Friday 20 February 2009

Pousada São Francisco

Largo Dom Nuno Álvares Pereira Apartado 63
7800-018 - Beja

Tel. 284313580
Fax. 284329143
Em. recepcao.sfrancisco@pousadas.pt
Pousada histórica

Pousada Portugal

Classificação

Preço

€€€

90 a 200 €

Nº Quartos

34

CaracteristicasAr condicionado, TvCabo, Mini-Bar, Wi-fi, Roupões, Edificio histórico, Piscina, Salas lazer, Restaurante, Bar, Estacionamento
Extras

Num antigo Convento Franciscano do século XIII, em pleno centro histórico da cidade de Beja, capital do Baixo Alentejo, nasceu a imponente Pousada de São Francisco, integrando o misticismo que envolve um Convento e as necessidades de conforto e bem-estar dos nossos dias.

A Pousada de S. Francisco ocupa as instalações do antigo Convento de S. Francisco em Beja. Os primeiros registo deste Convento datam de 10 de Novembro do Ano 1268, data que assinala o aparecimento da Comunidade de S. Francisco em Beja sob iniciativa do alcaide-mor Lopo Esteves e dos Vereadores Diogo Fernandes e Vasco Martins.

Este convento teve desde as suas remotas origens uma atenção e carinho especial pelos regentes do reino, sendo de referir que em 1279, aquando da morte de D. Afonso II, o convento recebeu um legado de 50 libras.

Em 1304 numa das caçadas do nosso rei Lavrador, D. Dinis, tendo tido uma luta feroz com um urso, o qual deixou-o entre a vida e a morte fez uma prece a S. Luís - Bispo de Tolosa, que se o ajudasse a desenvencilhar-se do urso mandaria construir uma capela no convento de S. Francisco dedicando-lhe a mesma em acção de graça pela intervenção milagrosa deste santo, que o invocou dando-lhe a força necessária para matar o urso que contra ele investia.

No século XVI, João Freire de Andrade, neto do Mestre de Avis, D. Nuno Freire, institui na capela o seu panteão familiar, e em meados do século, o vão de acesso à abside da igreja é transformado em edícula de feição clássica, no qual é inserido um túmulo em mármore com o brasão dos Freires e Câmaras. Ainda neste século realizaram-se várias reconstruções entre as quais as do Refeitório e dos claustros.

Durante a regência filipina, no século XVII, o convento recebeu vários benefícios régios, especialmente durante o reinado de D. Filipe III de Portugal. Após a restauração, nos reinados de D. Pedro II e de D. João V realizou-se a remodelação geral do convento tendo-se construído novos dormitórios.
A arquitectura é religiosa, gótica. A capela tumular possui uma planta exteriormente rectangular, com abside poligonal, formada por pequena nave de cabeceira de 2 tramos, a 1ª com abobada de berço, a 2ª com abóbada de cruzaria de ogivas com fechos decorados, meias colunas com capiteis fitomórficos recebendo a descarga das nervuras; grande janela em arco quebrado, bipartida e mainelada, rasgada no pano central da abside, enquadrada por arquivoltas com capiteis; arcossólios em arco quebrado vazado no paramento dos alçados laterais. Nos blocos de cantaria aparelhada encontram-se siglas iguais às da torre de menagem do castelo.

A Pousada de Beja, São Francisco, é um autêntico hotel histórico de luxo, com um excelente serviço e toda a riqueza da gastronomia regional, tudo isto proporciona o descanso tão necessário do corpo e o sossego da alma. Um verdadeiro oásis em plena planície Alentejana.

Localização:

Edificio fabuloso, boa utilização, já necessita de umas obras. Quarto muito bom. Bom jantar

+

O edificio, Jardins, Quarto

-

Necessita alguma manutenção

Crítica:
No plátano em frente à Pousada de São Francisco, os pássaros aglomeram-se às dezenas. É impossível saber de que espécies se tratam pois escondem-se tão timidamente que só as melodias estranhas que entoam os denunciam. A tarde já vai alta, mas o presságio de sermos invadidos pela paz e tranquilidade deste antigo convento do século XIII desfaz qualquer contratempo ocorrido durante a viagem. E à espera de quem estas terras procura, está a tradição alentejana de receber. E bem!


