Antiga Coudelaria Real, uma das instituições mais importantes para a divulgação do nome de Alter do Chão. Fundada no reinado de D. João V em 1748, para produção de cavalos, para a Picaria Real.
Oriundo da Coudelaria de Alter era o famoso cavalo "Gentil", modelo de cavalo da estátua de D. José no Terreiro do Paço em Lisboa. A Coudelaria viveu um período de apogeu até à primeira década do século XIX, seguindo-se uma fase de períodos conturbados. Em 1942, englobada a Coudelaria numa Estação de Fomento Pecuário e com a intervenção do Dr.- Rui de Andrade, inicia-se a recuperação do Cavalo Lusitano, Ferro Alter Real.
Hoje, a continuidade do Cavalo Alter está assegurada. A homogeneidade da éguada é notória e as características como Cavalo de Alta Escola são exibidas pela Escola Portuguesa de Arte Equestre. Na Coudelaria de Alter, funciona ainda a Escola Profissional Agrícola de Alter do Chão, com os seguintes cursos: Curso Técnico de Gestão Cinegética e Técnico de Gestão Equina.
História:
(1736) A fundação da Coudelaria de Alter não foi um acto ocasional e isolado. Surgiu como corolário lógico de um tempo histórico e de uma política coudélica, personificados em D.João V, o Rei Magnânimo.
(1748) A ordem da Junta do Estado e Casa de Bragança, de 9 de Dezembro de 1748, marca a fundação da Coudelaria de Alter, e tem o significado simbólico de " Registo " da Tapada do Arneiro como " Solar " do cavalo de Alter-Real. O documento fundacional da Coudelaria de Alter foi emitido por D.João V.
(1749 - 1770) É ao Rei D.José I que, quase inteiramente, cabe o mérito da estruturação da Coudelaria de Alter: Formação da manada, instalações coudélicas, alargamento do assento agrícola e da área de pastoreio, promulgação do primeiro regime coudélico que vigorou na Coudelaria. A Casa Ducal de Bragança foi, como executante da vontade Régia de D.João V e de D.José I, o esteio da fundação e estruturação da Coudelaria de Alter.
(1771 - 1800) A Coudelaria é, então, da Casa Real que a recebeu, em 1770, da Casa de Bragança, num quadro de relação bem definido ; a Casa de Bragança, proprietária dos prédios utilizados pela Coudelaria de Alter ; a Casa Real, reconhecida como senhoria da manada, e na situação de rendeira daqueles prédios. Na Picaria Real, em Lisboa, o ensino de D.Pedro de Meneses, 4º Marquês de Marialva e Estribeiro - Mor da Casa Real, alcança a perfeição no rigor da técnica, na beleza dos movimentos, na elegância das atitudes. O Cavalo Alter-Real atinge o seu esplendor.
(1801 - 1820) A primeira vintena do século XIX foi um período de sombras para a Coudelaria de Alter ; roubo dos melhores cavalos Alter-Real, danos nas piaras, redução na área do pastoreio, vandalismo nas instalações, primeiras ameaças à integridade étnica da manada. Em defesa da Coudelaria de Alter agiganta-se, neste período de sombras, a figura do Princípe Regente D.João. Mas era uma luz longínqua, no Rio de Janeiro, e em Portugal o Marechal inglês Beresford. Era o poder.
(1821 - 1841) Da Nacionalização das Reais Manadas à usurpação da Coutada do Arneiro Questionada até à existência da Coudelaria de Alter. E mais uma vez D.João, já como Rei. A merecer um registo de memória no historial da Coudelaria de Alter.
(1842 - 1910) Um longo tempo de dificuldades e sobressaltos para a Coudelaria, mas também de graves ameaças à integridade étnica do Cavalo Alter-Real, foi o tempo dos cruzamentos.
(1911 - 1941) Proclamado o regime republicano, e arrestados os bens da coroa, a Coudelaria é integrada no Ministério da Guerra, na dependência da comissão técnica de remonta, com o nome de Coudelaria Militar de Alter do Chão. O tempo da Coudelaria Militar é uma presença notável na planificação das instalações e na racionalização da exploração agrícola da Coutada do Arneiro.
(1942 - 1995) Em Janeiro de 1942 dá-se a integração da Coudelaria no Ministério da Economia, na jurisdição da Direcção-Geral dos serviços pecuários. Começava um longo caminho de meio século de recuperação do Alter-Real. A recuperação do Alter-Real foi um esforço tenaz e persistente, com tempos de grandeza e de crise, de maior dinamismo e de mais apagada acção, mas, indiscutivelmente, um esforço coroado de sucesso.
(1996) Arranque de uma nova etapa Preservar e valorizar o património genético e cultural que a Coudelaria de Alter encerra e simboliza … Um caminho que se dirige em exclusivo ao cavalo mas que passa, também, pelo desenvolvimento sócio-económico cultural e turístico do norte alentejano. Mérito de definir e traçar esse caminho coube, em 1996, ao engenheiro Fernando Van-Zeller Gomes da Silva, ministro da agricultura. Um destaque que lhe é devido no memorial da coudelaria; · Pelo respeito com que contemplou o passado; · Pela ambição com que perspectivou o futuro da Coudelaria Alter-Real.
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