Friday 26 March 2010

Mensa

Rua Instituto Conde Agrolongo 13 B
2770-081 - Paço de Arcos
Tel. 912054077
Encerra Domingos ao jantar

Fusão

Sitio simpático mas numa localização horrivel. A comida é surpreendente para o nosso palato. Do melhor atum da cidade fora dos melhores sushis. Gostei.

Comida

Atum muito bom

Preço

€€

até 25 €

Ambiente

Simples, Envolvente deixa a desejar

Serviço

Simpático
Situado no piso térreo de uns apartamentos em Paço de Arcos, o Mensa é um restaurante informal, com uma cozinha de fusão de inspiração oriental. O mais interessante é que o menu ` Sabores de Oníris` provem da interpretação gastronómica de uma série de livros de fantasia da autoria de uma psicóloga que era cliente do restaurante.
Sopa de beterraba gratinado de camarão servido numa concha de vieira; lombo de pargo; naco de cordeiro em molho de iogurte.

Localização:

Nosso menu:

  • Bife de atum com molho Ponsu
  • Atum com alecrim
  • Morangos com chocolate
  • Copo de tinto

Crítica:
Sésamo, soja, gengibre e couve chinesa combinam na perfeição com bife de atum. No Mensa só faltam mais vinhos à altura.

Vamos lá tentar que não seja preciso o GPS (para quem o tenha). A coisa acontece em Paço de Arcos, não no casario cá de baixo, de recorte antigo e à beira-rio, mas na parte alta, zona nova, para norte da estação da CP. Vindo do lado da marginal (neste caso passa-se debaixo da ponte ferroviária e a rotunda é logo a seguir) ou saindo da A5 (aqui é só questão de descer), há que atingir uma rotunda arborizada por palmeiras anãs, à vista do começo (ou término) do comboio funicular de Oeiras. Ora, nesta rotunda vira-se na primeira à direita e depois na primeira à esquerda: chegou-se ao início da Rua Instituto Conde Agrolongo.

Subindo-se até ao cimo, encontra-se um pequenino monte arrelvado, com uma espécie de marco geodésico, em cujo murete está a tabuleta toponímica. É a meio que nos interessa parar, no nº 13-B, um patamar desafogado e soalheiro onde fica o restaurante Mensa.

Após a entrada, um breve balcão onde se alinha farto núcleo de livros de gastronomia. A sala, moderna e cheia de luz natural, com capacidade para 40 mesários (ou mensários, de acordo com a opção local), só não faz o pleno da brancura porque as mesas são pretas, aliás sem toalhas, cobertas por toalhetes de papel (em que estão estampadas as diferentes acepções da definição dicionarística de "mensa"), com guardanapos do mesmo material e alfaias cabais. Numa das paredes, dois quadros de Malangatana, da primeira fase, a tinta-da-china, e mais dois de Bertina Lopes, pintora também moçambicana, há muito a viver em Itália. Esta nota pictórica deixa de ser surpreendente quando se fica a conhecer a história dos donos do lugar.

Walter Oliveira, natural de Moçambique, licenciado em Economia, só aos 44 anos de idade deixou de trabalhar na sua área específica, movido pela paixão pela cozinha, e aos 47 (em 2007) resolveu sair do seu país e assentar arraiais por cá. Sua mulher, Sara Guerreiro, só o acompanhou no último ano vivido em Moçambique e está agora empenhada de alma e coração nesta primeira aventura restaurativa do casal, o Mensa, que abriu em 6 de Janeiro de 2009.

Contabilisticamente, a lista regista 1 Entrada, 10 Peixes e Mariscos, 4 Vegetais no Wok, 6 Carnes e 7 Bifes. Substancial e estilisticamente, é fortíssima a presença e influência das cozinhas orientais (tailandesa, japonesa, malaia), correspondendo às preferências de Walter, por via, segundo ele, da nova cozinha australiana de fusão.

Breves notas de prova. Uma maravilha o "bife de atum com molho ponju" (€ 13,50), dois pequenos medalhões braseados, suculentos e tenros, cravejados de sementes de sésamo, com molho de soja, gengibre e limão, esplendidamente acompanhados por lamelas de curgete, cogumelo, cenoura, couve chinesa e pak choy. Ligação vitoriosa no "bife de atum com presunto e mousse de vinagre balsâmico" (€ 13,50), bela posta tunídea com o anunciado e gomos de batata com casca, cebolinho e vegetais thai. Bons crustáceos integrados num misto de rebentos de soja, cenoura e as duas citadas couves chinesas, temperados a gosto com molho de ostras e soja, nos "vegetais thai no wok com camarão" (€ 13,50). O mesmo, acrescido da massa, de ervilhas-de-quebrar e da carne, nos "noodles com vegetais, tiras de bife de lombo e camarão" (€ 14), com acentuado toque a gengibre. Não beneficiaram com o recheio do enchido as fatias do "lombo de porco com farinheira e ervas aromáticas" (€ 14), acolitadas do arroz com pinhões, passas de uvas e pau de canela.

Positivo o "lombo de vaca enrolado em presunto e aromatizado com vinho tinto" (€ 14), assessorado, a pedido, por um muito saboroso arroz birmanês, salteado com cebola, cebolinho, bacon e malagueta. No "teppanyaki" (€ 14), a grelhada japonesa de vaca, frango e camarão em amálgama com os vegetais "au grand complet". Anafada posta a do "bife Juan" (€ 13,50), do lombo, selado e depois acabado no forno, com um toque a pimenta, na companhia de gomos de batata assada e cogumelos carnudos.

Uma dezena de sobremesas doces interessantes, com larga utilização de frutos e gelados. De vinhos é que estamos mal, aquém dos limites mínimos: 10 tintos, 4 brancos, 2 verdes brancos e 3 espumantes. Serviço gentilíssimo desempenhado pela dona da casa, auxiliada por um funcionário.

Sítio acolhedor, gente simpática, uma cozinha que, não deixando órfãos os paladares mais conservadores, oferece algo de diferente oriundo do referencial asiático - eis como o projecto de Walter e Sara mostra estar (excepto nos líquidos) no caminho certo.

por Expresso.pt
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