoso. Comemos um belo ‘fish-and-chips’ num pub acolhedor. Visitámos a destilaria Bushmills considerada a mais antiga destilaria do mundo em funcionamento desde 1640. Fiquei sem palavras ao visitar a Giant’s Causeway ao pôr-do-sol, com os seus pilares de basalto é o sonho de qualquer fotógrafo de paisagens. Por esta altura já o sol se aproximava do horizonte e ainda muitos kms nos separavam de Donegal onde fomos dormir. Fomos buscar comida a um take-away de beira de estrada no caminho, experiência que espero nunca mais repetir. Chegados a Donegal acabámos o dia num pub local a apreciar uma noite de música Irlandesa. O tempo esteve excelente, o dia foi um sucesso.






Dia 12 (01-06-2009) 334 km(s), 21 litro(s), 72.1 km/h

Mais um dia que amanheceu lindo. Tomámos mais um bom pequeno-almoço e depois das despedidas partimos em direcção ao Connemara National Park onde ficaremos algumas noites. Antes de rumarmos definitivamente a sul fazemos um pequeno desvio a oeste em busca das falésias de Slieve League, as mais altas da Irlanda. Paisagem fantástica num dia sublime. Por volta da hora do almoço, mais tarde do que esperávamos, estávamos de volta a Donegal onde visitámos o Donegal Castle e aproveitámos para almoçar num pub local. Não dávamos muito pelo sítio mas foi provavelmente o melhor Irish stew da viagem. Finalmente rumámos a sul. Junto a Sligo parámos um pouco no Carrownmore Megalithic Cemetery para apreciar um conjunto respeitável de Dólmenes e túmulos. Ao pôr-do-sol chegámos finalmente a Connemara, mais precisamente ao Killary Fjord, o único fjord da Irlanda e um dos poucos fora da Noruega. Os últimos kms até Letterfrack, onde pernoitámos, foram rodeados de uma beleza impar. Lagos tranquilos, margens carregadas de Rododendros, montanhas banhadas na luz do poente reflectidas nas águas, verdadeiramente mágico. Ficámos hospedados no Letterfrack lodge, um hostel muito bem cotado mas cuja limpeza, a nosso ver, ficava aquém do aceitável, mesmo assim fizemos check-in para duas noites. Jantámos no único pub da aldeia, comemos bem mas muito caro, vamos ter controlar melhor os gastos daqui para a frente.






Dia 13 (02-06-2009) 0 km(s), 0 litro(s), 72.1 km/h

Como não tínhamos direito a pequeno-almoço no hostel fomos comprar pão ao supermercado local. Conhecemos o padeiro, um corso simpático, que nos serviu uns croissants com recheio de chocolate deliciosos. O dia foi passado a percorrer o Connemara circuit, uma estrada que circunda o parque natural de acesso restrito. Neste caminho, para além das muitas vistas de lagos enseadas e montanhas, visitámos a Kylemore Abbey e jardins, um verdadeiro colégio interno de meninas numa localização belíssima, Lettergesh Bay, uma praia de águas transparentes e areias brancas, Clifden, vilarejo mais comercial considerada a porta de entrada do parque onde beberricámos umas pints e jantámos. A caminho de Clifden percorremos a Sky road, estrada que circunda um promontório e que proporciona belas vistas. Hoje foram registadas temperaturas na ordem dos 34ºC, oficialmente um dos dias mais quentes registados por aqui.






