Sunday 7 December 2008

Museu dos Presuntos

Avenida Cidade de Ourense 43
5000-690 - Vila Real
Tel. 259 32 60 17

Tradicional, Transmontana

Excelente qualidade-preço. Comida de solidas tradições muito bem confeccionada e servida. Sobremesas de alto nível. Retornar com gosto.

Comida

Grande qualidade

Preço

até 15 Euros

Ambiente

Simpático

Serviço

Eficiente

Poucas vezes o nome da casa coube tão bem na perfeição como este. Apenas um reparo: o que num museu serviria somente para apreciação, aqui pode e deve ser consumido. De várias formas, quer como entrada, quer como prato principal, o importante é mesmo o presunto, ou não estivéssemos na região onde ele é rei e senhor. Excelente relação qualidade-preço.

Localização:

Nosso menu:

  • Presunto serrano
  • Açorda de Bacalhau
  • Açorda de polvo
  • Bifinhos de presunto com arroz de feijão
  • Vitela assada
  • Leite-creme
  • Toucinho do céu
  • Vinho verde, Ponte da Barca

Crítica:
Embora também tenha histórias para contar e arte para mostrar, este é um museu diferente dos outros, com cheiro, cor e sabor. Uma única visita não chega para abarcar todo o "espólio"...
Paula Oliveira Silva 2003-04-07

Poucas vezes o nome de um restaurante se revelou tão ajustado. Ainda assim há que fazer um reparo mais do que justo. O que num museu serviria somente para apreciação, aqui pode e deve ser consumido. Presunto nas entradas e nos pratos principais. Excepção feita às sobremesas, por razões óbvias.

Apesar do restaurante se situar no rés-do-chão de um prédio de habitação, a ampla sala acolhe a tradição com a decoração feita à base de presunto. Todavia, que não se pense que só se poderá comer tal iguaria. A oferta gastronómica foi incrementada mas sempre tendo por base a cozinha regional. Pão tostado e broa, azeitonas temperadas e os enchidos nas suas mais diversas formas e sabores.

Para picar, uma moira na brasa, salpicão, chouriço e queijo amanteigado. Ou então, presunto. Serrano, de porco preto ou fatiado. A escolher um tipo ou a provar todos. As sopas de legumes são ainda reconfortantes do estômago. Se depois das entradas ainda houver mais vontades, avance-se para a açorda de polvo ou para o bacalhau assado na brasa com batata a muro. Como estamos numa região onde o porco é rei e senhor à mesa, escolha-se também entre as costeletas na brasa e os bifinhos de presunto panados com arroz de feijão vermelho.

Por encomenda servem ainda arroz de pato, de cabidela, e outros pratos de caça. Ah, e claro, a famosa posta barrosã. A carta de vinhos, vasta, contempla todos os bons vinhos do Douro. Para sobremesa, experimente, por exemplo, a pêra bêbeda ou o leite creme. Uma delícia. Com as indicações certas, chegar lá torna-se fácil, sair de lá é que é mais difícil, com a boa cozinha praticada pela casa.

por Lifecooler

Sala bem posta, mesas anchas e decentemente paramentadas, alfaias adequadas, copos incluídos, o que, pela raridade, se sublinha e aplaude, e uma cozinha apurada, saborosa, sólida e que se mostra orgulhosa do património gastronómico regional.
A ementa fixa é tamanhinha, mas sempre reforçada pelos "pratos do dia". Há meias doses muito generosas e os preços, sobretudo para quem vive em Lisboa, são de uma sensatez comovedora, oscilando entre os sete euros da maioria das meias doses e os 15 da posta barrosã. Vejamos, na ementa fixa, peixes, há: açorda de polvo (12/8 euros); açorda de bacalhau (10/7 euros); espetada de gambas (10 euros); arroz de línguas de bacalhau (12/8 euros); bacalhau cozido com todos e à Museu (13 euros cada); as carnes são as seguintes: alheira com grelos (oito euros); costela de vitela grelhada (10 euros); espetada de vitela (oito euros); costeletinhas com arroz de feijão (12/8 euros); bifinhos de presunto com arroz de feijão (12/8 euros); lombinho de porco preto (12 euros); secretos de porco preto (12/8 euros); posta barrosã (15/10 euros).
Duas observações: vitela, neste caso, não é pseudónimo, é nome próprio e verdadeiro; e, digo eu, está na altura de substituir a carne de porco preto pela do bísaro e de outras raças da região que, se cevarem os tós como deve ser, com a hortaliça, as batatas e, nos meses finais, com umas castanhitas, a sua carniça é do melhor que há, como se pode comprovar no cozido barrosão, no fumeiro e no presunto.

