Friday 27 March 2009

Salgadeiras

Rua das Salgadeiras 18, Bairro Alto
1200-396 - Lisboa

Tel. 21 342 11 57
Somente jantares; Encerra Segundas

Português, Moderno

Um restaurante muito bom, comida boa não excepcional, ambiente de eleição e óptimo serviço. Aquele género de local onde se vai impressionar. Pela negativa o preço, exagerado em todos os sentdos. Podia ser um Best-off, mas pelo preço fica por Bom.

Comida

Bom nível

Preço

€€€€

30 a 40 Euros

Ambiente

Acolhedor.

Serviço

Simpatia e eficiencia.

O Bairro Alto dá-lhe abrigo e o Largo de Camões fica ali perto. Este restaurante, inaugurado em 2004, (re)aproveitou o espaço de uma antiga padaria, remodelando-o mas mantendo a traça original. Não só a traça mas também o antigo forno de padaria, utilizado agora para confeccionar algumas das iguarias que, por aqui, dão o gostinho ao dente. A comida tradicional portuguesa está em destaque. E se a gastronomia é tradicional, a decoração é a condizer: pouca luz, estrategicamente utilizada a proporcionar uma atmosfera romântica, portadas em arco e paredes em pedra, os tijolos de burro.
Entradas: Sopa de legumes; Sopa de peixe à Salgadeiras; Tártaro de polvo; Fritada de enchidos; Espargos verdes c/ ovos mexidos; Carppacio de Bacalhau; Salada à Salgadeiras; Gambas fritas c/ manteiga d`alho; Mexilhões salteados; Alheira de Chaves c/ ovos mexidos; Paté de aves; Bacalhau fumado.
Peixe: Linguadinhos fritos c/ arroz de tomate; Polvo à moda do Minho; Lulas recheadas à Salgadeiras; Gratinado de peixe e marisco; Filetes de peixe espada c/ açorda d`ovas; Cherne grelhado c/ sauté de gambas; Filete de linguado em massa folhada c/ espinafres; Espêto de tamboril e gambas; Espêto de gambas c/ tomate, pimento e cebolinho; Strogonoff de gambas c/ corôa de arroz; Bacalhau à Braz; Lombo de Bacalhau c/ crosta de brôa e marisco; Bacalhau à Salgadeiras; Bacalhau à Zé do Pipo; Sopa do Fiél Amigo
Carne: Medalhôes de porco torneados c/ bacon; Migas de espargos bravos c/ lombinhos de porco; Coelho em vinha d`alhos fritos c/ coentros; Coelho c/ enchidos em pão da casa (só por encomenda); Peito de vitela recheado c/ morcela e espinafres; Costoletas de borreguinho grelhadas; Stogonoff de vitela c/ corôa de arroz; Codorniz recheada c/ passas e cognac; Cabrito à moda de Monção; Espeto do lombo em pau de loureiro; Bife do lombo c/ molho Roquefort; Bife do lombo c/ pimentas variadas e cognac; Bife do lombo à Portuguesa; Bife do lombo à Salgadeiras; Bife do lombo c/ molho de amendôas.

Localização:

Nosso menu:

  • Mousse de Atum
  • Filete de linguado em massa folhada
  • Bacalhau a Bairro Alto
  • Leite creme
  • Quinta da Aveleda 2006

Crítica:
Se acha que falta um pouco de sal na sua vida, dê um pulo ao Restaurante As Salgadeiras. Nem só de copos vive a noite do Bairro Alto.

Da cozinha minhota à alentejana, n’ As Salgadeiras o paladar senta-se à mesa com os sabores desta ocidental praia lusitana. Faz quatro anos que José António abriu este espaço no Bairro Alto e para trás ficou o restaurante Fiéis ao Tacho. Fechado o espaço, a fidelidade ao tacho mantém-se. E agora, no número 18 da Rua das Salgadeiras, onde em tempos funcionou uma padaria (prova disso são os fornos que ainda hoje compõem a casa, transformados em garrafeira e sala interior) está um restaurante consagrado a alguns dos pratos tradicionais que estão a começar a cair em desuso, aos quais se adiciona uma pitada q.b. de inovação.


À mesa com a avózinha

Esta é uma casa onde se vem para jantar com calma, para apreciar uma refeição como uma experiência dos sentidos. Não é à toa que o espaço é intimista e que ambas as salas de refeição se assemelham a salas de jantar e de estar. O espaço mantém a traça original, as paredes são de pedra e de tijolo burro, os tectos ainda conservam os arcos, os móveis são aqueles que costumávamos encontrar na casa da avózinha, as cadeiras majestosas são de pele e há peças de ferro forjado nas paredes.

