1200-857 - Lisboa
Tel. 21 397 71 38
Fecha aos domingos, reserva aconselhável, difícil estacionamento, esplanada
Fusão mediterrânica
Espaço distinto com sugestões imaginativas. O salteado de cogumelos, bem picantes, foi uma surpresa. A carne de vaca poderia ser melhor. Carne de porco preto excelente. A preparação, na mesa, do gelado instantaneo foi uma momento alto. Optámos por não tomar vinho para não engordar em demasia a conta. Restaurante com preço médio alto e gastronomia ao mesmo nível.
Comida | As entradas são excelentes, Qualidade da comida superior | |
Preço | €€€ | 30 Euros |
Ambiente | Espaço distinto numa zona de charme | |
Serviço | Ao nível do espaço |
Reabriu em Junho de 2005 com nova decoração. Octávio Resende é o chefe executivo, apostando numa cozinha de fusão de raiz mediterrânica. A concepção das ementas assenta no respeito pela sazonalidade dos produtos disponíveis em cada época do ano e pela sua denominação de origem. Nas duas salas do restaurante são servidas refeições "a la carte" e na esplanada servem-se almoços e jantares e possui um serviço permanente de cafetaria e refeições ligeiras.
História: Fundado em 1983, o Clube de Jornalistas (CJ) é a maior associação portuguesa de jornalistas, não mutualista nem sindical, contando actualmente cerca de sete centenas de associados, repartidos pelos principais órgãos de informação de todo o país.
O Clube funciona desde 1988 num edifício do Século XVIII cedido para o efeito pela Câmara Municipal de Lisboa. A partir de então, o CJ manteve as actividades iniciadas desde a fundação designadamente os prestigiados Prémios Gazeta e lançou outras iniciativas, nomeadamente exposições, lançamentos de livros, colóquios e conferências em colaboração com organismos congéneres nacionais ou estrangeiros, como o Sindicato dos Jornalistas, a Casa da imprensa, o Observatório de Imprensa e a Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal, e com entidades de carácter cultural ou empenhadas na prática ou no ensino de jornalismo e noutros temas de actualidade da sociedade portuguesa.
O restaurante funcionou como elemento aglutinador para algumas actividades do Clube e foi acumulando alguma notoriedade tendo-se tornado num restaurante de sucesso em Lisboa. Após uma fase de declínio da qualidade de serviço, a direcção do Clube escolheu um novo concessionário para explorar o restaurante. O compromisso dos Gourmets das Trinas é o de restituir ao espaço a fama e notoriedade outrora grangeadas. O conceito da cozinha é fusão mediterrânica. Queremos embalar os nossos convidados numa viagem permanente através dos sabores do Mare Nostrum.
Ambiente e decoração: O espaço do Clube foi redecorado tendo em conta a valorização das áreas sociais, tornando-as mais confortáveis e apelativas. As salas de refeições foram repensadas de modo a criar ambientes mais funcionais e acolhedores.
A esplanada recebeu um mobiliário mais elegante, o jardim foi replantado e os jacarandás estão mais viçosos do que nunca!
Especialidades: ENTRADAS: Camarão Saganaki; Seviche; Cheverechaud. PRATOS: Sopa de lavagante; Atum Pravda; Risotto do Mar com Champanhe; Bife Pullitzer; Lombo com molho de Pimenta; Porto Bello Grelhado com Brusqueta cessiciana. SOBREMESAS: Amaretto; Cheesecake; Gelado Santini.
Localização:
Nosso menu:
Duo de Sorbet de requeijão com nozes de Pekang e Tomate Salteado de cogumelos do bosque em broa e azeite de trufas Chevrechaud com mel e maçã Bife Pullitzer Salmão em crosta de sésamo e arroz selvagem Torta de azeitão com redução de moscatél Gelado de iogurte instantaneo (azoto liquido) Cerveja
Tenho uma relação muito especial com o Clube de Jornalistas. É certo que não sou jornalista, e que critico – com muita frequência até – os jornalistas. Não porque os despreze. Muito pelo contrário: porque reconheço a sua importância na sociedade e por essa razão a sua responsabilidade. Aborrecem-me pois os erros no uso da língua portuguesa ou a tendência para opinar em vez de reportar. O Clube de Jornalistas é deliciosamente aberto ao público. Aos não jornalistas, como eu. E abre não só um fantástico restaurante, como toda uma casa cujas salas inspiram paz de alma e criatividade mental. E até algum romance (comecei lá aquilo a que hoje chamo namoro), entre o pequeno pátio das traseiras e os confortáveis sofás das salas do interior. Ou a reunião na sala dos azulejos. Cheguei até a ver notícias na sala do fundo, que além de bilhar tem TV. Tudo isto com conforto sem luxo, onde o luxo é poder estar só ou em pequena e boa companhia, sem pressas. A comida é genial. Sem grandes pretensões, apesar de não ser barato, o menu junta delícias sem nomes demasiado pomposos como hoje é comum, num novo riquismo que afecta (infecta?) os restaurantes portugueses, recheados de emergentes. No Clube de Jornalistas, recomendo os carpaccios (de atum dos Açores com vinaigrette de ananás e queijo da ilha, ou o carpaccio do lombo, a 10 euros), ou o chévre chaud com mel e maçã (7 euros). Para quem preferir (ou quiser adicionar) sopa, o gazpacho é bom (e não será ousado pedir para juntar mais pão tostado / crôutons), a 4 euros, embora a maravilha seja mesmo a sopa de lavagante (5 euros) à qual nunca resisto. Fora da carta (vi esta semana) estava o creme de ostras, suponho que novidade deste verão. Como peixes, porque não o salmão em crosta de sésamo (€11.50) ou o razoável risotto do mar com champagne (a 17 euros). De carne, além dos clássicos bife (€17.50) e da substancial posta mirandesa (€16), os supremos de frango recheados de farinheira (€12, mas para isso há que ir ao Mezzaluna, que os tem como especialidade) e o meu eleito, o borrego ao alecrim com ratatouille e couscous (€13), que é um dos meus pratos favoritos em casa, e que não dispenso no Clube de Jornalistas. A sobremesa é para mim, cada vez mais, um bom charuto, mas como cada vez é mais difícil fumar em restaurantes (embora no Clube não o seja, bastando fugir para uma das salas de estar), recomendo o ananás em ravioli com recheio de manga e sorvete de tangerina (5 euros) ou para quem nunca vai a Cascais ou ao Estoril, os gelados do Santinni, no Verão. Bendito seja este ‘Clube’ tão aberto, que junta uma bela e acolhedora casa a um serviço simpático e a uma cozinha excelente. E que portanto se recomenda e muito.
