Tuesday, 7 December 2010

Imparável

Que surpresa... não dava nada por este filme e não é que dou por mim em pulgas por saber como tudo se ia resolver. Não sei como nem porquê, mas agarrou-me.

Título original: Unstoppable
De: Tony Scott
Com: Mark Bomback
Com: Denzel Washington, Chris Pine, Rosario Dawson, Kevin Dunn, Ethan Suplee
Género: Acção, Drama
Classificação: M/12

EUA, 2010, Cores, 97 min. (IMDB)

Frank (Denzel Washington) é um engenheiro veterano de uma companhia ferroviária que, depois de 28 anos em serviço, está a pouco tempo de ser dispensado. Will (Chris Pine) é um maquinista recém-contratado, pouco motivado com o trabalho mas com noção do seu dever. Dois homens que, apesar de estarem em momentos opostos das suas vidas, terão os seus destinos cruzados quando um comboio de carga cheio de combustível e gás venenoso se dirige, desgovernado, a uma cidade de 100 mil habitantes, vaporizando tudo pelo caminho. Os dois terão assim de pôr de lado as suas diferenças e, em contra-relógio, arriscar tudo para evitar a catástrofe.
Com realização de Tony Scott ("Homem em Fúria", "Assalto ao Metro 1 2 3") e argumento de Mark Bomback, é baseado em factos verídicos ocorridos em 2001, no Ohio, EUA. in Publico

Crítica:
Um comboio descontrolado que transporta materiais perigosos em direcção aos subúrbios de Filadélfia, dois ferroviários que são a única esperança para evitar a catástrofe. Tudo na premissa grita filme de acção descartável empolado até à quinta casa em termos de orçamento e efeitos perfeito para desperdiçar uma tarde de fim-de-semana, "thriller" funcional à medida de vedeta em velocidade de cruzeiro.
Aqui entra a surpresa de ver Tony Scott, que não raras vezes se deixa levar pelo frenesi estiloso da velocidade gratuita sem outra função que não encher o olho, a elevar "Imparável" a um dos mais eficazes filmes de género hollywoodianos dos últimos anos, conseguindo invocar o espírito das grandes séries B dos anos 1950. O estilo eléctrico e epiléptico do realizador inglês é feito à medida desta história que ganha aceleração à medida que o comboio ganha velocidade, contada quase em tempo real e perfeitamente modulada por uma montagem firme.
Não é a primeira vez que Scott acerta - lembramo-nos de "Inimigo Público" e "Déjà Vu" como momentos em que o estilo e o filme estavam à altura um do outro - mas a absoluta despretensão de "Imparável", exercício de puro prazer na articulação do movimento, é capaz de o tornar no seu melhor filme em muito tempo.

Jorge Mourinha

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