Dia 14 (03-06-2009) 119 km(s), 9 litro(s), 71.3 km/h

Hoje foi um dos dias mais ansiados na viagem. O plano era visitar Inishmore uma das ilhas de Aran famosa pelos seus fortes da idade do ferro e não só. Bem cedo partimos de Letterfrack, atestámos viveres no mercado e rumámos a Rossaveel para apanhar o barco. Pelas 11h já estávamos na ilha onde alugámos bicicletas para a explorar sob um lindíssimo dia de sol. A ilha tem um carácter rude de grande beleza, muros de pedra tosca ladeiam os pequenos campos, o mar esmeralda sempre presente estava tranquilo. À excepção de outros turistas ciclistas só uma ou outra charrete percorrem estas estradas costeiras. O nosso primeiro e principal objectivo foi Dún Aonghasa, forte semicircular da idade do ferro. Encontra-se mesmo na beira da falésia, chegando os muros de pedra mesmo até ao precipício sendo necessário alguma resistência à vertigem para obter fotografias mais ousadas. Honestamente um dos locais mais fantásticos que já visitei. Depois fomos ver as ruínas de Na Seacht d’Teampheall, ou mais facilmente 7 Igrejas, um dos complexos monásticos mais antigos da Irlanda. Apesar dos rabos doridos e alguns acidentes mais ou menos graves o dia de pedalanço foi um sucesso. Ainda tivemos tempo de molhar os pés numa praia, tentámos avistar focas nas pedras, beber uma guiness para comemorar e pelas 17h já navegávamos de volta à ilha principal. Ficou muito por ver e não me importava nada de passar ali alguns dias. De volta à ‘Irlanda’ conduzimos via Galway, onde estava a chegar a Volvo Cup Race, até Oranmore onde ficámos alojados num B&B de uma senhora muito simpática. Jantámos pela terra e depois de um passeio nocturno junto ao castelo local fomos dormir.






Dia 15 (04-06-2009) 309 km(s), 20 litro(s), 69.6 km/h

Hoje foi mais um dia preenchido. Pela manhã percorremos o Burren, região de formação kárstica muito peculiar, onde visitámos o Polnabrone Dólmen, um dos mais fotografados da ilha e mais um Ring fort. O almoço foi em modo de pic-nic junto ao mar, umas sandes de salmão fumado divinais. À tarde fomos visitar os Cliffs of Moher, provavelmente as falésias mais conhecidas da Irlanda. Para quem já viu Slieve League estas ficam aquém das expectativas criadas: Para começar não são tão altas, estão cheias de turistas e os muros de protecção não nos deixam apreciar verdadeiramente o cenário. Mesmo assim é um belo local e vale a visita, talvez tivesse gostado mais de fazer o cruzeiro junto às escarpas. De seguida parámos um pouco em Adare, reconhecida como uma das mais belas aldeias da Irlanda, principalmente devido às pitorescas cottages de telhado de colmo que estão por toda a parte. O dia terminou em Camp já na península de Dingle onde ficámos hospedados. Jantámos no pub James Ashe, um sítio mesmo típico, madeiras enegrecidas pelo fumo, lareira de peat acesa, mesas toscas e boa cerveja. Gostei muito.






Dia 16 (05-06-2009) 162 km(s), 11 litro(s), 67.9 km/h

Depois de dez dias com tempo fabuloso amanheceu cinzento, não chegou a chover mas o nevoeiro impunha-se. Passámos o dia a rodear a península de Dingle, pelo caminho visitámos: Dunbeg Fort, mais um forte num promontório da falésia. Slea Head, uma das pontas mais ocidentais da ilha de uma grande beleza agreste. Uma loja de Faianças de autor completamente descontextualizada do local. Gallarus Oratory, curiosa construção cristã primitiva. Terminámos a volta em Dingle, onde almoçámos e ficámos a conhecer o Fungie um golfinho que adoptou a baía como sua casa. Pela tarde rumámos a Killarney, o nosso poiso dos próximos dias, e terminámos o dia nas margens do Lough Leane perto do Ross Castle já no coração do Killarney National Park. Jantámos pela terra.






Dia 17 (06-06-2009) 224 km(s), 16 litro(s), 66.3 km/h

Hoje percorremos uma das mais famosas rotas automobilísticas da ilha, o Ring of Kerry, com partida e chegada em Killarney circula pela península de Kerry sempre junto à costa com bastantes pontos de interesse e belas vistas. Iniciamos na Valentia Island, com uma bela vista para as ilhas Skellig. Staigue Fort, belo exemplo de um forte circular. Ladies View, uma das vistas mais conhecidas do parque nacional. Muckross House antiga propriedade senhorial, hoje centro de visitantes, onde almoçámos. Torc Waterfall, uma bonita cascata nas encostas da montanha Torc, onde fizemos um passeio de 1 hora. Meeting of the Waters, ligação entre dois lagos do parque, Upper e o Lower lake onde bebi o pior Irish coffee da minha vida, a sério, não estou a exagerar. Jantámos pela terra e acabámos o serão na conversa com o nosso anfitrião. O tema da conversa roçou a crise no país, ficámos com a ideia que a situação estava realmente negra.






