2870-108 - Montijo
Tel. 21 231 75 11
Encerra às 3ªfeiras, Reserva aconselhável
Tradicional
Para mim um dos melhores restaurantes do país. Infelizmente, neste mundo, tudo tem um preço e no Nobre pode ser elevado, se bem que a qualidade e satisfação acompanham. Na nossa visita foi dia de buffet de bacalhau, fiquei pelo à pescador, uma espécia de caldeirada com postas que estava uma delícia. Já há muito tempo que não comia um Pudin Abade Priscos e este foi divinal.
Comida | Do presunto ao Bacalhau ... Excelente | |
Preço | €€€ | 30 Euros |
Ambiente | Só falta uma vista | |
Serviço | Do patrão ao empregado, simpatia e qualidade |
Trata-se um restaurante moderno, luminoso . Tem as paredes forradas de madeira clara e os tons de verde azeitona povoam aleatoriamente a sala, dando-lhe um ar elegante. A cozinha eleita é a regional portuguesa.
Saúda-se o regresso do casal Justa e José Nobre. Desta vez no Montijo, num espaço amplo e luminoso, junto à Praça de Touros. Como era de esperar encontra-se um serviço profissional e afável comandado por José Nobre. Na cozinha, Dona Justa continua a chefiar uma equipa que prima pelos paladares portugueses e por um empratamento que agrada ao olhar. As escolhas são muitas. E enquanto o comensal não se decide as diversificadas entradinhas vão aguçando o apetite. Quanto aos pratos mais substanciais há diariamente dois fixos que se mostram na entrada da sala e uma vasta lista de onde se destacam o lombo de robalo à Justa, cataplana de cherne com marisco, folhado de caça brava, perninha de cabrito assada no forno à transmontana e o carré de borrego com redução de vinho do Porto. Nos doces há uma dúzia de tentações.
Localização:
Nosso menu:
Presunto pata negra Bacalhau à Pescador Pudin Abade de Priscos Monte Velho 2006
No passado dia 24 de Novembro fez dois anos que Justa e José Nobre abriram O Nobre, no Montijo. Tiveram que atravessar o Tejo, eles, que tinham feito nome em Lisboa, no 33, no Constituinte, n''O Nobre da Ajuda, com passagem pelo Iate Ben, em Carcavelos, e ainda n''O Nobre da Marina da Expo 98, começando aqui um período de dificuldades ao tentarem dar um passo maior do que a perna.Outros links:
Fecharam o restaurante da Ajuda, talvez o mais famoso restaurante lisboeta dos anos 90, e multiplicaram-se nas Torres de Lisboa, Centro Comercial Vasco da Gama, Doca do Espanhol e Marina de Cascais. Saíram-se mal nesta tentativa, penso que única em Portugal, de expandir, no sector da restauração, o que se tinha tornado uma marca de prestígio: O Nobre. Ainda fizeram uma tentativa de reabertura do restaurante da Ajuda, mas falharam.
O casal, que sabe fazer boa cara ao mau tempo e não tem medo do trabalho, ainda esteve no restaurante de um barco que fazia viagens no Tejo e no Real Caffé, na Rua da Escola Politécnica. Por pouco tempo, porém. Depois de uns meses de hesitações e dúvidas, decidiram-se a aceitar a oferta de instalações, amplas e cheias de luz e com uma cozinha à vista, e instalaram O Nobre no Montijo. Tudo indica que para ficar.
Resultou sem mácula este reencontro com O Nobre montijense, que recupera o melhor das casas por onde Justa e José passaram, incluindo a presença na cozinha de Ana, irmã de Justa, dueto que esteve separado durante algum tempo. Juntas, dão à cozinha do restaurante, muito bem posto, de mesas amplas e bem ataviadas, uma consistência de paladar e de apuro sápido que os clientes mais fiéis guardam na memória. Depois, deixa-nos bem dispostos, à entrada, como sucedia na Ajuda, a banca repleta dos melhores peixes do mar, incluindo os populares jaquinzinhos ou a muitas vezes rejeitada chaputa que, na ementa do jantar de sexta-feira, 9 de Novembro, era oferecida "frita com açorda de tomate" (11,80 euros).
A ementa d''O Nobre abre com uma rubrica de "petiscos" (oito frios e 12 quentes), seis "entradas", uma quantidade variável de peixes "do mar para cozer, grelhar, escalar ou ao sal", 12 "especialidades", 12 propostas de "mariscos", seis "peixes", três "pastas", ou seja, massas, oito pratos de "carne", e um painel de sobremesas que, entre queijos, doces, gelados e frutas, alcança o expressivo número de 30 itens. Elenco a que se tem que juntar as recomendações do dia de Justa e que são, pelo menos, uma sopa, uma entrada, quatro pratos de peixe e outros tantos de carne, mais uns dois que a ementa não regista e que são transmitidos à mesa por José Nobre.
No almoço do dia 9 de Setembro, revisitaram-se dois clássicos da casa, a deliciosa e delicada sopa de santola (6,80 euros), que continua a ser servida na carapaça da caranguejola assente sobre sal grosso, e a espectacular, pela apresentação, com a sua calota de massa folhada, que esconde o caldo quentíssimo, sopa de crustáceos (8,80 euros). A sopa de santola, sem a presença discreta do marisco desfiado, seria um "bisque"; assim, é um caldo com mais substância. Quanto à sopa de crustáceos, com as suas natas e alho francês, mais os pedacinhos de mariscos, ao romper-se a massa folhada, invadem-nos os aromas que nos fazem salivar na antecipação do prazer da mastigação.
Depois, das sugestões do dia, regalámo-nos com o "duo de peixes" (filetes de imperador e de dourada, 22,80 euros), frescos, bem temperados e suculentos e um rústico e muito bom "bacalhau assado no forno à minhota" (14,80 euros). Como sobremesa ficámo-nos por uns recomendáveis "profiteroles com gelado de noz" (4,10 euros). Bebeu-se o branco Luz (42,50 euros), uma parceria de Dirk Niepoort com Pedro Abrunhosa, bom, mas caro.
O jantar de 9 de Novembro alargou as provas: confirmou-se que o Sanches Romero 5 Jotas (14,80 euros o pratinho) é um dos melhores presuntos de "bellota" à face da Terra e que os pastéis de massa tenra de O Nobre (2,60 euros/dois) são dos melhores dos poucos restaurantes portugueses que os cozinham. Os jaquinzinhos fritos, servidos como entrada, apresentaram-se perfeitos.
Belíssima a associação feliz do lombo de pregado recheado com camarão e alho francês (19,90 euros), de fritura no ponto; na tranche de garoupa com alho e laranja (14,80 euros), com a espevitada liliácea a fazer as vezes de escamas, mas atenção ao seu ponto de assadura, pois, quando passa o ponto, amarga. Muito bons, bem temperados e de carne gelatinosa e tenríssima, os rojões de porco ibérico com castanhas (9,90 euros), e de assadura impecável e acompanhamento a condizer o rodeão de novilho mirandês com massa de feijão (11,80 euros). Queijo de ovos com amêndoa (4,40 euros), sopa de morangos com gelado de natas (4,90 euros) e um gelado de chocolate (5,80 euros), adoçaramnos, e muito, a boca. Bebeu-se, com as entradas, o espumante Vértice 2001 (32 euros), de bolha fina, fresco e de acidez viva, muito bom, e um excelente, no binómio qualidade/ preço, tinto Prazo de Roriz 2002. A carta de vinhos está muito bem.
O Nobre do Montijo é um grande restaurante e merece que quem gosta de comer e beber bem e ser bem servido se sente às suas mesas.
por Público
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