Saturday, 29 December 2007

Pic-nic III

Rua 20 de Abril, nº 46 A
2830-269 BARREIRO
Tel. 21 207 00 59
Encerra 2ªfeira ao almoço


Comida Indiana e Italiana

Até à algum tempo atrás, esta mistura de cozinhas era invulgar mas ultimamente parece estar na moda. Sítio despretencioso onde se pode saborear por um óptimo preço comida indiana e italiana. As massas são boas mas prefiro os pratos indianos. O Vindaloo não é lá muito picante, apesar dos avisos.

ComidaSaborosa
Preço11 €
AmbienteSimples, nada a acrescentar
ServiçoBásico

Situado no Barreiro, o restaurante PicNic III, recentemente remodelado, oferece-lhe uma excelente variedade de cozinha Italiana e Indiana.

É um restaurante acolhedor com 50 lugares ao seu dispor.

Também temos, serviço de Take Away, (sem entrega ao domicílio), para poder apreciar toda a nossa cozinha no conforto da sua casa.



Localização:



Nosso menu:

  • Onion Bhaji
  • Chicken Vindaloo
  • Lamb Palak
  • Cerveja



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A Escola

Estrada Nacional 253 - Cachopos
7580-308 ALCÁCER DO SAL
Tel. 26 561 28 16
Fecha à segunda. Reservas com tolerância de 15 minutos


Cozinha regional

Um dos meus restaurantes de eleição, com a excepção de ser um pouco barulhento tudo o resto é excelente. Pode ficar muito cheio por isso nunca chegar tarde. A comida é simplesmente excelente, não perder a empada de coelho bravo com arroz de pinhão, aliás, tudo o que tenha pinhão é delicioso, ou não estivessemos rodeados pela maior mancha de pinheiro manso do país. Para terminar não esquecer a, provavelmente, melhor tarte de pinhão do mundo.

ComidaExcelência da cozinha do Sado
Preço€€16 €
AmbienteO edificio é excelente, decoração podia ser melhor. Algo barulhento.
ServiçoMuito simpático e atencioso

Com a curiosidade de ocupar uma antiga escola primária, este restaurante tornou-se numa referência em todo o país pela excelência da sua cozinha que procura preservar o património gastronómico da região do Sado.
Ao estacionar debaixo de Chaparros, e de frente para a Escola Primária, temos a imediata sensação de retroceder no tempo, pois deparamos com uma Escolinha bem típica e viva em muitas memórias.
Passando o portão temos um pátio onde em tempos muito de nós brincámos e no subconsciente ouvimos as vozes das crianças e o tocar no ferrinho para iniciar as aulas.
Ao abrir a porta vemos carteiras e a velhinha ardozia que continua a conter os números, iguaizinhas a outros tempos, e a que muito custo, lá aprendemos a fazer. Mas desta vez transformadas em ementa.
As carteiras continuam a encher a sala de aulas, agora acompanhadas por mesas sabiamente postas. O ambiente nostálgico e requintado é o ponto forte deste restaurante, sendo contudo um restaurante extremamente simples. Amavelmente colocados numa mesa trocamos as memórias da cartilha por uma deslumbrante ementa onde se encontra os pratos tipicamente alentejanas feitos por quem os sabe confeccionar desde sempre.
Entre os pratos mais emblemáticos da casa, destaca-se, por exemplo, a empada de coelho bravo acompanhada de arroz de pinhão. No que toca aos peixes, o cherne à barqueiro e as enguias à embarcadiço são pratos afamados.



Localização:



Nosso menu:

  • Escabeche de coelho
  • Empada de coelho bravo com arroz de pinhão
  • Tarte de pinhão
  • Pias 2005
  • Batata doce e licor de bolota



Crítica:

Antigamente eram pés descalços que faziam o caminho até esta escola que deu a primeira lição em 1950. Hoje é de carro que se chega. Quem vai a Cachopos, entre Tróia e Alcácer do Sal sabe “de cor e salteado” alguns dos atributos da cartilha que agora passou a ser gastronómica. Vêm à procura de enguias à embarcadiço ou do cherne à barqueiro, mas também sabem que vão encontrar um passado que lhes foi tão familiar.


Nesta antiga escola, pode rever mapas antigos por onde estudou os rios e as linhas de ferro nacionais, carteiras de madeira com os buracos prontos a receberem os tinteiros, e a caixa de sólidos e unidades de medida. Soa-lhe familiar?

No velho quadro de ardósia, onde outrora se aprendia o b-a-bá está escrita a ementa. É assim desde há 7 anos, tantos quantos existe a Escola-restaurante. O proprietário cozinhou a lume brando o projecto de resgatar do esquecimento as memórias de uma cozinha antiga. Seguiram-se anos e anos de pesquisa materializados em quilómetros de distância por toda a zona do Sado, em conversas com familiares e até pesquisas na biblioteca, para se descobrir a história que cada sugestão apresenta.

Apesar da região ser rica no que à terra, ao mar e ao rio diz respeito, nem sempre o dinheiro abundava para a compra dos produtos. Valiam as artimanhas que proporcionavam uma cozinha variada, onde as ervas aromáticas cultivadas num canto da horta tinham um papel de destaque.

Nesta mesa, que é uma das melhores do país, nem sei o que vos hei-de recomendar. Tudo. A começar pela caça. Pombo de nabiçada, ensopado de lebre e empada de coelho bravo. Mas a intensidade dos sabores não se fica por aqui. Em nenhuma sugestão se encontra o standard, nem mesmo na ementa infantil. E quando uma criança se apresenta, é logo a primeira a ser servida. O parque infantil é um dos cenários da brincadeira.

Para os pais a refeição continua com um ensopado de cherne porque o mar está perto, o tomate dava-o a horta e o pão nunca faltava. O arroz de choco enriquecido com camarão é um pitéu. Quem é que não sabe da fama do Sado quanto a moluscos? Frequentes vezes chegava a Alcácer o pescado conservado em sal. Na Escola cabe à dourada ser servida dessa forma.


As carnes de porco, principalmente as partes menos nobres do animal eram aproveitadas pelos pobres e deixadas em calda de pimentão. Frita na banha, utiliza-se esse preparado para as batatas que ali rebolam até alourar. Assim se preparam as batatas de rebolão que também encontra na lista.

