Saturday, 28 February 2009

Kaffeehaus

Rua Anchieta 3
1200-023 - Lisboa

Tel. 210956828
Encerra Segundas

Cozinha Austríaca

Gosto deste género de ambientes onde as revistas e os jornais cruzam-se com as refeições em mesas junto a grandes janelas. O panado é muito bom, para mim falta o molho de frutos do bosque, a Sachetort também. No fim a conta é pesada demais.

Comida

Bom schnitzel

Preço

€€

22 Euros

Ambiente

Café, Bar, Restaurante Hang-out.

Serviço

Polido e eficiente

Dois amigos austríacos fundaram o Kaffeehaus, um café vienense, localizado no Chiado, junto ao Teatro São Carlos. A decoração é moderna, descontraída, e com mobiliário tradicional do Bairro Alto elaborado em oficinas de rua e por estofadores locais. A marca deste espaço é um enorme quadro com posters de óperas, filmes e peças de teatro austríacas. O Kaffeehaus serve refeições típicas como escalope de porco panado com salada de batata e guisado de vaca. E como se trata de um genuíno vienense, não poderia faltar o sachertorte ( bolo com duas camadas de massa de chocolate e uma cobertura de chocolate preto), o strudel de maçã e o café com chantilly. A cultura faz parte da ementa, não faltando revistas e jornais à disposição para folhear.
Petiscos: brettjause (três presuntos e dois queijos austríacos); pratinho com queijos, picles e pimentos. Carnes: escalope de porco panado, guisado de vaca. Sobremesas: sachertorte (bolo de chocolate), apfelstrudel (strudel de maçã).

Localização:

Nosso menu:

  • Brettjause
  • Escalope de porco panado
  • Sachertorte
  • Paulaner Weissbier

Crítica:
Escrevi, não me lembro bem onde, que a cozinha ao Norte ganha arestas. Cantos. Vértices. É isso que se sente ao comer o goulash do Kaffeehaus, um café vienense no Chiado. Guisadinho, sem arrozinho. Com um pãozinho, apenas. Reconfortante, com personalidade.
No Kaffeehaus, há arestas, e só dentro de arestas pode haver conforto. Na sala. Nas janelas (rasgadas de alto a baixo). Tudo o que falta para quebrar o perpetuum mobile do quentinho cheio de correntes de ar da portugalidade. São de vidro as paredes que separam o Kaffeehaus do Governo Civil. É ir bebendo uma das cervejas austríacas e reconhecer o Chile que há em nós, naquela parada ininterrupta de forças da ordem. Serão de vidro à prova de bala as fronteiras que põem a Áustria lá tão longe (às vezes tão-longe-tão-perto que os nosso haiderzinhos também preferem formas menos convencionais de familiarizarem)?

Bom pão e uma tábua de queijos, pickles e nozes, tudo muito agradável, excepto um dos queijos, muito frio – e queijo frio é como aquele pingo no pescoço que se desprende do toldo à entrada na loja quente, que ia ser um abrigo mas já não é enquanto o pingo que bateu na espinha não secar.

No Governo Civil, pára um africano vestido com vestes de lá. Pergunta qualquer coisa aos polícias que estão na porta. Respondem-lhe. Ele avança. Riem do traje. Com a mesma bonomia que vão comer presunto a saber a xixi, agora no Natal, quando forem lá acima à terra, o melhor presuntinho do mundo, porque é o da terra e o presunto da minha aldeia é sempre maior do que o mundo. Com a mesma bonomia que olham e comentam as passantes (e que passantes). É esta falta de arestas que nos dá sempre um pib abaixo dos outros.

As arestas são boas no panado (schnitzel) com salada de batata (morna). Enxuto, o panado; sem rodeios a salada de batata. Às vezes apetece um panado. E panados, raramente há – ou há no pão ou são pratos do dia. Aqui há sempre, ao estilo vienense.

Chega ao Governo Civil uma delegação. Perfilam na porta meia dúzia de cargos. Sorriem. Chegam de motorista em renaults. São os interstícios do Estado, funções sem rosto, rostos sem funções. Sorriem. Mais polícias, à civil, talvez por ser o governo civil. Tudo ri.

Daquele aquário de (outra?) civilização, parecem longe, daquela esquina com arestas, as figuras da Rua Garrett que conseguiram fugir de uma tela da Paula Rego mesmo a tempo de nos pintar o Natal.

É, por tudo isto, fácil deslumbrarmo-nos com o Kaffeehaus. Nas mesas, vive uma fauna também deslumbrada, que, mesmo sem perceber, andava faminta de um local com jornais. Arranjadinho. Sem saber às tangas, farsas e embustes com que reconstruíram o Chiado e que um incêndio de costumes tarda em levar. Por isso, aquilo enche e enche e enche. Mas merece.

por Contra-prova


Este 3-em-1 (café, bar, restaurante - conforme a hora e o estado de espírito de quem o visita) localizado no Chiado, junto ao Teatro São Carlos (mesmo em frente ao New Wok), já andava debaixo de olho a algum tempo.


E, estranhamente, foi num dia de nevoeiro smartiano, e em que o objectivo do serão era chegar a um auditório perdido em Benfica, a tempo de ouvir (de forma condensada) a história bíblica, que decidimos experimentar este café situado no Chiado.

Segundo reza a história, o Kaffeehaus foi fundado por dois amigos austríacos, que apaixonados pela bela cidade de Lisboa, decidiram mudar-se para cá de malas e bagagens e abrir um café de inspiração vienense. A marca deste espaço é um enorme quadro com posters de óperas, filmes e peças de teatro austríacas.

A decoração é descontraída, acolhedora e confortável, fazendo com seja fácil prolongar a estadia por várias horas, na amena cavaqueira ou (como reparei em mesas próximas) a ler um jornal, livro ou a teclar no pc. A cultura faz parte da ementa, não faltando revistas e jornais à disposição para folhear.

A ementa do Kaffeehaus é variada indo da tosta (provei a tosta de queijo e posso dizer que nada tem de simples tosta de queijo ;-) até refeições típicas vienenses como escalope de porco panado com salada de batata e guisado de vaca. Para saberem a ementa, tomem atenção a uma grande ardósia sobre o balcão onde figuram a giz as especialidades ou ofertas do dia.

E como se trata de um genuíno vienense, não poderia faltar o sachertorte (bolo de chocolate vienense) ou o apfelstrudel (a célebre tarte de maçã). Provei ambos e gostei de ambos.


Um facto curioso.... O café vem numa travessa acompanhado com um copo de água.

Só houve duas coisas menos atraentes: o chocolate quente e o preço. Sim, se pedirem chocolate quente vem uma barra de chocolate, um copo com leite, uma colher e um batedor de claras. Sou mais fã de chocolate quente espesso e quentinho e não de algo semelhante a Suchard express. O preço é discutível, achei que tendo em vista o local e a oferta não estava mal mas não deixa de ser um pouco elevado.

Nevertheless, excelente ponto de paragem para quem deambula pela zona do Chiado e arredores, sendo um local propício para almoços, lanches e jantares (a comida que circulou à nossa volta tinha muito bom aspecto).


Aconselho vivamente.

por 12:30
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