Dia 18 (07-06-2009) 0 km(s), 0 litro(s), 66.3 km/h

Bem cedo retrocedemos os nossos passos do dia anterior até às proximidades da Valentia Islanda. Em Portree apanhámos um barco que nos levou até à minúscula ilha de Skellig Michael onde fomos visitar um dos mais antigos e remotos mosteiros cristãos. Durante mais de 700 anos uma pequena comunidade de monges eremitas sobreviveu aqui em pequenas construções com forma de colmeia, no mais completo isolamento alimentados pelo mar e pelas muitas aves marinhas. Ainda hoje a população de aves é fenomenal, gostei particularmente dos Puffins, papagaios do mar, que estavam por todo o lado. O sítio é fantástico. No regresso o barco fez um pequeno desvio até ao ilhéu de Little Skellig, reserva da natureza, onde pudemos observar a população gigantesca de gansos patolas que parece cobrir todo e qualquer metro quadrado das rochas escarpadas. O ruído era ensurdecedor. A viagem de regresso foi bem atribulada pois o mar já tinha levantado um pouco. Passámos a tarde, agora meio chuvosa, como os locais num pub a beberricar e a ver futebol gaélico, descobrimos que hoje era dia de derby em Killarney, Kerry vs Kent, estilo Benfica-Porto lá do sítio. Fomos jantar a Kenmare num pub muito porreiro o melhor prato de cordeiro da viagem.






Dia 19 (08-06-2009) 202 km(s), 14 litro(s), 65.7 km/h

Já cheira a fim de festa. A viagem já vai longa e hoje iniciamos oficialmente o regresso. Visitámos o castelo em Cahir, grande, bem cuidado mas não muito interessante. Mais interessante é a Swiss cottage, pequena casa de diversão utilizada pela família reinante local para festas. Apesar do nome a arquitectura nada tem a ver com a Helvética mas antes um bom exemplo de arte nova. À tarde fomos visitar o Rock of Cashel, o que posso chamar de orgia de estilos, imaginem uma catedral gótica fusionada com uma igreja românica agarrada a uma torre redonda, tudo sobre construções pré-românicas rodeadas de cemitérios ao lado de um palácio medieval tudo apinhado no alto de um afloramento rochoso. É único e é digno de ser visto. Ainda tivemos tempo de descobrir as ruínas de Athassel Abbey perdidas no meio de uma pastagem. À noite tentámos jantar em Cashel, tarefa difícil já que a cidade parecia morta em contraste absoluto a todos os lugares onde andámos. Acabámos por comer uma pizza.






Dia 20 (09-06-2009) 252 km(s), 17 litro(s), 65 km/h

Durante a manhã superámos a distância entre Cashel e Kilkenny onde fomos visitar o castelo mal chegámos. Do castelo já pouco sobra sendo agora um palácio não muito interessante. Demos uma volta pelas ruas da terra, bebemos mais uma ‘pint’ e fizemos um pic-nic num bairro residencial calmo. Despedimo-nos dos nossos companheiros de viagem, Micá e Guedes, que seguiram para Dublin e nós dirigimo-nos ao ferry em Rosslare no extremo sudeste do país. Pelo caminho visitámos duas abadias cistercienses, Jerpoint Abbey e Tintern Abbey, esta última já península de Hook onde visitámos o seu extremo sul, ‘Hook Head’, com um dos mais antigos faróis do mundo ainda em funcionamento. Ficámos muito bem alojados na ‘Courthouse B&B’ bem perto do porto de Rosslare. Jantámos, bastante bem, num hotel género resort algarvio recomendado pelo B&B.