O ensopado de borrego era prato festivo mas ao comer de todos os dias, a Escola foi buscar o feijão adubado, que é quando à leguminosa, à linguiça e às sopas de pão se vem juntar o ovo escalfado. Uma forma de enriquecer (adubar) o cozinhado.

Acompanham os pratos, as migas e o arroz de pinhão. Para quem está habituado a vê-lo tão branco no prato é também um prazer deitar a vista na extensa área de pinhal manso que rodeia o restaurante.

Mas antes do encerramento da refeição seria um pecado não provarmos dos doces testemunhos de outrora guardados pelas freiras do convento de Aracoelli. As últimas palavras vão para a bebida. Vinhos que dominam a carta são bons representantes da vinha do Alentejo e do Sado. A refeição só termina com um licor de bolota de azinho assistido pela batata doce com açúcar e canela.

Depois de terminada a aula já está em condições de perceber por que razão sempre que concorre, a Escola fica entre os melhores. Da região e do país. Essa é que é essa.

in lifeCooler



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Friday, 28 December 2007

O Tesouro: Livro dos Segredos

Momentos bem passados, mas pouco mais. As forças policiais francesas estão de parabéns foram as únicas capazes de importunar o nosso herói, já a segurança do palácio de "Buckingham" e do presidente dos USA ... nem vale a pena falar. Mas porque raio haveria de existir um templo Olmec (época pré-colombiana) nas Black Hills ... ahhh esqueci-me, é filme.

Título original: National Treasure: Book of Secrets
De: Jon Turteltaub
Com: Nicolas Cage, Justin Bartha, Jon Voight, Ed Harris, Harvey Keitel
Género: Ave
Classificacao: M/12

EUA, 2007, Cores

Na sequência da descoberta de uma página desaparecida do diário de John Wilkes Booth, o assassino de Abraham Lincoln, o tetravô de Ben Gates (Nicolas Cage) é apontado como uma peça-chave na conspiração que conduziu ao assassinato do Presidente americano. Determinado a provar a inocência do seu antepassado, Ben parte numa nova aventura, seguindo pistas que o levam de Paris a Londres e aos Estados Unidos. Um périplo, marcado por surpreendentes revelações, que o conduzirá aos segredos, tesouros e histórias mais bem guardados do mundo...

In PÚBLICO

Crítica:

Aproveitando o (inesperado) sucesso de «O Tesouro», realizado pelo mesmo Jon Turteltaub em 2004, os estúdios Disney resolveram apoiar o cineasta nesta sequela que leva Ben Gates (Nicolas Cage) a perseguir a lendária cidade perdida de Cibola.
Por entre enigmas e combates com pseudo inimigos, a película remete-nos sempre para o conceito da história norte americana, por isso, não é de estranhar que se fique com a sensação de termos estado numa aula de história e não a assistir a um filme de aventura. Os muitos pormenores históricos de contextualização são supérfluos, esmorecendo a acutilância de várias cenas em favor de mais e mais desnecessária informação. Turtletaub tentou ainda integrar alguma dimensão dramática, como a sequência final de Nicolas Cage (em péssima forma) com Ed Harris, mas diga-se, é bastante mal sucedido. Apesar de assegurar entretenimento, a falta de ambição é a principal lacuna de um filme que raramente escapa à sua atroz superficialidade.”

Paulo Figueiredo

Thursday, 27 December 2007

Di Casa

Centro Comercial Vasco da Gama 3º andar
1990-094 LISBOA
Tel. 21 892 22 90
Aberto todos os dias


Comida Italiana

A autênticidade esbate-se sem um sotaque italiano no serviço, no entanto, as pizzas são excelentes com o característico cheiro a lenha. Não consegue ser uma "trattoria" mas é de longe uma pizzaria bem acima da média.

ComidaPizzas em forno de lenha
Preço15 €
AmbienteAgradável, muita luz durante o dia, algum fumo do forno
ServiçoEficiente mas um pouco demorado

Este restaurante pretende retratar a cozinha italiana caseira, integrada em espaço com estilo próprio.
A ideia é combinar simultaneamente ementas inovadoras e originais, numa clara associação ao universo pão/ vinho/ massas/ pizzas/ lenha.Possui uma decoração agradável com muita luz natural. As pizzas do Di Casa primam pela simplicidade e fogem ao estereotipado. Massas fina e estaladiças e alimentos frescos.
As Pizzas são esticadas à mão e cozidas em forno de lenha de forma a conservarem o suave aroma do fumo tão característico e inconfundível – marca obrigatória - das pizzas que se querem verdadeiras e genuínas. As massa frescas, o risotto e as saladas são acompanhadas com os produtos mais frescos disponíveis em cada estação. Aliámos à arte da cozinha italiana o azeite português extra virgem da melhor qualidade. Conseguimos a elaboração de uma lista de vinhos diferentes e com valor acessível para os nossos clientes. É composta por uma selecção de vinhos regionais portugueses e também alguns italianos cuidadosamente pensados para o complemento dos nossos menus.
Tem esplanda sobre o Parque das Nações com Tejo como fundo.



Localização:




Nosso menu:

  • Aglio
  • Pizza Calzone de Ricota
  • Pizza Nettuno
  • Pannacota com molho de framboesa



Crítica:

Há dois restaurantes “Di Casa” em Lisboa - um na Avenida Infante Santo, e o outro no Centro Comercial Vasco da Gama. Ambos são muito bons (a comida é igual), mas o do Vasco da Gama tem muita luz natural e uma esplanada sobre o Parque das Nações, com o Tejo ao fundo.

Além do agradável ambiente e decoração, a verdadeira razão para ir ao Di Casa é mesmo a comida. Ao contrário das estereotipadas “pizzas” que se tornaram fast food, as pizzas do Di Casa primam pela simplicidade. Come-se uma pizza inteira sem se ficar cheio, pois a massa é fina (sem ser seca), o queijo e o tomate são em doses racionais, e os ingredientes frescos. Nada de cogumelos enlatados nem de invenções de fusão. Outro atractivo são os bifes - o filete Montalcinno (com carpaccio e rúcula) é de não perder. As massas também são boas, reduzindo-se também ao essencial. Nas sobremesas, não deixem de experimentar a mousse de chocolate branco.

Para quem não gosta de centros comerciais, não precisa de deixar de experimentar este restaurante - basta estacionar junto ao elevador mais junto à saída norte do parque de estacionamento, e chamar o elevador com o botão de cima de todos - este irá só chamar o elevador do lado direito, que os levará directamente ao terceiro andar (mesmo à entrada do restaurante) sem terem que passar por dentro do centro comercial.

