Friday, 7 May 2010

A Comidinha

Urbanização Torraltinha Lote 5, Loja B
8600. - Lagos
Tel. 282782857
Encerra às Segundas, Não efectua marcações

Tradicional

Local simples de ambiente e atendimento. Boa escolha de vinhos mas sem preços indicados. Na memória levo o sabor do Pargo na caçarola com gengibre fresco que estava uma verdadeira delicia. Vale exclusivamente pela comida, mas não é isso que ansiamos num restaurante?

Comida

O ex-libris da casa

Preço

€€

até 25 €

Ambiente

Simples

Serviço

Qb

No restaurante Comidinha encontram-se iguarias prontas a satisfazer os mais exigentes comensais. Trata-se de um espaço acolhedor e de atendimento simpático.
Entradas: Percebes; Amêijoas à Bulhão Pato; Saladas frias de polvo ou de lulas ovadas, Carapaus alimados, Maionese de raia.
Peixes: Canja de peixe galo; Massas de peixe; Feijoadas de búzios e de polvo; Moqueca de cherne e de tamboril. Carne: Ensopado de borrego; Grão com rabo de boi; Bife;Moamba de galinha.Sobremesas: Tartes de Alfarroba e de figo.

Localização:

Nosso menu:

  • Garoupa na caçarola
  • Quinta do Crasto 2007

Crítica:
Pedro Glória Domingues, o nome do proprietário desta casa de referência numa inesperada zona residencial de Lagos tem, como a maior parte dos (chamemos-lhe assim) empresários da restauração, um percurso em áreas completamente diversas. Mais um exemplo a confirmar a regra, se é que ela existe.


Breve história

Assim, é na área informática de uma grande empresa que percorre largos anos da sua vida activa. Até se poder dedicar ao que gosta, e muito, e à sua maneira peculiar. Abre então portas em Lagos, num local, no mínimo, curioso, de nome Praça do Poder Local, morada insuspeita para a surpresa gastronómica que vai revelar.

E já lá vão doze anos de frequentada existência, desde Novembro de 1994. Restaurante de características discretas, fora dos circuitos turísticos, muito mais fundamentado na procura renovada de apreciadores, residentes e de outras origens, soube marcar uma posição de respeito no parco panorama gastronómico algarvio.

Nomeadamente na área da cozinha tradicional, que embora na última década se tenha tornado uma espécie de moda, a maior parte das vezes foi, e é, tratada de forma pouco edificante.

O que não foi nem é o caso da Comidinha. Pedro Glória, como é conhecido pelos mais próximos, dedica-se integralmente àquilo que faz e com gosto, acrescente-se.

Passada a informação das qualidades da sua cozinha pelos seus descobridores/frequentadores, passou a ser complicado arranjar um lugar nesta casa de pequena dimensão, que apenas funcionava mediante reservas. O que, constatado pelo dono da casa, acabou por ser um problema.


Infelizmente confirma-se a falta de pontualidade do cliente nacional, que não revela a mínima preocupação pela confusão, e prejuízo, já agora, que pode trazer a um restaurante. Pois agora a reserva é situação que já não existe. Chega-se e logo se vê.

Sucesso de raízes tradicionais

Qual é então o segredo de mais de uma década de qualidade assegurada à mesa em Lagos? Podemos começar pelas compras. Os produtos, sejam do mar ou do campo têm fornecedor de qualidade garantida.

Os percebes só aparecem quando a oferta merece, as amêijoas - do Vale da Lama, ponto de referência desta especialidade algarvia, próximo de Palmares, ali à Meia Praia - são dois bons exemplos. Os primeiros a saber ao Atlântico “nature”, as outras, com a mesma força, se também ao natural, ou com os aromas medidos, do tratamento à Bulhão Pato, com o azeite alho e coentros da praxe. O mesmo se diga dos peixes e das carnes. A exigência como padrão dá os seus resultados.

É então na raiz do litoral e barrocal algarvio que se descobre a chave do segredo da Comidinha. Pelos seus pratos tradicionais nos ficamos, e bem. A fazer face ao calor excessivo da época, as saladas, frias, de polvo ou de lulas ovadas, uma raridade. Os carapaus alimados, como deve ser, a maionese de raia.


A mesma raia, de alhada, é prova recomendada, assim como a canja de peixe galo, uma surpresa saborosa ou a raia, agora em caldo com legumes, acompanhada para quem saiba pedir, de um delicioso xarém preparado com a calda da cozedura do peixe.

As massas de peixe e as feijoadas de búzios e de polvo, são uma marca adquirida da casa. Dessas e com os sabores no sítio, merecem-no bem. Um ensopado de borrego e o grão com rabo de boi, fazem o destaque das carnes. Sem esquecer o bife, frito em azeite com alho, servido no seu molho com batatas fritas às rodelas.

Incursão Africana

Para além dos registos tradicionais referidos, há outra componente de relevo nesta cozinha. E a origem é africana. Mas apenas pelo interesse nas artes da cozinha destas terras, que levaram à procura da execução correcta de algumas das suas receitas, servidas quando há disponibilidade dos ingredientes necessários à sua correcta execução. Moqueca de cherne e de tamboril, moamba de galinha são os preferidos.


Doces da terra

Na secção açucarada marcam presença os produtos da terra, tratados em tartes, como a alfarroba e o figo. Para o fim ficou um dos trunfos, e grande, da Comidinha, a garrafeira. Escolhida com critério, do menos caro à raridade, há de tudo. São mais de 600 as hipóteses entre brancos, tintos, espumantes e variedades de champanne com copos adequados. Mais não será preciso acrescentar para marcar na agenda uma visita à Comidinha.

por Lifecooler
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