Friday 19 September 2008

Verona

Verona é uma das maiores capitais de província do Veneto, no Norte de Itália. Verona atrai anualmente centenas de milhares de visitantes devido às suas belezas artísticas, feiras anuais, espectáculos e óperas, de que é exemplo a época lírica na Arena, o antigo anfiteatro romano. Verona deve a sua importância histórica e económica à sua localização geográfica. A cidade irradiou de uma curva apertada do rio Adige perto do lago de Garda. Devido a esta localização a cidade era propensa a inundações até que obras de engenharia domaram o fluxo do rio reduzindo drasticamente o perigo de cheia. A geografia local é composta de planícies e pequenas áreas montanhosas. Os monumentos mais conhecidos em Verona são a Arena e a varanda da Julieta.

História

(550 BC) Veronia, povoado da tribo Euganei é conquistado pelos Cenomani tribo celta que habitava o vale do Pó.

(89 BC) Torna-se colónia romana, após conquista do vale do Pó.

(489 AD) Conquistada pelos Godos. Theodoric rei dos Godos constrói aqui o seu palácio.

(569 AD) Torna-se parte do reino dos Lombardos, sendo mesmo a segunda cidade do reino.

(774 AD) com a dissolução do reino da Lombardia por Carlos Magno, a dinastia do conde Milo assume o controle hereditário da cidade.

(1100 AD) Torna-se uma comuna liderada pelas famílias burguesas que adquiriam cada vez mais poder. Inicia-se uma época de disputas fratricidas em que o poder era adquirido e mantido por recurso a estratégias de uma violência brutal, de que é exemplo a execução de 11000 Paduenses no campo de Verona em 1257 por Elesio IV. A particular violência governativa granjeou cognomes como Cangrande (Cão grande) e Mastino (Mastim) aos governantes locais.

(1262 AD) Mastino della Scala converte de novo o governo para uma possessão familiar deixando no entanto algum poder às demais famílias burguesas, instaurando uma época de estabilidade governativa se bem que musculada. Digno de nota o reinado de Cangrande I (1308), reconhecido patrono das artes acolheu Dante, Petraca e Giotto na sua corte. As guerras regionais e fratricídios continuaram até 1387 quando o conde de Milão se apoderou da cidade terminando o reinado da família Scaligeri.

(1405 AD) Verona toma parte no império Veneziano após expulsão das forças de Milão

(1797 AD) Napoleão conquista a cidade mas é expulso posteriormente sendo integrada no reino Austriaco.

(1805 AD) Integra o reino italiano de Napoleão.

(1814 AD) Napoleão é derrotado, controle assumido pela Austria.

(1866 AD) Após a guerra das seis semanas, Verona, é integrada na Itália.

1938 AD) Com o advento do fascismo uma nova página negra é incluída na história da cidade. Leis e propaganda anti-semita deportaram muitos habitantes judeus para campos de concentração italianos e alemães.

(1943 AD) Verona integra a Republica de Salò.

(1945 AD) Tropas aliadas libertam a cidade durante a segunda guerra mundial.


Atracções principais

Devido ao valor e importância histórica e artistica de muitos edificios, Verona foi incluída na lista Património Mundial da UNESCO.

Arena (sec I BC)– Verona é famosa pelo seu anfiteatro romano datado de cerca 30AD, que é o terceiro em tamanho em Itália, após o Colosseum em Roma e a arena de Capua. Mede 139 metros comprimento por 110 metros de largura e podia sentar 25000 espectadores. O interior é impressionante e virtualmente intacto, continuando a uso ainda hoje para eventos públicos, feiras, peças de teatro e opera ao ar livre durante as temperadas noites de verão.


Teatro Romano (sec I BC)– Este teatro construído no século 1 BC, entrou em desuso e serviu de habitação. No século XVIII um rico homem de negócios comprou a propriedade, demoliu toda a construção posterior e assim salvou o monumento.

Ponte di Petra (sec I BC)– Ponte original sobre o Adige chega aos nossos dias quase incólume, actualmente só permite tráfego de peões.


Porta Leoni (sec I BC)– datada de 1 BC esta ruína de uma das portas das cidade sobrevive como parede de um edifício medieval. A rua em si é um museu ao ar livre onde se podem ver vestígios das torres de defesa e da calçada romana, alguns metros abaixo do nível actual da rua. Neste ponto carros e pessoas eram inspeccionados antes de deixarem ou entrarem na cidade.

Porta Borsari (sec III)– Fachada de uma das portas das muralhas da cidade. Contém uma inscrição datada de 245AD intitulando a cidade de Colonia Verona Augusta. O seu nome advém do acto de pagar a taxa (Borsare) devida para a atravessar.