In no prato com



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Saturday, 22 December 2007

O Madeirense

Avenida Engenheiro Duarte Pacheco
Amoreiras Shopping Center, Loja 3027
1070-103 LISBOA
Tel. 21 383 08 27
Fecha ao Domingo.


A gastronomia Madeirense em ambiente de luxo. Gosto muito deste restaurante, se bem que o ambiente requintado me faça sentir um pouco deslocado. A comida é bem confeccionada e saborosa, no entanto, o bolo do caco não é tão bom como em Porto Santo e o bife de atum é mais saboroso no Funchal. A lista é mais recheada que o franchise a que deu origem, o serviço não se compara e o preço também não.

ComidaSaborosa.
Preço€€entre 16 e 31 €
AmbienteAgradável, nem parece estar num centro comercial
ServiçoProfissional, eficiente mas impessoal

Bem-vindo ao conforto e elegância do restaurante típico 'O Madeirense'.
Prepare-se para uma viagem pelas flores, frutos, sabores e aromas da Ilha da Madeira.
À sua espera está uma equipa de profissionais para o melhor servir.

Entre e disfrute...
Não se se pode falar do restaurante 'O Madeirense' sem falar do seu proprietário Manuel Fernandes. Este madeirense de gema chegou a Lisboa em 1969 e logo começou a relacionar-se com gentes do espectáculo. Através de Vasco Morgado explora um bar no Teatro Villaret, e abre a sua primeira casa sob o nome de 'O Braseiro'. Aí começa a estudar a hipótese de abrir um restaurante alusivo à Ilha da Madeira. Faz algumas experiências, servindo iguarias madeirenses aos seus clientes e logo percebe que a sua ideia tem sucesso. Foi assim que há 24 anos surgiu o primeiro Madeirense na zona de Palma de Baixo. Pequeno para as necessidades muda-se para o Amoreiras, onde se mantém até hoje. Manuel Fernandes e a sua mais fiel colaboradora, a sua mulher Paula Cabral Fernandes, orgulham-se de representar no continente o que de melhor a Ilha da Madeira oferece.
Rica na sua gastronomia, a Ilha da Madeira proporciona-nos receitas com grande variedade de paladares, aromas e cor. Confeccionados com o rigor e perfeição dos chefes de cozinha de 'O Madeirense', estas iguarias ganham vida nas mesas do restaurante.

São os sabores da ilha da Madeira no continente. As espetadas em pau de louro, os filetes de espada preto ou o milho frito são algumas das especialidades.



Localização:



Nosso menu:

  • Bolo do caco
  • Bife de Atum Frito com Molho Vilão e Milho Frito
  • Filetes de Espadas Grelhados com Limão
  • Trio de Pudins (Mousse, Maracujá e Frutos do Bosque)
  • Gin com Maracujá



Outros links:

Ghandi Palace

Rua dos Douradores, 214
1100-208 LISBOA
Tel. 21 887 38 39
Pode ficar muito cheio. Recomenda-se chegar cedo.


Provavelmente o melhor restaurante indiano que conheço. A comida parece-me muito autêntica, do sabor nem se fala. O serviço necessita de um "upgrade".

ComidaComida muito saborosa
Preçoaté 16 €
AmbienteSimpático
Serviçoqb

Espaço simpático dedicado aos sabores indianos.









Localização:



Nosso menu:

  • Cheese Nam
  • Allo chut
  • Chicken Madras

Thursday, 20 December 2007

Bee Movie

Adorei. Definitivamente sou um fã do humor de "Jerry Seinfeld". Não perder a interpretação do mosquito. Se estão à espera de um filminho para crianças, vão ficar desiludidos, o humor citadino é um pouco difícil de seguir para os mais novos.

Título original: Bee Movie
De: Steve Hickner, Simon J. Smith
Com: Jerry Seinfeld (Voz), Renée Zellweger (Voz), Matthew Broderick (Voz)
Género: Ani
Classificacao: M/6

EUA, 2007, Cores, 90 min.

Barry Bee Benson não é uma abelha qualquer. Além de ser obra de Jerry Seinfeld (na versão portuguesa, a voz é de Nuno Markl), é especialista em espalhar "zunzuns" e recusa-se a aceitar as limitações sobre o que uma abelha pode ou não fazer. Quando termina os estudos, Barry recusa-se a ver a produção de mel como única opção de vida. Barry é um dínamo preto e amarelo, que até consegue pilotar um Jumbo, e tem sempre um comentário mordaz na manga.
Numa inesperada oportunidade de sair da colmeia, Barry quase morre e é salvo por Vanessa, uma florista de Nova Iorque. À medida que a relação floresce, Barry percebe que os humanos têm um papel decisivo no consumo de mel e resolve processar os homens por roubarem o mel das colmeias! O que vai originar uma batalha nunca imaginada entre humanos e abelhas e Barry será apanhado no meio das hostilidades. in Público

Crítica:

Está bem abelha

A mais recente produção do departamento de animação da Dreamworks (eles dos "Shreks" e de "Pular a Cerca"), "A História de uma Abelha" é uma rara oportunidade de reencontrar o comediante americano Jerry Seinfeld, ausente do olhar público nos quase dez anos decorridos desde que terminou a sua série televisiva de culto - para lá de produzir, supervisionar e coassinar o argumento, é ele quem dá voz a Barry B. Benson, a abelhavedeta desta comédia animada por computador, que decide levar a raça humana a tribunal pelo que considera a exploração esclavagista das abelhinhas por causa do mel.

Claro que as coisas não são assim tão simples e o que se segue é uma exploração bem-humorada do "efeito borboleta" à medida que a luta pela dignificação do trabalho abelhal se transforma num saco de gatos cada um pior que o outro, enquanto Barry dá por si entusiasmado com uma florista simpática (Renée Zellweger). Mas, apesar da boa intenção da mensagem ecológica do filme, das muitas (e bem metidas) piadas na melhor tradição Seinfeldiana (atenção ao mosquito Mooseblood, em português Pica Nick) e da excelência da animação por computador (o design do interior da colmeia é um achado), "A História de uma Abelha" (tradução banalzinha para o original "Bee Movie") é um objecto um tudo nada desajeitado. O humor-Seinfeld é um bocadinho sofisticado demais para os miúdos (apesar do genérico final creditar os filhos do actor como "kid humor consultants"), com uma secura urbana que impede a abrangência de um "Shrek". E a necessidade de uma narrativa condutora joga contra os exercícios à volta do nada que tornaram a série num êxito, parecendo que falta articulação entre a história simplista e a sucessão de piadas - já era, aliás, essa a falha que perdia "Shrek 2" ou "Pular a Cerca", com a integração dos gagues na narrativa um tanto ou quanto forçada e raramente ao nível duma produção da Pixar.