Voltando à ementa, quando almocei no Museu dos Presuntos, os pratos do dia eram: sardinha pequena com arroz de feijão (10/7 euros); garoupa grelhada (10 euros); filetes de tamboril (12/8 euros), os peixes; e, carnes, milhos (12/8 euros); arroz de troncha com costeletinhas (12/8 euros); e tripas à moda da "bila" (10/7 euros), este último prato dos sábados. Há sempre sopa de legumes (1,50 euros).

Vamos lá ao almocinho (!): para começar pediram-se as petingas sem acompanhamento, frescas, bem fritas, um belo petisco; de seguida chegaram a alheira e chouriça assadas, ambas de grande categoria, e umas fatias de presunto do Barroso (Montalegre), cortado fino, carne rosada, raiada de gordura, aroma limpo e característico, denunciador de uma cura competente, salga como deve ser, uma delícia. Para acompanhar o sector entradeiro, dois brancos respeitáveis: o Quinta de Cidrô Sauvignon Blanc 2005, fresco e mineral, e o seriíssimo Gouvyas Vinhas Velhas 2001.

Como pratos de resistência escolheram-se o arroz de troncha, que, além das costeletinhas de porco, melhoradas numa marinada de vinho e condimentos, duas chouriças belíssimas: a moura (de sangue) e a de carne; o conjunto, com o arroz no ponto, é dos que dão ânimo a um desanimado; vieram, depois, os milhos, com várias carnes, não só de reco, e enchidos de porco, tudo de cura sem mácula, e uns farrapos de couve; os milhos, uma farinha grosseira de milho branco, macios, são um emblema das terras altas do interior português e ainda bem que começam a aparecer nas ementas de alguns restaurantes.

Provaram-se, depois, os bifinhos de presunto com arroz de feijão, conjunto catita, com o lacão demolhado, fatiado fino, e frito, depois de passado por pão ralado. A encerrar, uma senhora feijoada de feijão branco amanteigado e macio, dobrada, como a das tripas à moda do Porto, enchidos dos melhores, tudo muito bem ligado num guisado apurado, são às tripas à moda da "bila", do Museu dos Presuntos, mais um arroz de forno, solto, para empapar com o molho. Cozinhado muito sério.

Beberam-se tintos representativos de diferentes escolas de enologia que convivem no Douro: Vinha Grande 2001; Vallado 1997; Tourais 2000; e o novíssimo CV 2004. Elegante o primeiro, mais rústicos os dois seguintes, vigoroso, viçoso e a ensaiar altos vôos o CV 04, um senhor vinho.

Para sobremesa escolham-se de entre o queijo Serra, o toucinho-do-céu, o pudim de ovos, as pêras bebedas, o leite-creme, a mousse de chocolate, a salada de fruta ou as frutas tropiciais, o que mais agradar. A carta de vinhos, com destaque para os Douro, está pujante. O serviço é simpático, esforçado e fraternalmente transmontano. Um lembrete: com as novas estradas e auto-estradas chega-se muito mais depressa a Trás-os-Montes do que há 30 anos. Mesmo cumprindo todas as regras do Código da Estrada.

por Publico

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