A decoração é um projecto em curso, resultado das viagens e visitas aleatórias do proprietário. Por onde passa (lojas, restaurantes, casa de amigos) descobre peças que assentariam como uma luva no espaço e depois é só puxar a brasa à sua sardinha. Ao que parece foi assim que conseguiu o relógio de parede, o móvel onde guarda os copos, os quadros de arte contemporânea na sala interior, as esculturas de ferro dependuradas e a escultura com assinatura de Rafael Bordalo Pinheiro.

O que é nacional é bom

Do fiel amigo, também conhecido como bacalhau, ao bife, aqui tudo é confeccionado como manda a boa tradição portuguesa. Há Migas de espargos bravos com lombinhos de porco, à moda alentejana, Alheira de Chaves com ovos mexidos, Polvo à moda do Minho e iguarias afins.

Mas entre um prato ou outro, há uns que só aqui se encontram. Especialidades da casa, isto é, criações da mulher de José António, responsável pela cozinha, e do próprio. Costuma dizer-se que entre marido e mulher não se deve pôr a colher, por isso mesmo o Lifecooler começou por meter o garfo nas confecções criadas a dois.

Nos pratos de peixe, o Bacalhau à Bairro Alto faz as honras da casa, lado a lado com o Bacalhau à Salgadeiras. O primeiro conta com espinafres, broa e amêndoas laminadas, em cama de batata frita às rodelas. Dele salientamos a crosta estaladiça de broa e amêndoas e a espessura do bacalhau que consegue ser seco na superfície e suculento no interior. O segundo é gratinado e lascado com migas de legumes e batatas a murro. E ainda conta com a Sopa do Fiel Amigo.

Nas entradas, há a Sopa de peixe à Salgadeiras, prato requisitado por muitos e trunfo na manga que já gerou alguns habitués.
Na carne, junto ao Cabrito à moda de Monção, há Peito de vitela recheado à nossa moda e Costeletas de borreguinho grelhadas com molho de menta. Em destaque estão ainda os Bifes do Lombo. Com molho Roquefort, com pimentas variadas e cognac, à Portuguesa, à Salgadeira ou com molho de amêndoas deixa muito boa gente de água na boca. Para quem não vem com o estômago colado às costas, há pratos mais leves, como o Filete de Linguado em massa folhada com espinafres.

Nas sobremesas, a doçaria conventual caiu nas graças dos proprietários. E todas as semanas, há um doce em destaque. O Lifecooler apanhou a semana do bolo rançoso, que como se sabe, de bafio não tem nada. O que não nos impediu sequer de meter a colher num leite creme com frutos silvestres nem de cobiçar o bolo de chocolate confeccionado sem farinha. De resto, há semanas onde a Sericaia está na ordem do dia ou o Pudim Abade dos Priscos está na mira. E sempre que a refeição chega ao ponto da sobremesa, o funcionário convida o cliente a ir até à garrafeira, antigo forno da padaria, para poder escolher aquela sobremesa que mais o agrada. Já diz a sabedoria popular que os olhos também comem...

por Lifecooler


Um restaurante bom, mas que Tiago Rio gostava de ver com mais salero.

Nas Salgadeiras casam-se vários opostos. É tradicional e é moderno. Português e internacional. Gay e straight. Aberto (ao jantar) e fechado (ao almoço). É smart sem ser barato. Um sítio para levar umas cuequinhas a condizer com o soutien (principalmente se formos mulher). É um bom local para impressionar, ou introduzir com jeitinho a cozinha portuguesa em bocas estrangeiras. Um sítio ideal também para relações no começo, clientes comerciais, aniversários matrimoniais, ou mesmo para uma companhia agradável.
No Bairro Alto, perto do Chiado, junto à praça Camões-poeta-zarolho, ficam as Salgadeiras, com sempre meia casa de estrangeirada. Por isso, talvez por isso, os empregados desenvencilham-se bem em francês ou inglês (talvez fosse boa ideia um dos empregados corrigir a versão inglesa do site na internet). Um restaurante preparado para turistas, sem ser turístico ou de turistas. Comida agradável, mas melhor o serviço, ambiente e a escolha de vinhos. Comida tradicional aggiornata, sem a surpresa do aggiornamento e sem o conforto do tradicional – o problema de querer agradar a tudo e a todos. Mas tudo sem sobressaltos. Menu flat, escolha suficiente.

Também nos erros há pouco a destacar. Lá estava o tártaro de polvo, que não era cru nem picante (apesar de haver poucas provas de que os Tártaros, que dão o nome ao bife cru, picado e temperado com cebola, vinagre, alcaparras e pickles, comessem carne crua...). Mas claro que o erro pode ser meu e a denominação estar correcta (é que, ao que dizem, o hambúrguer de hoje é uma evolução de um bife cru hamburguês).