Com tudo isto, "A História de uma Abelha" fica demasiado maduro para os miúdos e insuficientemente denso para os pais, correndo o risco de não contentar nenhum dos públicos que quer atingir. Dá a sensação de ser uma boa ideia que não foi explorada ao limite. O que não impede que seja um divertimento perfeitamente civilizado para o Natal e uma fita simpática e divertida que entretém sem deslumbrar. Mas era legítimo esperar melhor.

Jorge Mourinha

Saturday, 15 December 2007

Espaço da rosa

Rua Acácio de Paiva, Loja 11A Alvalade
1700-005 Lisboa
Tel. 218 47 94 49
Fecha Domingos e Feriados. Reserva aconselhada.


Gosto especialmente dos pratos de influência magrebina. Os pratos essencialmente vegetarianos têm o problema de, como em todo o lado, saberem essencialmente ao mesmo, ou seja, uma "cacofonia" de sabores. O espaço é agradável.

Comida

Produtos de excelente qualidade

Vegetariana com influência magrebina

Preço

€€

até 16 Euros

Ambiente

Simples, agradável e relaxante

Serviço

qb

Restaurante inaugurado no início de 2007, oferece um ambiente calmo e relaxante, numa sala despojada, decorada em tons claros. A oferta gastronómica assenta numa boa variedade de pratos vegetarianos e saladas.
Aberto há poucos meses, o Espaço da Rosa não pretende ser apenas mais um restaurante vegetariano. Ao jantar, ou no intervalo - mais curto - de almoço, o desafio é o mesmo: deixar as preocupações do lado de fora. Depois é só deixar-se transportar até ao deserto, numa refeição de sabores quentes, para apreciar sem pressas.


Localização:


Nosso menu:

  • Creme de aipo
  • Cogumelos gratinados com queijo
  • Rolo libanês
  • Lassi do deserto


Crítica:

Sai o Zé, entra a Rosa

Não é a primeira vez que Nazma e Taheer Sayad se lançam num projecto conjunto, nem tão pouco são estreantes na área da restauração. Depois de abrirem o Psi, restaurante vegetariano, também em Lisboa, mãe e filho decidiram apostar num novo conceito: trazer alguma coisa do deserto para a cidade.

Uma paixão antiga de Nazma tornou-se realidade quando encontrou este espaço onde até então funcionava A Tasquinha do Zé. A partir daí, o Zé deu lugar à Rosa, não a do roseiral, mas a do deserto. Com a ajuda de Taheer, deitou mãos à obra, com a ideia de recriar entre quatro paredes a estética do deserto e as sensações que ele evoca.

A localização, no coração de Alvalade, agradou-lhe especialmente. Por preservar o espírito de bairro lisboeta, onde ainda existem árvores e lojas de comércio tradicional, ao mesmo tempo que é uma zona urbana e movimentada. Eis o sítio ideal para nascer um “oásis”.

Do Saara… para a mesa

Referimo-nos, não ainda aos pratos vindos da cozinha, mas à areia propriamente dita, que vemos dentro das mesas de vidro, a formar dunas em miniatura. Viajou do deserto do Saara até Lisboa dentro de 12 bidons, pela mão de Henrique, funcionário da casa.

Das cores e materiais aos pormenores decoração, a sala está repleta referências ao Magrebe. Basta ver, na parede, a imagem dos viajantes sob um sol escaldante ou o poema de António Ramos Rosa, “Para Najma”, escrito à mão.

O amarelo e os tons suaves predominam, a luz das velas e o efeito dos espelhos - a prolongar o espaço - também contribuem para a atmosfera serena que aqui se sente. O objectivo? Usufruir da refeição como um momento relaxante, a condizer com a música chill-out, em fundo.

Discreta, a um canto, sob uma grande rosácea, há uma mesa com areia – esta sim, podemos tocar – com alguns exemplares das famosas “rosas do deserto”: formação mineral que decorre da evaporação da água das chuvas do deserto, em que a areia cristaliza na forma de uma rosa.

Por último, um outro dado a ter em conta: além da carne e do peixe, também o tabaco e o álcool têm acesso vedado neste espaço. Uma vez que está tudo a postos, vamos ao que interessa… O menu, por favor!

Cor + calor = sabor

A ideia é aliar influências não apenas árabes, mas também indianas ou gregas numa ementa vegetariana que se quer fértil em combinações de sabores e dinâmica nos pratos do dia.

Sempre diferentes ao almoço e ao jantar, hoje as opções disponíveis são batata doce recheada (almoço) e hambúrguer vegetariano (jantar), ambas à volta dos 8 euros. “Queremos um tipo de cozinha que seja também um pouco nossa e reflicta os gostos portugueses e mediterrânicos”, confirma Taheer.

Para entrada, aconselharam-nos as badgias (espécie de pataniscas), chamussas de soja à indiana e o rôti do deserto (parente do crepe, recheado de cogumelos, espinafres e soja, decorado com tâmaras e nozes). Além dos sumos naturais, o chá frio da casa (à base de cardamomo, mel e gengibre), repetente do menu do Psi, é um óptimo acompanhamento; mais doce e encorpado, o lassi (batido) do deserto é outra alternativa.


Para prato principal escolhemos os cogumelos recheados, com temperos do Magreb, servidos com molho de tomate, puré de batata e rúcula. Mas a oferta é variada: entre o seitan - em almôndegas ou salteado com natas e amêndoa torrada -, a penne com bolonhesa de soja e as saladas - gregas ou do Magrebe -, por momentos hesitamos.

Para os apreciadores de picante, o da casa - aromático e forte q.b. – é uma boa opção. Um traço comum, transversal ao leque de opções: serem comidas quentes, com apresentação cuidada e colorida, que contrariam a ideia de que ir a um vegetariano é sinónimo de ficar com fome.