Basilica of San Zeno Maggiore (sec XII)- considerada uma obra prima da arquitectura românica. A actual construção é a terceira na mesma localização, construída entre 1123-1135, sobre o santuário do séc IV em homenagem ao santo patrono da cidade, St. Zeno (morto a 380AD). Digno de nota, toda a fachada, torre do sino com 74m de altura, a enorme rosácea decorada com a roda da fortuna, baixos relevos com cenas bíblicas, frescos do sec XII e XIV, tecto da nave exemplo magnifico da técnica da quilha de navio. As portas interiores de bronze, contêm 48 primitivos mas impressionantes painéis relatando a vida do santo. O significado de muitas cenas é agora desconhecido mas transmitem uma imagem poderosa e barbara impressionante de influências saxónicas. A cripta contém o túmulo de St Zeno, 1º bispo de Verona.



Ponte Scaligero (sec XIV)– Com um comprimento de 48.70 m, esta ponte continha à data de construção de 1356 o maior arco de ponte do mundo. Esta é uma ponte fortificada construída por Cangrande II com o intuito de fornecer um modo de fuga seguro do castelo ao qual está ligada.


Castelvecchio (sec XIV)- O legado militar mais importante da dinastia Scaliger que governou a cidade na idade media. Compacto, com pouca decoração e construído de tijolo vermelho é um bom exemplo de arquitectura militar gótica. Contém sete torres e um fosso outrora cheio com água do rio nas margens do qual está construído. Actualmente é sede do museu Casthelvecchio que contém uma importante colecção de arte medieval.

Santa Maria Antica (secXVII) – igreja românica da paroquia da família Scaligeri, famosa pelos seus túmulos góticos. A igreja original do séc. VII era de tal modo pequena que os túmulos tiveram que ficar do lado de fora. Pormenor interessante, um dos túmulos serve de pórtico à entrada da igreja, no topo uma estátua equestre de Cangrande I, espada desembainhada, sorriso tresloucado e o abominável capacete com uma cabeça de cão. De uma riqueza e detalhe impressionante este conjunto arquitectónico não tem paralelo em toda a Europa.



O Duomo (sec XII) – Outra igreja românica. Foi construída sobre duas igrejas Paleo-Cristãs destruídas por um terramoto em 1177. O aspecto actual resulta de renovações no sec XV.



Piazza delle Erbe – praça da zona central da cidade antiga foi em tempos o forum do povoado romano. Foi reconstruída por Cangrande I utilizando mármore das villas romanas próximas. No topo da praça uma coluna com um leão alado é testemunha dos tempos em que a cidade fez parte do império Veneziano. Através de um arco lateral acede-se à Piazza dei Signori onde podemos ver uma estátua a Dante no centro da praça. Sobranceira à praça a Torre Lambreti permite uma vista panorâmica a todos os que a queiram subir.



Romeu e Julieta - Verona é o palco da tragédia Romeu e Julieta, de William Shakespeare, é a primeira tragédia do autor sobre dois adolescentes completamente apaixonados, cuja "morte inoportuna" acaba unindo a família dos dois, que antes eram rivais. Embora a versão original fosse passada em Siena foi Verona que ficou para a história. No centro da cidade existe uma vila (Villa Capuleti) onde, pelo que conta a história, Julieta morava. Num pátio interior uma varanda identificada como a famosa varanda da Julieta, palco de uma das mais famosas cenas da peça, tornou-se uma enorme atracção turística para apaixonados de todo o mundo, sendo a cidade intitulada de cidade dos namorados; o túnel de acesso encontra-se coberto de graffitis, mensagens e penhores de amor de todo o feitio e uma estatua de bronze de Julieta tem um dos peitos bem polidos por aqueles que a tocam em busca de sorte (Atenção aos não solteiros, reza a tradição de que quem a toca casa-se no espaço de um ano, o que pode não ser do agrado do actual esposo(a)).
É seguramente uma das maiores obras da dramaturgia mundial. Há centenas de adaptações teatrais e cinematográficas da obra(entre os mais populares são os dirigidos por Zeffirelli e Luhrmann). Inúmeras são também as inspirações musicais sobre este drama (sem reminiscência e balé de Tchaikovsky e Prokofiev e o famoso musical West Side Story).
A vida dos dois protagonistas foi assunto de destaque na época e durou séculos. Ainda hoje, o romance dramático de Romeu e Julieta possui um valor completamente simbólico, como se divergisse o tipo do amor perfeito, aquele que suporta os preconceitos e os atritos. O drama shakespeariano nasceu clássico e aqueles que entram em contacto com este clássico, logo compreendem uma directa amorosa do sentimento amoroso tão admirável e poético.

Two households, both alike in dignity
(In fair Verona, where we lay our scene)


There is no world without Verona walls,
But purgatory, torture, hell itself.
Hence-banished is banish'd from the world,
And world's exile is death.




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