Memórias tranquilas

Depois de devidamente alojados, é altura de percorrer este velho convento franciscano. O som dos passos na tijoleira recém encerada denuncia quem chega. Os sentidos não mentem. O Sol entra pelo claustro, o ponto de partida para todas as áreas do antigo convento, e estende-se pelo corredor, mobilado por sofás de tamanho invulgar que convidam a ficar, nem que seja por alguns minutos, enquanto se observa o voo recortado de uma pomba. Adivinham-se dias de descanso… Ao som do canto gregoriano, continua-se a descobrir os cantos à casa e é inevitável uma viagem ao passado e imaginar como viviam aqui os religiosos. Na antiga capela, por agora transformada em galeria, uma exposição de pintura e cultura espanhola embeleza as paredes frias do templo. Ao lado, a Sala do Capítulo é, talvez, a área mais bonita da pousada, se é que não é tímida a classificação. Frescos recuperados, mas infelizmente não na totalidade, dão um brilho especial ao local.


Actividade sem excesso

O piso superior, onde originariamente se situavam as celas dos monges, foi readaptado e agora é ocupado pelos quartos. Na parte inferior ficam as áreas sociais. Acima de tudo, tentou fazer-se coincidir os actuais espaços com as funções primitivas do convento. A reconstrução prolongou-se por sete anos, em que se foram acrescentando espaços de lazer como a piscina ou o jardim, antigo quintal. É para lá que se dirigem os turistas nórdicos, ávidos de um pouco de sol que aqui parece chegar para todos. Este é o espaço indicado para se ler um livro, acompanhado de uma bebida. Ou então escolher um parceiro e partir para a aventura de poder jogar uma partida de xadrez em tamanho gigante. O campo de ténis é outro dos espaços a descobrir, se estiver com energia para isso, claro.


Aqui esquece-se o tempo passar. Com o cair da noite, acendem-se as luzes e a beleza é outra… a existir a companhia certa, o ideal seria um passeio pelo jardim, para sentir os aromas das várias plantas, mas as horas de jantar aproximam-se. Como aqui a tradição não está só nas paredes do convento, mas também nos pratos regionais confeccionados com todo o requinte, torna-se difícil a escolha. Não fosse cair em heresia, que venha o diabo e escolha qual destes pecados é o mais leve… se a tentação de um ensopado de borrego, se a típica carne de porco à alentejana ou o bacalhau conventual, que do cação de coentrada a abrir a refeição poucos se livram. E os que se livram fazem mal.

Há ainda o bar com porta aberta para o jardim. Aqui junta-se quem veio para ficar alguns dias e quem passa apenas para beber uns copos. Mesas de jogos de cartas com toalhas decoradas com os quatro naipes convidam a ficar mais tempo que o previsto. Numa sala oposta, uma mesa de bilhar está à espera que se sirvam dela. Com bons modos… Na antiga igreja organizam-se, por vezes, noites especiais, como concertos. Pode ser que tenha a sorte de visitar a pousada num dia desses. Para breve, fica a promessa da Adega dos Sabores com provas gastronómicas e de vinhos. Que seja bem vinda.


Já embora?

No dia seguinte, pela manhã, o Sol confirma a chegada do dia. Há quem acredite que ele é mais bonito no Alentejo… mas o que verdadeiramente faz sair dos lençóis impecavelmente engomados é a ideia de poder tomar um pequeno-almoço nas calmas, aqui servido até às 11 da manhã. Por isso o acordar é mais lento, sem pressas… Na sala, os mesmos nórdicos do dia anterior tomam o pequeno-almoço de óculos escuros. Bendito seja o sol de Portugal. A mesa impõe respeito. Comprida e recheada de coisas boas não aconselhadas a quem pensou continuar com a dieta nestes dias. O melhor é provar de tudo, porque a noite com certeza que foi longa e as energias já se perderam.

Por fim, fica-se com a vontade de agradecer a quem contribuiu para a valorização do património histórico. Há que dizer adeus à pousada e a Beja e ver, à medida que se distancia, o que vêem as aves do alto do seu voo: uma mancha imaculadamente branca.

por Lifecooler
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