Que o diga a gulosa mousse do deserto (com tâmaras, leite condensado e caramelo), antes ou durante o café: um doce pecado permitido, para equilibrar a balança calórica.

in lifeCooler


Outros links:

Café alentejo

Rua do Raimundo 5
7000-661 Évora
Tel. 266 70 62 96
Fecha Domingos, Reserva aconselhável ao fim de semana, Quinta-feira noite de fados


Local despretensioso com um serviço caloroso. Os petiscos são bem regados pelo vinho da região bem como os pratos principais que fazem juz à herança alentejana. Necessita de uma remodelação a nível de sanitários, o restante ambiente frio e escuro no inverno é um fantástico bálsamo durante o estio alentejano. Um óptimo local para "patuscadas" com os amigos.

Comida

Cozinha regional e tradicional

Preço

€€

até 16 Euros

Ambiente

Antiga tasca. WC deveriam ser melhores.

Serviço

Serviço caloroso


Uma antiga taberna mantida tal como era em meados do século XX, onde se servem petiscos e muitos pratos de gastronomia tradicional alentejana. À quinta-feira à noite há sempre fados ao vivo e durante o fim-de-semana, não encerra enquanto houver clientes. Para além da grande variedade de entrada e de petiscos, há boa gastronomia regional. Destaque para as migas de espargos (€10,50), rabo de boi estufado no vinho tinto (€10,50) ou arroz de pato (€10). Boa garrafeira, onde estão representados quase todos os vinhos alentejanos.

Localização:


Nosso menu:

  • Pão e Paio tradicional
  • Empadinhas de galinha
  • Rabo de boi estufado em vinho tinto
  • Sopa de Cação
  • Tinto da casa



Outros links:

Pastelaria Conventual

R. Cicioso 47
Évora
Tel. 266 70 77 78

De lamber os beiços. Da doçaria ao café tudo é excelente.
A não perder, o "Pão de Rala", os pastéis de nata conventuais, as empadas.

Localização:

Friday, 14 December 2007

Mi soledad

Só de lamentar que tão grande talento nos fosse apresentado em tão mau palco, o "Campo Pequeno" não se presta a estes espectáculos a não ser que se esteja numa plateia VIP, mas adiante. Começou morna a actuação, o público atrasado não ajudou a absorver a componente mais intimista da actuação. As influências musicais sucederam-se, Magrebina, Argentina, Eslava, apimentando o flamenco omnipresente. Adorei o acordeão e o tablao.

Joaquin Cortés, é sem dúvida um artista muito acarinhado e respeitado pelo mundo fora. "Mi Soledad" comprova a grande forma e sentido de ritmo excepcional do artista traduzindo-se em salas esgotadíssimas por todo mundo.

"Mi Soledad"

A interpretação mais intensa, solitária e intimistado maior bailarino do mundo.

Joaquín Cortés propõe-nos uma viagem intimista através das suas emoçõesmais pessoais, dando corpo a esse sentimento, a Solidão. Uma reflexão muito íntima e solitária do homem que enfrenta o amor e o desamor, analisando a sua trajectória da vida.

O espectáculoalia a força da dança aos cânticos e à mística da cultura flamenca, representada por um grupo de 16 músicos e cantoras.
Através da música e da sua forma inconfundível de dançar, Cortés põe-nos em comunicação directa com a sua alma e arte, com uma brilhantíssima paleta de cores flamencas.

Crítica:
Uma voz de homem ergue-se no espaço. Parece um lamento. Seguem-lhe outras vozes. De homens e mulheres. Como numa reza. No meio do palco, Joaquín Cortés. Os braços abertos, o tronco nu, os olhos fitos no céu. À espera de Deus, talvez. Porque a solidão dói. Cola-se à pele. E o corpo não aguenta, cai no chão.


Assim começa Mi Soledad, a última criação daquele que é o embaixador do flamenco. O espectáculo, que já esteve em Portugal, tem regresso marcado para esta sexta no Campo Pequeno, em Lisboa. No sábado, apresenta-se em Guimarães.

Mi Soledad revela o lado mais íntimo de Cortés. “Falo da minha própria solidão”, disse o bailarino ao jornal espanhol El País. O confronto do homem com os seus medos completa a primeira parte do espectáculo, que se aproxima mais da dança contemporânea. Depois, começa a festa flamenca, cheia de cor e luz. Vestidos por Jean Paul Gaultier, Cortés e os seus músicos encarnam o espírito da cultura cigana. O ritmo é alucinante. Cortês mostra, aos 38 anos, que o desassossego ainda lhe toma conta da alma – e dos pés.

Foi em criança, por influência do tio, que Cortés deu os primeiros passos na dança. Nascido em Córdoba no seio de uma família cigana, mudou-se para Madrid aos 12 anos. Ingressaria então no Ballet Nacional de Espanha e com 14 anos ascendia a solista. Em 1992, criou a companhia Joaquín Cortés Ballet Flamenco, que se estreou com o espectáculo Cibayí. Seguiu-se Pasión Gitana (1995), Soul (1999), Live (2000), De Amor y Odio (2004) e Mi Soledad (2005).

Com digressões por todo o mundo, Cortês diz, em tom de brincadeira, que é “um nómada do século XXI”, porque os seus antepassados andavam de carroça e ele prefere o avião.

Além do flamenco, Cortés é um apaixonado pela sétima arte, tendo já participado em fitas de Pedro Almodóvar, Carlos Saura e Manuel Palácios. Como bom cigano, vive com toda a família numa casa em Madrid. Tem um seguro para os pés no valor de 3 milhões de euros e acredita que não é preciso nascer cigano para sentir a alma do flamenco. Mi Soledad prova-o.

Sara Gomes


Thursday, 13 December 2007

A bússola dourada

Fantasia por todo o lado. Gostei do ambiente criado. Fiquei com vontade de ler o livro. Pareceu-me muita história só para duas horas ... e ainda não acabou.

Título original: The Golden Compass
De: Chris Weitz
Com: Nicole Kidman, Daniel Craig, Dakota Blue Richards, Ian McKellen
Género: Ave, Fantasia
Classificacao: M/6

EUA/GB, 2007, Cores, 113 min.