Dia 21 (10-06-2009) 258 km(s), 18 litro(s), 64.2 km/h

Hoje o dia começou bem cedo. ‘Full Irish Breakfast’ às 6:00 é obra. Pelas 7:00 já navegávamos em direcção ao sul do País de Gales, adeus Irlanda até uma próxima. Já em Gales e sob uma chuva chata fomos visitar a St Davis Cathedral na península de Pembrokeshire. De seguida rumámos a Cardiff e de caminho visitámos uma típica estância balnear local, a povoação de Tenby, terra bem situada numa falésia junto à praia, onde almoçámos um ‘fish and chips’ do mais rançoso possível. Já não chovia mas o dia continuava bem cinzento fustigado por um vento cortante o que tornou o lugarejo bem deprimente. Ao fim da tarde ainda aproveitámos para visitar os ‘National Botanical Gardens’ de Gales com a sua fantástica estufa. Por esta altura o sol rompeu e apreciámos uma boa hora de calor de fim de dia a visitar as várias secções dos jardins, definitivamente o momento do dia. Dormimos num B&B que já conhecíamos junto a Cardiff e jantámos lá por perto.






Dia 22 (11-06-2009) 630 km(s), 45 litro(s), 66.1 km/h

Está na hora de iniciar o longo regresso. A etapa de hoje vai nos levar ao longo de toda a Inglaterra até Dover para apanharmos o ferry para o continente. Após um atraso de quase duas horas lá partimos em direcção a Calais, à saída do porto tivemos a oportunidade de apreciar os famosos ‘White Cliffs’ de Dover, nitidamente a coisa mais interessante por estas bandas. De volta ao continente retomámos a condução pela direita, processo um pouco difícil depois de quase 20 dias no outro lado da rua. Jantámos em Dieppe num restaurante todo catita, le Bistrot du Pollet, no antigo bairro piscatório da cidade. Dormimos ali perto num hotel estilo Íbis.






Dia 23 (12-06-2009) 949 km(s), 73 litro(s), 69.2 km/h

Dia sem grande história passado na auto-estrada cruzando França. Caminho utilizado evitou Paris o que foi muito bom. Ao fim da tarde depois do check-in no hotel fomos até um esplanada junto à praia para descomprimir. Jantámos uma vez mais em St Jean de Luz.






Dia 24 (13-06-2009) 1029 km(s), 85 litro(s), 72.8 km/h

Madrugada bem cedo abalámos para a pátria Lusa. Mais um dia passado na estrada, a festa está quase a acabar. Pelo caminho ainda parámos por Valhelhas para matar saudades da serra e da comida Beirã. A viagem terminou numa esplanada da Ericeira com uma bela caneca de cerveja.






Dia 25 (14-06-2009) 40 km(s), 3 litro(s), 72.7 km/h

Chegámos a casa





25 dias de 21-05-2009 a 14-06-2009
7939 kms (318 /dia)
592.2 litros (24 /dia) 7.4 aos 100
72.7 km/h (109 h)
 
    Snowdon, Guiness, High Crosses, Giants Causeway, Inishmore, Skellig Michael
    B&B de Cemaes Bay, B&B de Dublin, Fish Chips Take away


1 comment:

Vitor said...

Fantástica esta vossa viagem! Gostaria de fazer uma assim no futuro!
Por agora vamos fazer uma viagem de uma semana de 5 a 12 de Abril. Chegamos de avião a Dublin a 5/04 às 13:00. Ficamos esse dia e dia 6 e 7 em Dublin. Dia 8 alugamos o carro e vamos até Belfast, passando lá o dia. Dia 9 vamos pelos vales de Antrim, Carrick-a-rede e Giants CaseWay e dormimos em Derry. No dia 10 estavamos a pensar em ir a Slieve League, depois descer por Donegal e Sligo até à região de Connemara e ir dormir a Galway. No dia 11 iamos visitar os Cilffs of Moher e o Burren e depois regressavamos para Dublin. O voo de regresso è às 7:15 de dia 12. Que vos parece? O dia 10 e 11 não estarão muito cheios, principalmente o de 10?
Abraço e mais uma vez fantástica viagem a vossa!