Wednesday 28 May 2008

Indiana Jones e o reino da caveira de cristal

Como fã que sou não pude deixar de gostar. É interessante ver como nos é apresentado um Indiana mais entradote. Como sempre Spielberg está em grande, mas atenção estamos a falar de um filme de entretenimento, muita acção e comédia um pouco apalhaçada. A sequência na selva é muito cansativa e fraca, trocava tudo isso por mais suspense. Raiders ainda é o melhor, de longe.

Título original: Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull
De: Steven Spielberg
Com: Harrison Ford, Karen Allen, Cate Blanchett
Género: Acç, Ave
Classificação: M/12

EUA, 2008, Cores, 124 min. (IMDB)

Em plena Guerra Fria, Indiana Jones escapa por um triz no deserto a uma emboscada dos soviéticos. Mas quando regressa finalmente a casa e à universidade, percebe que por aí as coisas vão de mal a pior. As suas actividades paralelas lançaram fortes suspeitas sobre si e o Governo está a pressionar a universidade para que despeça o professor. Ao sair da cidade, Indiana conhece Mutt que lhe faz uma proposta irrecusável: partir à descoberta de um lendário objecto, fonte de fascínio, superstição e medo nas últimas décadas - a Caveira de Cristal de Akator. Mas Indy e Mutt rapidamente percebem que não estão sozinhos nesta busca. Também os soviéticos estão no encalço do mítico tesouro...in Público

Crítica:
Muito boa introdução à matéria - de Elvis a Marlon Brando, passando pelos comunistas e pela ameaça nuclear, a primeira meia-hora opera a passagem de Indiana Jones dos anos 40 para os anos 50, com Spielberg cheio de verve e evidente prazer a inventar planos e a construir raccords. Chegamos a entusiasmar-nos, e aquele plano com o cogumelo nuclear é muito bom. Depois a coisa banaliza-se um pouco.

Os vilões soviéticos são demasiado apalhaçados para que funcionem como funcionavam os nazis dos "Salteadores da Arca Perdida", e a história de reconciliação familiar, que faz espelho com "A Grande Crusada" (era Indiana e o pai, agora é Indiana e o filho) precipita o filme numa paródia não especialmente interessante.

Mas Spielberg, mesmo a brincar, e desde que não esteja num dos maus dias em que já esteve (demasiadas vezes, diríamos), tem talento mais do que suficiente para gerir a acção num ritmo inteligente. "O Reino da Caveira..." acaba antes que comecemos a bocejar, e bem gostávamos de dizer isso a propósito de tudo o que promete que nos vai "entreter".

Luís Miguel Oliveira

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