Lyra é uma menina órfã, de 12 anos, que parte numa viagem extraordinária para encontrar e salvar o seu melhor amigo Roger. Lyra prometeu encontrá-lo nem que para isso tenha de ir até ao fim do mundo. Mas não é só Roger que está em perigo. Várias crianças desapareceram e corre o boato que estão a ser levadas para uma agência experimental algures no Norte onde serão vítimas de abomináveis experiências.
Baseado no galardoado livro de Philip Pullman, "A Bússola Dourada" é uma aventura que decorre num fantástico mundo paralelo. in Público

Crítica:

O mundo é um lugar estranho

"A Bússola Dourada", que ontem estreou, é um filme de ligações improváveis. Junta um realizador (Chris Weitz) mais conhecido pelo seu "American Pie" à obra de fantasia multi-premiada do escritor Philip Pullman. Coloca um James Bond (Daniel Craig) e uma Bond Girl (Eva Green) nos papéis de um aristocrata desempossado por uma organização despótica e de uma bruxa com 300 anos. É um filme-aposta de um grande estúdio, a New Line, com uma protagonista que se estreia como actriz aos 12 anos.

E "A Bússola Dourada" surge na esteira de uma mão-cheia de projectos cinematográficos alicerçados na fantasia, como "O Senhor dos Anéis", "Harry Potter, "As Crónicas de Narnia", "Ponte para Terabithia" ou "Beowulf". Os filmes de fantasia que roçam espadas com a ficção científica e o público juvenil são uma tradição, mas estão na primeira linha desde que Peter Jackson exerceu o seu toque de Midas e que J.K. Rowling emprestou o seu Harry Potter ao cinema.

Pergunte-se então a Chris Weitz, realizador e responsável pela adaptação da trilogia "Mundos Paralelos", se não está preocupado com uma possível saturação do público perante o eterno regresso anual do cinema de fantasia. "Agora estou!", ri-se Weitz numa mesa redonda com jornalistas em Londres. "Não temo isso porque penso que o filme que fizemos é sobretudo sobre pessoas. Acho que haverá uma reacção contra filmes que dependem muito dos efeitos especiais e não da narrativa ou de personagens interessantes", argumenta, mais sério.

Ainda assim, e sabendo-se que o orçamento rondou os 200 milhões de dólares (136 milhões de euros), menos de metade dos quais foi para os habituais efeitos CGI, a verdade é que "A Bússola Dourada" está carregada de efeitos especiais. Sim, foram para a Suíça filmar em glaciares e estiveram em Oxford, mas também recriaram ursos polares e uma Londres "steampunk" em computador - a imagética do filme é uma fusão entre elementos de há dois ou três séculos com funções mais contemporâneas.

Tanto Eva Green (que aparece apenas em três cenas como a bruxa Serafina Pekkala) quanto Dakota Blue Richards, a estreante de 12 anos, admitiram que filmar perante um ecrã verde é "aborrecido". Dakota fala de um plano em que viaja numa carruagem e vê Londres pela janela. "Mas não via nada, era um ecrã verde e nem era uma carruagem, era uma caixa verde sem uma janela por onde olhar. Foi muito frustrante", confessou aos jornalistas sob o olhar atento da mãe, que lhe leu os três livros de Pullman quando tinha nove anos.

Espírito selvagem

Dakota é uma protagonista ruiva de olhar expressivo e foi escolhida entre dez mil outras miúdas. "Ela não era a rapariga mais arranjadinha, não tinha maquilhagem e não era tão polida, mas tinha aquela qualidade muito particular: ser selvagem em espírito", recorda Weitz. "Sempre adorei a Lyra", diz Dakota sobre a menina sem pais que vive no Colégio Jordan, em Oxford, rodeada de académicos e sempre acompanhada por Pantalaimon, o seu génio ("daemon" no original, uma manifestação da alma que Pullman atribui a humanos e bruxas nos seus livros).

Esta primeira parte da história da trilogia "Mundos Paralelos" arranca com o desaparecimento de um amigo de Lyra às mãos dos Gobblers, um misterioso grupo ligado ao mais tenebroso Magisterium - é uma organização-espelho de uma igreja controladora, contra a qual o tio de Lyra, Lord Asriel (Daniel Craig), está a trabalhar. Entra depois em cena a sedutora e dúplice Sra. Coulter (Nicole Kidman), que toma Lyra sob a sua protecção, à medida que os elementos místicos se avolumam.

Há um aparelho mágico, o aletiómetro (que dá, por associação imagética a uma bússola e nada mais do que isso, o nome ao filme), há partículas elementares (o enigmático Pó), ursos falantes e passagens para outros mundos, feitos das escolhas que não fizemos e das opções que deixámos para trás.

Bênção na rodagem

Philip Pullman criou livros que misturam conceitos da física, da psicologia, da religião e da história e de bom grado os cedeu para adaptação no cinema, com Nicole Kidman em mente desde que escreveu a personagem da Sra. Coulter. "Ele escreveu-lhe para lhe dizer que estava a pensar nela quando estava a escrever", revela o realizador, e isso convenceu a actriz a participar no filme.

A presença de Pullman em alguns momentos da rodagem foi como uma bênção ao trabalho de Weitz, que estudou em Cambridge como Pullman e que há quatro anos apresentou à New Line uma ideia do que deviam ser os filmes. O estúdio, que já procurava um sucessor para a trilogia milionária de "O Senhor dos Anéis", aceitou-a. Mas Chris Weitz, nomeado para um Óscar pela adaptação do livro "About a Boy", de Nick Hornby, desistiu. "Tive medo (risos), porque foi óbvio que o elemento de efeitos visuais nisto seria gigantesco, e na altura não tinha qualquer experiência nessa área. E também seria um horário de filmagens muito mais longo e exigente do que qualquer outro." O segundo e terceiro filmes, "A Torre dos Anjos" e "O Telescópio de Âmbar", deverão ser filmados em simultâneo se este filme correr bem à New Line.

Voltou ao projecto depois de ter aprendido mais sobre CGI e de ter casado, mantendo um contacto constante com Pullman. "Fui ter com ele como fã dos livros", e sim, "tinha de adaptar o argumento senão não acreditaria no que estava a fazer". "Ele foi muito gracioso quanto à condensação dos elementos do livro no filme".