Boa combinação de espargos com ovos mexidos, mas sem sentido a fatia de laranja que acompanhava (devem ter lido a crítica ao Bota Feijão e quiseram ser como eles...).

Bacalhau à Braz muito bom, surpreendentemente leve, com separação das partes e identificação, sem ser aquela bola de migas que muitas vezes nos põem no prato... Isto quer dizer que estava húmido sem ser à custa de um garrafão de azeite (o azeite não humedece, ao contrário do instinto do cozinheiro medíocre). Cabrito à moda de Monção, tenro e suculento, mas sem o tostadinho. E cabrito sem o tostadinho...

Excelente soufflé de chocolate. Pudim Abade DOS Priscos? Preferi não arriscar, podia ser diferente do Pudim Abade de Priscos.

por TimeOut


Ali ao inicio do Bairro Alto, muito perto ainda do Camões, fica o Restaurante As Salgadeiras. Nas instalações de uma antiga padaria (ainda que em tempos idos o edifício fosse conhecido por lá estar estabelecida uma famosa casa de meninas para alegrar os homens de mar que atracavam por Lisboa), este restaurante apresenta-se mantendo uma traça antiga, com tijolo de burro à mostra e arcos de pedra dividindo os espaços. Visualmente agradável é também fácil gostar do espaço pela simpatia de quem nos recebe e atende. Pontos muito fortes para quem ainda não se sentou.

Começamos a noite com algo fresco. Duas caipirinhas. Convenhamos que, para acompanhar uma noite quente, a frescura de um gelo moído com a dose certa de cachaça e lima é algo de muito agradável. E aqui as doses eram bem, muito bem servidas…

O couvert era de bom gosto. Azeitonas, paté de atum, manteiga com ervas, muito bom queijo de Azeitão enfim, um couvert. Evitam-se as embalagens e agradecem os Clientes. Dá um toque de classe e casa que todos apreciamos.

A entrada escolhida foi a Alheira de Chaves com ovos mexidos tirada da forma, com a consistência certa e o sabor do enchido fazendo notar que é o que diz o nome e não os tantas vezes servidos ovos com alheira.

A comida veio precedida do vinho. Escolhemos ao copo que a oferta era variada. Ainda bem que está a pegar a ideia do vinho servido desta forma. Evita-se o sacrilégio de deixar bom néctar na garrafa e aproveita-se para a prova de alguns que pelo preço mais proibitivo não se iriam degustar tão cedo. Casa Burmester tinto. Ainda que o ano não nos ficasse de memória, o vinho ficou.

E eis que chegava à mesa o prato de peixe. Filetes de linguado em massa folhada com espinafres. Só a apresentação ganhava o prémio, fosse ele qual fosse. Não fingiam estar presentes os filetes entre o folhado e a verdura. Estavam mesmo. E frescos como às vezes não se encontram quando servidos a sós. Os espinafres na textura de esparregado faziam-lhes cama de luxo para a vista e para o paladar. A massa folhada estava no ponto, aquele em que não é seca nem está mole. Está como deve estar. Aliás, como tudo parece estar nesta casa.

O prato de carne encantou de igual forma. Pedido que estava o Espeto de Lombo em Pau de Loureiro de imediato veio à memória a triste cena do espeto pendurado, a pingar, e a ginástica necessária para por vezes de lá tirar proveito. O bom gosto da casa nota-se também nos detalhes e o lombo chegou no prato com todas as companhias do espeto mais os acompanhamentos laterais. Uma delicia ao olhar.

Da carne macia e saborosa à verdura cozida de leve e às batatas em feixe, estava tudo muito bom. De notar que as doses servidas, ainda que a decoração ocupe espaço no prato, são a ter em boa conta que ninguém fica com fome, muito pelo contrário.

Já dificilmente haveria espaço para a sobremesa mas a carta de nomes sonantes (do Fondue de Chocolate ao Leite creme com frutos silvestres) obrigava a uma pergunta: O que era o Manjar Conventual. Prontamente nos foi dito que… Era bom. Isso só por si é um indicativo mas assim que nos disseram que se tratava de Requeijão, açúcar e ovos não havia espaço mas para as dúvidas. Venha o Manjar Conventual que com a dieta nos preocupamos mais tarde.

Ainda a colher não tinha batido ao doce a segunda vez e já alguém nos questionava se estava bom tal eram as expressões à mesa. Referi que o que ali se passava era criminoso. Um verdadeiro crime não venderem o Manjar Conventual ao quilo para que connosco viessem logo um ou dois…

O final da refeição foi o costumeiro café e garoto bem clarinho e até ai, o serviço mostrou excelência. Não foi preciso pedir duas vezes nem houve má cara à prova. O garoto vinha tal como pedido e tínhamos ficado clientes. Garantidamente.

por NoPratoCom
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