por no Prato com
A mesa no quintalOutros links:
É claro, querida, que chegado o Verão devia adaptar a coluna: tomar o estilo do estio e escrever sobre restaurantes à beira-mar onde o peixe grelhado é divino. Eu sei que ninguém tem pachorra para ler, em Agosto, sobre restaurantes de comidas elaboradas, numa Lisboa deserta. É claro que o que apetece são umas saladinhas. Esplanar. Sangria de champagne. Pezinhos na areia.
Eu sei tudo isto, e como a menina é capaz de nem ser a única a pensar assim, não digo o que me vai na alma, que isso dos restaurantes de Verão é de quem não sabe comer, que peixe grelhado divino tem tanto engenho como vencer o festival da canção com uma letra da Rosa Lobato Faria, e que comer ao ar livre é a melhor maneira de estragar um jantar.
O peixe grelhado, dizia o meu mestre, simboliza a vitória de dona de casa que cozinha todo o ano e quer férias na casa da Costa com o Costa ao grelhador.
Faço uma concessão e escolho escrever sobre um restaurante ao ar livre. Em Lisboa, que isso da praia e dos Algarves é para quem não tem medo de ser feliz.
No restaurante do Clube de Jornalistas, sentimo-nos com aquelas famílias da Lapa, que imaginamos jantarem sempre num jardim, com o spleen no olhar.
Repare, adoro o conceito de comer ao ar livre, como no Padrinho ou no Beleza Roubada. É como caminhar até Santiago de Compostela: adoro a ideia, odeio a prática.
No Restaurante do Clube de Jornalistas, ultimamente, a comida é boa. Digo ultimamente porque ainda guardo o enjoo de certas refeições surreais aí havidas há uns anos (chamava-se o Acontecimento, penso). O que vale é que os chefes parecem parar por lá pouco. Aliás, nota-se um certo prazer nos empregados quando desfiam o número de chefes que por lá passaram.
Os pratos do dia foram bem pensados e executados: tranche de salmão, no ponto, a saber pouco a viveiro, com um bom risotto sem vergonha de ser grumoso q.b.; um bife Pullitzer, clássico, de boa carne e com um camarão bem escolhido ao lado (dizer que ganhou o Pullitzer dos bifes, além de atrozmente previsível, pontuando na escala malucos-do-riso, também não seria verdade).
Ando a estudar um indicador para os restaurantes, que facilite a escrita das crónicas: os adjectivos das entradas tendencialmente aplicar-se-iam às clientes, os das sobremesas às empregadas. Por exemplo: entradas bonitas, comensais bonitas; óptimas sobremesas, empregadas óptimas. Mas o Clube de Jornalistas fugiu a este método. É que as empregadas não são doces, nem os comensais bonitos. Mas são-no as entradas e as sobremesas.
As entradas surpreenderam: carpaccio de lombo, temperado, cortado fino (podia estar mais), com limão; um camarão saganaki intenso (que parecia ter pasta ou concentrado de peixe ou marisco fermentado).
Nas sobremesas, o cheesecake de maracujá bateu o ravioli (!) de ananás aos pontos (qualquer dia os tradicionais rissóis vão passar a chamar-se raviolis de camarão e as chamuças, raviolis do Malabar...).
O serviço é, salvo algumas excepções, agradável na simpatia, sofrível na eficiência. Talvez por terem que galgar as escadas acima abaixo, luísas do Gedeão na Calçada de Carriche.
No jardim do Clube de Jornalistas, a cozinha sensata atenua o cliché comer-ao-ar-livre. Mas não me sai da cabeça aquele chiste do Almanaque Bertrand, contada ad nauseam pelo meu Tio Caetano: diz o pai prá a mãe: querida, hoje vamos jantar fora! (Pausa) Põe a mesa no quintal!
Melhor: Boas entradas, num pátio-jardim agradável.
Pior: Falta de regularidade na cozinha. Tendas tipo casamento no jardim.
por Contraprova
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