A polémica religiosa

Condensar é aqui a palavra-chave. "A Bússola Dourada" não é um épico de longuíssima duração como o seu antecessor "made in" Tolkien, e Weitz admitiu aos jornalistas que "gostava que fosse mais longo" porque a multiplicidade de localizações da acção torna o filme uma viagem por vezes demasiado rápida. "A nossa principal preocupação foi impelir a história o mais para a frente possível. Tem havido uma má tendência de fazer filmes mais longos para que sejam importantes e tentei evitar isso."

E depois há a questão religiosa. O filme está rodeado de polémica vinda de dois lados. Por um lado, a organização americana Catholic League, que apela ao boicote do filme que "denigre o cristianismo". Por outro, os fãs que ficaram assustados quando Weitz revelou, em 2004, que ia diluir algumas das questões religiosas em prol da subtileza (não se fala em igreja no filme, mas apenas do Magisterium, por exemplo). "A minha reacção aos protestos é de tristeza, porque vêm de pessoas que não viram o filme e que não se ligaram às ideias muito subtis e elaboradas dos livros. Não acho que "Mundos Paralelos" seja uma série de livros anti-cristãos. Acho que Pullman não gosta de dogmas e de religião usada para fins políticos, mas não acho que isso seja terrivelmente controverso." E os fãs, pergunta o Ipsílon? "Sei que (os elementos religiosos) não foram diluídos e que só foram comprometidos superficialmente". Diz compreender a posição dos leitores mais acérrimos, mas também que "há algumas pessoas que querem empurrar estes livros para uma guerra cultural".

Daniel Craig não perde a boa disposição quando se toca neste tópico. Considera que o livro levanta uma discussão saudável e não pensa que o filme seja "anti-religioso", mas sim que "levanta muitas questões sobre como se abusa da fé e como ela é usada como arma contra o livre arbítrio. Não é um filme anti-católico, é um filme anti-"establishment" e adoro histórias anti-"establishment". Acho que a igreja, seja ela qual for, precisa sempre de questões, de questionamento. E acho que a igreja católica tem umas costas suficientemente largas para lidar com isto. Hão-de estar a vender este livro no Vaticano no próximo ano", ri-se.

Portanto, e apesar de ter uma criança como protagonista, esta não é uma história meramente infantil. Mas as crianças às vezes fazem perguntas muito interessantes. O Ipsílon perguntou a Dakota Richards sobre a presença de Pullman no "set" e que tipo de dicas deu à nova Lyra. "Ele falava-me sobre algumas das cenas e eu fazia-lhe perguntas. E fiz-lhe uma pergunta sobre o livro à qual ele não soube responder. "Como é que os génios nascem?" Porque os bebés nascem mas de onde vem o seu génio? Ele disse que nunca teve de pensar nisso porque nunca escreveu sobre isso.

Joana Amaral Cardoso

Thursday, 6 December 2007

Peões em Jogo

Lideranças centradas na promoção pessoal. Juventude desapaixonada e sem rumo. Imprensa onde as notícias perdem para as audiências. A teoria do medo e o fantasma do 11 de Setembro. Uma imagem triste e assustadora da América, do que ela se tornou e do que isso pode implicar no mundo.

Título original: Lions for Lambs
De: Robert Redford
Com: Robert Redford, Meryl Streep, Tom Cruise
Género: Dra, Thr
Classificacao: M/16

EUA, 2007, Cores, 88 min.

O papel dos media, da política e da educação na América de hoje em análise num filme cujos protagonistas estão envolvidos de alguma forma no combate contra o terrorismo.
Um senador (Tom Cruise) está prestes a dar a uma jornalista (Meryl Streep) uma notícia explosiva sobre estratégias de guerra. Porém, ela terá de decidir se segue a história ou se cede a tornar-se num instrumento de propaganda política. Numa universidade, um professor de Ciência Política, Stephen Malley (Robert Redford), confronta um estudante, que dado o seu desinteresse pode nunca atingir o seu potencial.
Do outro lado do planeta, nas montanhas do Afeganistão, dois antigos alunos do professor Malley, longe dos debates políticos e dos discursos dos seus mentores, lutam pela sobrevivência. in Público

Crítica:
Há cerca de um ano, quando foi anunciado o relançamento da United Artists, algum jornalismo mais superficial achou por bem insinuar que o envolvimento de Tom Cruise como coordenador-geral da produção do estúdio seria uma boa anedota.

Surge, agora, Peões em Jogo, primeiro título da nova gestão (partilhada com Paula Wagner, há muitos anos associada a Cruise) e o mínimo que se pode dizer é que estamos perante um dos maiores acontecimentos cinematográficos de 2007 e também um dos mais fascinantes filmes políticos americanos desde JFK (1991), de Oliver Stone.

Dirigido e protagonizado por Robert Redford, Peões em Jogo é um tour de force organizado a partir de três cenários paralelos. Em Washington, um senador (Cruise) dá conta a uma jornalista (Meryl Streep) de uma nova estratégia militar no Afeganistão; numa universidade da Califórnia, um professor (Redford) tenta aconselhar um aluno (Andrew Garfield) a não desistir dos seus ideais políticos; enfim, no Afeganistão, estão envolvidos dois soldados (Michael Peña e Larry Bates) que foram alunos do mesmo professor.

Do cruzamento destas histórias nasce uma visão crítica da América contemporânea que, de forma fria e descarnada, lida com três temas fundamentais: a credibilidade do poder político, as ligações desse poder com os profissionais dos media e a desmobilização dos jovens em relação aos problemas do seu próprio país.

Contornando todos os maniqueísmos (nomeadamente "pró" ou "contra" a administração Bush), Peões em Jogo reaviva a mais nobre tradição liberal do cinema clássico americano. Trata-se de combater as aparências das coisas para discutir a relação de cada um com a verdade dos factos, ou melhor, o esforço de cada um para alcançar (ou bloquear) algum grau de verdade e transparência. É isso que o transforma num grande filme político. Ou seja: num exercício artístico e moral sobre as relações entre o indivíduo e os valores colectivos. É bom encontrar um filme assim, sem efeitos especiais para disfarçar o vazio das ideias. Aqui, como sempre, o melhor efeito especial é o próprio ser humano.

João Lopes

Sunday, 2 December 2007

Hitman

Estava à espera de melhor, a certa altura tudo me pareceu amador. Teria potencial se abordado de uma perspectiva mais realista e menos "gamer". Não me aborreci, mas não é filme que veja outra vez.

Título original: Hitman
De: Xavier Gens
Com: Timothy Olyphant, Robert Knepper, Olga Kurylenko
Género: Thr
Classificacao: M/16

EUA/FRA, 2007, Cores, 100 min.

Cabeça rapada, código de barras tatuado na nuca, fato preto, camisa branca e gravata vermelha: o Agente 47 é o mais misterioso e inabalável assassino profissional. Conhecido pela minúcia com que cumpre as suas missões, obedece sempre a um rígido protocolo: extrema discrição, vigilância e cuidado. A paciência e a determinação são as duas armas predilectas deste agente que trabalha para uma misteriosa organização conhecida apenas como Agência. Nada o consegue travar e a sua assinatura é uma total ausência de provas. Um verdadeiro fantasma, que desaparece no final de cada missão, o agente é obrigado a contrariar o seu próprio protocolo quando lhe atribuem uma missão que envolve um político russo. Perseguido pela Interpol, pelos serviços secretos russos e por agentes da sua própria organização, vai ter de contornar os obstáculos para cumprir o seu plano. Um filme de acção baseado no videojogo homónimo.
In PÚBLICO

Crítica:

Hitman narra a história de um orfão criado por uma sociedade religiosa secreta e transformado num assassino por contrato sem nome, apenas conhecido por agente 47. Quando este aceita assassinar em público ( algo que vai contra a sua maneira de agir ) um político russo, a sua vida torna-se num completo caos. Desta vez, ele é que é o alvo e é perseguido tanto pela interpol como pela polícia russa que o quer ver silenciado.

Mais uma vez, este é um daqueles filmes que divide a opinião do público- os que jogaram e são familiarizados com o jogo e os que desconhecem por completo a personagem e o jogo em si. Para esses que desconhecem a ligação, este é apenas mais um filme de acção com um agente de renome, muito semelhante a James Bond, Jason Bourne e Ethan Hunt. Mas não é... ou não devia ser. Porque, infelizmente, é o que este filme se torna. Esta adaptação recai outra vez na mesma fórmula de um famoso agente secreto. Hitman não devia ser isso. Devia, antes de mais, focar na personagem que é 47- alguém frio e práticamente sem emoções, algo que não acontece neste filme devido a esta personagem feminina que para mim nem sequer devia ter metido os pés nesta película. 47 é uma personagem fenomenal ( nos jogos ), alguém que criou vários fãs por todo o mundo. A sua insignificância perante os seus alvos é estonteante. Não existem remorsos, dúvidas e emoções. Tem que ser feito e à que ser pago por um trabalho bem executado. Se bem me lembro e posso estar enganado, pois já joguei o primeiro jogo há uns bons anos, mas penso que 47 é um clone e aqui é tratado como um orfão. Os outros agentes deviam ser igual a ele, mas aqui aparecem vários de diferentes raças. Não era bem aquilo que estava à espera, mas achei interessante.

Esta poderá ser uma das melhores adaptações de jogos em termos de grafismo ( Silent hill também foi uma agradável surpresa ). Existem momentos no filme, que parece que estamos a jogar o jogo. Aqui, os planos de filmagem são muito bem executados e luz em certos momentos está muito bem utilizada ( Ex: no início, quando o polícia chega a casa e 47, sentado na secretária, acende luz. Parece mesmo tirado do jogo. ). E em certas situações, parece que estamos a executar uma missão ( Ex: a cena do restaurante, muito bom mesmo. ). Xavier Gens faz aqui um bom trabalho, mas a história torna-se num cliché e o romance ( espécie ) acaba por arruinar o que eu acho que podia ser uma boa adaptação.

Outro dos aspectos com que eu fiquei desiludido, foi elenco. Completamente sem carisma, personagens de duas dimensões, nem Robert Knepper ( quem eu admiro bastante ) consegue transmitir algo ao espectador. Depois temos uma mulher, uma de tal Olga Kurylenko, que só vem estragar o filme e a personagem ao tentar embutir sentimentos a alguém que foi geneticamente criado para não ter sentimentos. E depois existe outra vez o cliché de um filme de acção em que uma mulher bonita aparece nua- completamente desnecessário a meu ver ( em termos cinemáticos, claro! ). Quanto ao resto do elenco, nem vale a pena falar ou expressar a minha opinião em relação a personagens que só servem para completar o argumento do filme.

Deixei para o final a minha análise de Timothy Olyphant, pois 47 é a razão pela qual o filme foi feito. Quando Die hard 4.0 estreou, tive uma desagradável surpresa em relação a Olyphant, mas mesmo assim sempre apoiei a escolha dele como 47. Mas agora ao ver o filme, penso que não tenha sido a melhor escolha. Não pela sua actuação, que até esteve bem, mas as suas expressões. Deviam ter escolhido alguém mais frio e menos expressão facial, pois quando olho para Olyphant vejo alguém bom e por vezes cómico. E 47 não é assim, mas provávelmente seria dificil arranjar alguém. Se arranjássem alguém sem um background muito conhecido, podia resultar. Os fãs de Hitman de certeza que iam ver o filme, mas os estúdios querem sempre alguém de renome para suportar um filme ou quem sabe uma franchise.

In Moving Pictures

Saturday, 1 December 2007

Terra Mar

Estrada Nacional 247
2640-027 Ribamar, Ericeira
Tel. 261 865 924


Mais uma das muitas "marisqueiras" da zona. Os pratos ricos de peixe, sopa, arrozes, cataplanas são muito bons, tirando isto pouco acrescenta à restante oferta da região.

Comida

Pratos ricos de peixe e marisco.

Preço

8 a 14 Euros

Ambiente

Algumas mesas têm uma bela vista.

Serviço

Atencioso


Situado em Ribamar-Ericeira, a 10 m da Praia de São Lourenço, num local priveligiado pela natureza, o Restaurante Terra Mar é ponto de paragem obrigatória para todos os apreciadores de marisco.
Com viveiros próprios o Restaurante Terra Mar, garante qualidade e frescura em todas as especialidades servidas.
Galardoado em 2005 com o prémio Qualidade & Serviço, atribuido pela Associação Empresarial da Cascais, Sintra, Mafra e Oeiras, o Restaurante Terra Mar é o espaço ideal para disfrutar calmamente a sua refeição com uma excelente vista sobre o mar.


Localização:



Nosso menu:

  • Tostas com creme sapateira
  • Pão quente com manteiga
  • Sopa rica do mar
  • Arroz de tamboril
  • Vinho verde Gazela